8.6.07

EDITORIAL

Analisando a problemática do Sistema num contexto social, chegamos à conclusão que ele poderá ser o grande causador das dificuldades de progressão da economia nacional. E isto porquê?

Porque quando nos dirigimos a uma entidade Oficial - ou não - e os nossos propósitos não são resolvidos, a culpa, claro está, é do Sistema! Ou seja, cria-se deste modo um receio de que algo falhará na altura da decisão, o que logicamente se traduz para a vida real. Fundamentando o parágrafo, acabamos por chegar ao cerne da questão e que nos leva ao estado em que o Sistema se encontra…

Burocratizando todos os aspectos da economia, o Estado dramatiza sem querer as mentalidades munidas da confiança necessária para a concretização de projectos! Isto pela simples razão de que logo à partida o investidor saberá das dificuldades que encontrará no percurso escolhido - sabendo que a implementação no mercado é morosa e cheia de armadilhas e ainda com os custos inerentes a essa mesma conquista, ceifando o interesse na implantação de um novo negócio ou projecto, dando a entender que existirá uma protecção para os faltosos.

É preciso muita força de vontade para contrariar o Sistema, não deixando de estranhar o facto de que é o próprio Estado que diz que é preciso criar e incentivar os empresário e investidores no geral, na valorização nacional, e ao mesmo tempo exige tratamento igual para, inclusive, aqueles que por culpa desse mesmo Estado serem obrigados a um rumo profissional que poderá não ser o seu ideal mas uma alternativa ao desemprego.

Nunca serão os investidores, grandes empresários ou não, que terão que financiar o Estado, este já arrecada uma grande fatia de impostos, mas sim o contrário, e se for caso disso deverá o Estado criar um sistema para controlar o Sistema.

Burocracia por burocracia talvez não se note muito...

Augusto da Fonseca

I Trienal de Arquitectura

TABULEIRO DA PONTE TORNADO GALERIA

Uma estrutura espacial sob o tabuleiro da Ponte 25 de Abril, a edificação de uma sala de chuto em frente à Assembleia da República ou uma piscina pública na Rua da Bela Vista à Lapa são apenas três dos quinze projectos seleccionados no âmbito do concurso “Vamos Fazer Cidade”, integrados na primeira Trienal Internacional de Arquitectura de Lisboa.

Foi no passado dia 31 de Maio que a Capital recebeu a primeira edição da Trienal Internacional de Arquitectura de Lisboa, uma iniciativa que vai decorrer até 31 de Julho e que este ano se propõe a discutir os Vazios Urbanos existentes nas principais cidades do país.
De acordo com os especialistas, estes Vazios têm vindo a ser debatidos e devem ser identificados e resolvidos, até porque representam “um problema que permanece sem solução ou se agrava com o tempo”. Segundo os técnicos, cerca de 40 mil exemplos residem entre os alfacinhas sendo os mais óbvios o Parque Mayer, a Feira Popular ou os vales de Alcântara e de Chelas.

Álvaro Siza Vieira é a grande estrela da Trienal, que utilizou o Museu da Electricidade para ali realizar a maior exposição de sempre sobre o arquitecto português. Para além de Siza Vieira, destacam-se ainda um baralho de exposições, com especial destaque para a mostra intitulada "Portugal" e que irá representar o país na Bienal de São Paulo 2007. Conferências, debates, workshops e concertos são apenas mais algumas das iniciativas propostas.

Propostas para animar os Bairros

De forma a incentivar “a reflexão sobre espaços distintos da cidade e formas alternativas de olhar os seus territórios de abandono ou de conflito”, o semanário Expresso aliou-se ao certame levando a cabo o concurso “Vamos Fazer Cidade”, “uma oportunidade para conhecer e debater os trabalhos dos participantes que, com originalidade e irreverência” arquitectaram novos projectos para ocupar Lisboa, Porto, Aveiro, Guimarães ou Évora.
Uma piscina pública num lote vazio existente na Rua da Bela Vista à Lapa foi o plano concebido por Pedro Barata Castro e Pedro Ribeiro. “Por piscina pública entendemos algo definido num cruzamento entre os conceitos de piscina municipal, equipamento desportivo de utilização livre, tipo campo de futebol público”, avançaram os argonautas da ideia, sendo que a infra-estrutura deveria incluir “as condições de qualidade de uma piscina mundial” com balneários e segurança, “permitir uma utilização sem controlo de acesso desde que não esteja lotada” e “poder ser encerrada durante a noite mantendo a sua presença na cidade, como um jardim urbano”.
O comprimento da piscina seria de 50 metros.
“Tecto Habitado” foi a ideia projectada por Paulo Miguel de Melo, Maria João Correia e Luís Maria Baptista e que sugere a construção de uma plataforma debaixo da Ponte 25 de Abril. Esse espaço daria lugar a uma galeria de arte com células de produção artística individual de carácter temporário, a uma praça coberta para utilizar em exposições e eventos colectivos, residência para artistas e ainda uma cafetaria suspensa entre os pilares da Ponte, com vista panorâmica sobre o Rio Tejo e com a Cidade a 35mt de altura.
Paulo Moreira e Diogo Matos apostaram num “trabalho provocador de tom irónico que propõe a edificação de uma sala de chuto num vazio urbano em frente à Assembleia da República”, comentou o júri. Segundo os autores da ideia,
a intervenção teria em vista reflectir “o desejo de aceitação social pretendida pelos futuros utilizadores”, sendo que o edifício deveria ser constituído por cinco pisos com entrada, recepção, auditório, sala de espera, salas de chuto, serviço de reabilitação e reinserção social, cafetaria e serviços administrativos. A estrutura seria espelhada e o Palácio de S. Bento seria reflectido, transmitindo “a vontade de integração na sociedade de indivíduos marginalizados”.O núcleo da Trienal centra-se no Pavilhão de Portugal, passando também pela Cordoaria Nacional, pelo Museu de Electricidade e pelo Teatro Camões.

Mónica Almeida

***

Vazios Urbanos no Vale de Alcântara
Considerando um Vazio Urbano como um fenómeno de ruptura urbana, de degradação, indefinição ou até mesmo de perda de identidade, o Vale de Alcântara assume-se como tantos outros existentes na cidade, como um espaço que ao longo dos tempos ganhou uma decadência física e patrimonial.
A identificação de espaços expectantes tais como, as antigas fábricas e armazéns, o viaduto pedonal existente, a marginal do Porto de Lisboa e inclusive a linha ferroviária que atravessa todo o espaço desfigura a imagem de Alcântara e define-a como um “não lugar“. Todos estes pontos poderão ser alvo de reflexão e de discussão como partes de uma vivência urbana que deve ser tida em linha de conta, como um ponto “chave“ de toda a articulação com a cidade e com a própria essência da zona.
A disfuncionalidade e a falta de conectividade entre espaços torna cada vez mais Alcântara num espaço de transição e de desertificação, perdendo totalmente a sua identidade física e todo o seu verdadeiro potencial.

Marco Mirôto, aluno do 3ºano do curso de Arquitectura de Gestão Urbanística da Faculdade de Arquitectura – Universidade Técnica de Lisboa


Casamentos de Santo António
“UM AMOR A FLORIR NA TAPADA…”

É já no dia 12 de Junho que os noivos de Santo António vão dar o nó, perante o olhar enternecido de grande parte dos espectadores da televisão nacional e a emoção nostálgica de alfacinhas que assistem à cerimónia. Luís Guimarães, de 37 anos e Carla Costa, de 31, são um dos 16 casais felizardos que se vão unir pelos laços sagrados do matrimónio.
Um amor abençoado pelo Santo mais acarinhado da Capital e apadrinhado pelos fadistas Anita Guerreiro e Gonçalo da Câmara Pereira.

Luís Guimarães é natural de Campo de Ourique e acedeu de imediato ao convite do JB para ser entrevistado, “gosto bastante do meu Bairro”, justificou. Entre festas, provas, espectáculos e entrevistas, o tempo avança a conta-gotas e é com alguma tristeza que o início da união não vai passar por Santo Condestável. Apesar das tentativas, os noivos optaram por viver em Rio de Mouro. Quem sabe, numa próxima boda, a Carla possa vir para a Freguesia… é que o casal desta vez apenas vai casar pelo civil!

Há quando tempo se conheceram?
Luís –
Há cerca de 3 anos e uns trocos quantos. Não me recordo bem da data…
Carla – Conhecemo-nos há mais de 3 anos, mas houve um largo período de tempo em que não tivemos contacto.

Foi amor à primeira vista?
Carla –
Não, de forma alguma…
Luís - Não, não foi! Conhecemo-nos numa acção de formação dos Bombeiros e mais tarde a Carla, que é enfermeira, foi supervisionar uma outra formação. Eu, como responsável do centro, tenho de manter os contactos actualizados. A primeira abordagem foi pedir-lhe o número de telefone.

Não foi bem amor, mas um interesse…
Carla –
Sim, gerou-se uma troca de olhares e um impasse em ver qual seguia em frente…
Luís – Pois, mas eu como responsável não podia avançar assim e pedir logo o número de telefone!

Porque é que decidiram casar apadrinhados pelo Santo António?
Carla –
Penso que um casamento só vale a pena se cumprir uma tradição e esta é muito bonita, inclui os Santos Populares e o Santo casamenteiro. Foi por isso que decidi que me podia juntar, mas casar só se fosse pelas noivas de Santo António!
Luís – O ano passado a Carla estimulou a ideia, mas talvez por culpa minha não houve aquela rapidez em saber quando... esta iniciativa é pouco divulgada e funciona num espaço de tempo bastante curto. Temos cerca de dez dias para iniciar e concluir o processo e é uma marcação cerrada. Como não ligava todos os dias para a sede em Campo Grande, um dia telefonei e só já tinha 5 dias, ou seja, os casamentos estavam na iminência de fechar! Foi com o grande esforço de uma funcionária da Junta de Freguesia de Alvor – onde a Carla está recenseada - que conseguimos reunir toda a documentação.

“Este vai ser um casamento de sonho, como nos filmes…”

Quais foram as iniciativas mais interessantes com que foram presenteados pelo Município?
Luís –
Estes casamentos têm algo de inédito e há outras coisas que para mim são mais importantes. Para começar é a confraternização entre os diversos noivos e já dei o primeiro passo para perpetuar, de certa forma, o contacto com os restantes casais. Quando estivemos em Belém, por exemplo, tivemos a possibilidade de conhecer uma das primeiras noivas de Santo António, do ano de ’58.
Carla – Ao contrário dos outros anos, desta vez as coisas aconteceram mais tarde. As actividades existem da mesma forma, mas são mais rápidas e cansativas. Nem todas as pessoas têm a mesma profissão e pode tornar-se complicado conseguir uma disponibilidade de tempo, eu tenho alguma facilidade em trocar o horário, mas mesmo assim também tenho de assegurar os cuidados mínimos. Hoje por exemplo, tenho cabeleireiro e não posso faltar, mas em circunstâncias normais ninguém iria compensar-me porque tenho cabeleireiro. Tenho de frisar que tenho bons colegas de trabalho!

Pode revelar-nos pistas quanto ao emblemático vestido de noiva?
Carla –
Desta vez não há estilista, mas posso avançar que houve uma loja que nos ofereceu os vestidos. Dentro de uma gama enorme podíamos escolher dois e depois um. Como não gosto de complicar escolhi o primeiro que me agradou. E é como digo, pode sempre ser utilizado para o próximo casamento…

Conta casar novamente?
Carla -
Talvez, porque agora casamos pelo civil e mais tarde podemos vir a casar pela Igreja. São 11 noivos católicos e nós pertencemos aos 5 do civil. Enquanto a cerimónia dos católicos é na Sé Catedral, o nosso vai ser no Museu da Cidade. É um espaço lindíssimo que não conheço mas que por aquilo que vi vai fazer deste um casamento de sonho, como nos filmes, com a relva, as cadeirinhas, a tenda…
Luís – Aliás, penso que esta é uma questão que se decide num sorteio. Perguntaram-nos se fazíamos questão ou muita questão de casar pelo católico e nós explicámos que gostávamos de fazer parte das cerimónias dos noivos de Santo António, se fosse pela Igreja, melhor, mas não era uma questão fundamental.
Carla – A única diferença é só mesmo o espaço onde se realiza a cerimónia, porque até à data não nos considerámos sequer colocados de parte! Para além disso, o Museu da Cidade é lindo e vai ser mais calmo! Cada pessoa pode levar 10 convidados e temos a vantagem de podermos partilhar parte do momento com a família e meia dúzia de repórteres, enquanto na Sé vai estar a Cidade inteira! As pessoas mais antigas e habituadas à tradição vão estar ali, querem-nos felicitar, as televisões vão-nos perseguir…
Luís – Para além disso temos a expectativa de vir a casar pela Igreja, até existe um casal de noivos que se casou há 4 anos! Equacionamos isso e espero que se concretize!

Onde pensam passar a lua-de-mel?
Carla –
Ainda não sabemos, mas por questões de trabalho do Luís em princípio não vamos ter lua-de-mel. Eu já tinha uma viagem prevista com a família e tínhamos decidido que ele ficava a tomar conta dos nossos meninos!
Luís – Exactamente!
Carla – Temos dois gatos, um casal de caturras, dois piriquitos, um casal de canários, um pintassilgo e um pastor alemão, que é o Gil! Ainda nos faltam os peixes, mas já temos o aquário!

“Espero que o Santo António nos dê uma ajudinha extra!”

Tencionam ficar por Campo de Ourique?
Carla –
Não, vamos viver para Rio de Mouro!
Luís – Começámos por procurar casas em Lisboa, e não me refiro a baratas mas a compatíveis ao nosso bolso, mas não conseguimos! Cheguei a enviar cartas para a Câmara Municipal, a frisar que fui bombeiro voluntário em Lisboa - agora estou em Paço de Arcos - e vivi muito tempo na Arco do Carvalhão! Acompanhei toda aquela transferência das pessoas do Casal Ventoso para a Quinta do Loureiro e da Cabrinha mas a resposta que me foi dada sempre foi a de que o Arco do Carvalhão não tinha qualquer hipótese de ser abrangida num processo de reconversão.
Note-se que optámos por Rio de Mouro por se esgotarem todas as hipóteses de ficar por aqui. Podíamos sim ficar com uma casa, mas com as mobílias na rua…

Carla – Tendo em conta o nosso zoológico não ia dar!
Luís – Nós temos em comum o facto de guardar muita tralha, eu tenho as minhas fardas todas guardadas…
Carla – E eu até tenho os meus primeiros sapatos num expositor!
Luís – Esta casa na Rinchoa é um duplex com 5 assoalhadas, tem um terraço enorme, um sótão, enfim… tem o espaço suficiente para termos as nossas coisas!

E quanto a filhos?
Luís –
Para já não, mas também não vamos demorar muito, por razões óbvias! Temos de fazer tudo a seu tempo, com cabeça, tronco e membros…

Têm a superstição do Santo António vos abençoar e proporcionar um matrimónio muito feliz?
Luís –
Respeito muito as tradições, as crenças e o Santo António como casamenteiro, mas depende de nós e da nossa atitude fazer com que a relação funcione!
Carla – Posso dizer que espero que nos dê uma ajudinha, penso que as zangas e as reconciliações são essenciais, porque um casal sem zangas não vive feliz! Dentro das zangas espero que o Santo dê uma ajudinha extra!
Luís – Penso que nós dois conseguimos colaborar nesse sentido e vir a comemorar as bodas de prata e quem sabe no futuro vir a partilhar aquilo que vivemos com gerações diferentes! Falo apenas nos 25 anos, as bodas de ouro já deve ser mais complicado…
Carla – E nem é por questões de saúde mas de ambiente! Preocupo-me muito e tenho os meus receios…
Luís – Olhemos todos para o problema da água!
Carla – Nós batemos recordes de poupança de água e de luz! Não por motivos financeiros mas de ambiente, temos de nos questionar se vale ou não a pena acender uma luz, desperdiçar água…
Luís – Penso que virmos a comemorar as nossas bodas de prata com alguma qualidade de vida prende-se com o trabalho de todos nós!

M. A.

Há fado no eléctrico
“CHEIRA BEM, CHEIRA A LISBOA!”

Num ano em que as Marchas Populares celebram 75 primaveras, a Câmara Municipal vai apostar em grande nas Festas de Lisboa, que para além de contarem com os tradicionais cortejos vão voltar a trazer o fado ao eléctrico 28!

O “Fado no Eléctrico” teve início a 7 de Junho e vai-se estender até ao primeiro dia do próximo mês. A iniciativa decorre às quintas-feiras e domingos, e segue o trajecto habitual da carreira 28, que percorre um número assinalável de bairros típicos lisboetas tradicionalmente associados ao Fado e porque se trata de um roteiro particularmente frequentado por turistas.
Segundo a organização, a escolha foi feita com o intuito de divulgar o fado amador, “convidando os artistas a interpretar o fado mais tradicional e castiço junto das gentes que deambulam pela cidade e que nela moram”.
Vindo do Martim Moniz, o fado vai passar pelas freguesias dos Prazeres, Estrela e Santo Condestável, indo desaguar em Campo de Ourique.

Alcântara em busca do 1º lugar

As Marchas Populares alfacinhas tiveram início em 1932 por iniciativa de Leitão de Barros que assim decidiu apadrinhar uma série de eventos tradicionais dos bairros antigos de Lisboa.
Com o objectivo de o internacionalizar, o Desfile na Avenida da Liberdade vai contar com a presença das 22 colectividades bairristas, um agrupamento de Castéllon de la Plana - Espanha, e outro de Salvador da Bahia - Brasil, tendo Daniela Mercury como madrinha.
Em representação do Bairro
, seguem as Marchas de Alcântara, dinamizada pela Sociedade Filarmónica Alunos Esperança e de Campolide, accionada pelo Sport Lisboa e Campolide.
Francisco José, coordenador do grupo de Alcântara, declarou ao Jornal do Bairro que “o mais importante é participar, mas temos a expectativa do primeiro lugar, porque o merecemos”. Os Alunos de Esperança seguem para a Avenida da Liberdade confiantes na conquista de um título que já, por várias vezes, esteve próximo. Recorde-se que a Freguesia já arrecadou, por diversas vezes, o 2º lugar, sendo que o último foi em ’94. Seguindo a lógica, melhores dias se avizinham, afinal “em 2005 ficámos em quarto, em 2006 em terceiro” e com o esforço e a dedicação prestados, o próximo passo é para a ribalta. Conforme publicado em edições anteriores do JB, o tema que o grupo de 90 elementos - 48 deles marchantes - vai representar nesta edição é “Pátios e Vilas, o outro lado da Fábrica”.
Quanto à Marcha de Campo de Ourique, cuja presença chegou a ser confirmada, acabou por não se envolver nas festividades por questões financeiras, avançou fonte da Sociedade Filarmónica Alunos de Apolo.

Arraiais “ensardinham” o Bairro

E porque viver as Festas de Lisboa é beber uma boa pinga a acompanhar a sardinha assada, cujo aroma reveste o ar de cada esquina e em cada Bairro, também os Arraiais Populares são uma tradição que não poderia deixar de ser cumprida.
Porque constituem “
um eixo essencial” e contribuem “para a animação de toda a Cidade, para reforçar laços entre as diferentes comunidades e para reafirmar uma vivência cultural contrastante com a regular dinâmica urbana de uma Capital”, segundo os organizadores, será justo mencionar as iniciativas promovidas cá no sítio!
Este ano, 27 dos Arraiais são apoiados pelo Município e pela EGEAC, entre os restantes, no Sport Clube das Amoreiras, na Rua da Academia Recreativa de Santo Amaro, no Sport Lisboa e Campolide, no Santana Futebol Clube, nas traseiras do edifício dos Inválidos do Comércio e ainda na sede do Grupo Dramático Escolar, Os Combatentes.
Com tanta Festa é caso para dizer (ou cantar) que “na tasca da viela mais escondida, cheira a iscas - com elas - e a vinho… Cheira bem, cheira a Lisboa”!

M.A.

Os bailaricos da minha rua

Os bailes e arraiais dos Santos Populares ainda conseguem sobreviver, por estarem protegidos pela edilidade alfacinha, como se fossem espécies em vias de extinção. Em tempos que já lá vão – não tantos assim – não existia rua, travessa, pátio ou beco de Bairro popular que, de forma espontânea, não fosse palco de animada festa e de alegre petisqueira.

Os Santos Populares, com séculos de tradição, eram festejados ruidosamente pelas gentes dos Bairros, que organizavam o seu próprio arraial, contratando o “cavalinho” ou abrindo as goelas ao “pick-up” do vizinho mais remediado. Como pano de fundo, o cheiro da sardinha assada, da febra na brasa e das farturas, o despejar do “tintol”, da cerveja e do refrigerante. Nas trapeiras, o manjerico à janela, a alcachofra florida e a rubra sardinheira deram a nota colorida à rua modesta, de casas e gentes modestas.

Na minha rua, ainda de macadame, acendiam-se gigantescas fogueiras, saltadas freneticamente por rapazes e raparigas com os corações mais quentes que as chamas crepitantes; à volta da fogueira, uma dança de roda e cantos populares. Outras danças de roda – sem fogueira – juntavam outros (ou os mesmos) rapazes e raparigas, cantando:

“Mais um par de jarras que na roda entrou

Deixai-o bailar que ainda não bailou”

A minha rua, dos Sete Moinhos chamada, conheceu os bailes do “Nabo” e do “Grelo”, organizados por comissões rivais de vizinhos. Eram animados por “cavalinhos” (instrumentos de sopro e de percussão) formados por invisuais ou por músicos de duvidosa qualidade. Ali bem perto, na Cascalheira, a verbena tinha outro estatuto: conjuntos mais compostos, música mais sofisticada, actuação de artistas de nomeada. Ali, além das inevitáveis marchas de Lisboa e marchinhas brasileiras, já se podia dançar ao som de pasodobles, valsas e tangos. Os ritmos mais modernos, ou se bailavam nas colectividades de recreio ou num ou noutro bailarico popular.

“Se você quiser ouvir cha-cha-cha, rock and roll

Tem um caminho a seguir: vá ao Pátio do Paiol”

Este Pátio do Paiol situa-se na Rua de Campo de Ourique, os bailes eram animadíssimos, como em tantos outros pátios, por essa Lisboa espalhados. Quem não queria divertir-se na sua própria rua fazia autênticas peregrinações aos outros bailes dos outros Bairros lisboetas: Alfama, Mouraria, Castelo, Madragoa, Campolide, Alcântara, regressando a tempo do último copo e do último pé de dança no “seu” Campo de Ourique.

E era assim que se festejavam os três Santos Populares, Santo António, São João e São Pedro, a quem muita gente acrescentava um quarto, o S. Camões, comemorado no 10 de Junho.

Fernando J. Almeida

Dia Mundial da Criança
CAPITÃO BARBA NEGRA AO ATAQUE!

O Dia Mundial da Criança foi marcado por diversas iniciativas que fizeram a delícia dos mais pequenos. Enquanto a Freguesia de Alcântara inaugurou o “Espaço A Brincar”, Campo de Ourique foi invadido por centenas de crianças que se divertiram em insufláveis gigantes.

Desde o início do mês que a Urbanização Vale de Alcântara, no Bairro da Liberdade, conta com o “Espaço A Brincar”, um projecto que visa dar a conhecer os princípios e as disposições da Convenção dos Direitos da Criança e a facilitar a construção de uma comunidade de desenvolvimento em rede.
Para já, a iniciativa é destinada a crianças entre os 5 e os 12 anos, estendendo-se, numa próxima fase, aos jovens entre os 12 e os 18, bem como às famílias, técnicos e profissionais das áreas da infância e juventude.
A cerimónia de abertura do “Espaço A Brincar” contou com a presença da presidente da Comissão Administrativa, Marina Ferreira.
em Campo de Ourique, o adro da Igreja de Santo Condestável reuniu um conjunto de actividades onde não faltaram as estrelas do Dia, as Crianças, nem os animadores vestidos ao rigor infantil desejado.
E porque “o jogo é uma actividade que alia raciocínio, estratégia e reflexão”, a Igreja foi ocupada por duas estruturas insufláveis de grande dimensão que os miúdos puderam explorar. Apesar do “Castelo das Arábias” ser bastante requisitado, o navio do “Capitão Barba Negra” foi sem dúvida o que contou com a maior fila de crianças interessadas em empoleirar-se e descer pelo escorrega “de ar”.

O Projecto “Aprender, Sentir e Pensar” foi promovido pela Junta de Freguesia, em parceria com o sector da Actividade Lúdica do Instituto de Apoio à Criança, com os Bombeiros Voluntários da Ajuda e de Campo de Ourique e com a 24ª esquadra da PSP de Lisboa. Para além das referidas estruturas, o espaço encheu-se ainda de jogos, sessões de contos, oficinas de “tererés” e de pinturas faciais, animações e a iniciativa “Cucu… Bebé” com escorregas, balancés, “mexeginásios”, “pu-lim-pu-lão” e “tor-ni-co-tim-tor-ni-co-tão”, brincadeiras e palavrões que ainda que não conheçamos são a linguagem preferida dos pequenitos!

M.A.

6.6.07

Desporto

MULHERES CORREM POR CAUSA SOLIDÁRIA

Foram cerca de dez mil as mulheres que no passado dia 3 de Junho participaram na Corrida Mulher, uma iniciativa promovida pela EDP e que teve em vista angariar fundos para a luta contra o cancro.

Segundo a Lusa, a maratona conseguiu angariar cerca de 134 mil euros, uma quantia que irá contribuir para a compra de aparelhos de rastreio do cancro da mama.
Foram diversas as figuras públicas que se uniram à causa, sendo que a grande estrela da partida foi Rosa Mota, que incansável, marchou durante os cinco quilómetros do percurso, entre as Docas de Alcântara e a Torre de Belém.
“Fechámos as inscrições nas dez mil pessoas porque já não dava para mais”, avançou Manuela Rilvas, presidente da Liga Portuguesa contra o Cancro.
A prova foi ganha sobre a meta pela etíope Yimer Wude Ayalew. A melhor portuguesa foi Inês Monteiro, seguida de Anália Rosa, ambas a recuperar a forma após lesões sofridas o ano passado.
De acordo com Manuela Rilvas, a 4ª e próxima edição, a realizar em 2008, vai ser estendida às 15 mil pessoas.


ANALICE SILVA
2ª classificada na Maratona de Edinburgh

Analice Silva, veterana atleta brasileira de 63 anos, que colabora com o Liberdade Atlético Clube, classificou-se no 2º Lugar na categoria de F+55, na Maratona de Edinburgh, Escócia, que se realizou no dia 27 de Maio.
Esta foi a 4ª Maratona Internacional em que a veterana esteve presente nesta época.


PAIS CONTRA FILHOS
Oficinas de São José

No próximo dia 17 de Junho, os pais e respectivos filhos, alunos das Oficinas de são José vão-se defrontar com o intuito de assim celebrar o término desta época desportiva.
Conforme o professor Bernardo, responsável pelas equipas de basquetebol, avançou ao JB, “tenho por hábito promover este convívio”, que será encerrado com um pequeno lanche.
O professor aguarda a vinda de cerca de 30 crianças de vários escalões, do 5º ao 9º ano, espera mais pais do que mães em campo, “elas também jogam, mas em menor número”, explicou.

L.P.

Ambiente

“Ciência nas Férias” para alunos do ensino secundário

As aulas estão quase a acabar… depois vêm os exames e finalmente as merecidas férias grandes. Para milhares de alunos do Ensino Secundário este é o ano das decisões, a universidade chega já em Setembro; para outros, as dúvidas sobre que curso frequentar ainda não lhes tira o sono, pois a chegada desse momento ainda não está para breve.

Certo é que tanto uns como outros vão poder antecipar a experiência da vida universitária e o dia-a-dia de laboratórios de investigação científica, já neste Verão de 2007. Para tal, basta acederem ao sítio da Ciência Viva e candidatarem-se a 4 estágios científicos, divulgados pelo programa “Ciência nas Férias”, entre as dezenas que são propostos por inúmeros laboratórios de investigação científica, espalhados um pouco por todos os institutos e universidades do nosso país.

O programa “Ciência nas Férias” enquadra-se num outro de âmbito mais alargado, o programa “Ciência Viva”, da responsabilidade do Ministério da Ciência e da Tecnologia e do Ensino Superior. O período de inscrições decorre até ao dia 15 de Junho de 2007. A participação nestes estágios é gratuita, havendo a possibilidade dos participantes ficarem instalados nas residências universitárias durante o período do estágio, isto se este ocorrer num local afastado da área de residência. Cada aluno pode concorrer a 4 estágios, contudo, apenas poderá frequentar 1 dos escolhidos. Há estágios para todos os gostos, desde a biologia à física, da química à bioquímica, da geologioa à engenharia; o único problema vai ser escolher entre os que mais agradam. Eu, por exemplo, vou estar responsável por um estágio no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), no Porto, que se intitula “Que idade têm os peixes que comemos?”. No final do estágio, cada instituição passará um diploma a todos os alunos que os tenham frequentado com assiduidade.

As regras definidas para a participação nos estágios são explicadas a seguir.

Assim, na inscrição nos estágios, os candidatos deverão definir os 4 estágios por ordem de preferência, uma vez que é um critério de selecção dos candidatos. Será conveniente, embora não seja obrigatório, incluir na candidatura uma referência de um professor, ou outro educador, que conheça bem o perfil do aluno e que ateste a sua adequação ao estágio pretendido. O formulário tem um campo próprio para introduzir esta informação, permitindo anexar um ficheiro com o documento. O documento deve ser muito sucinto, não devendo exceder um parágrafo. Esta referência também será tida em conta pelos investigadores na selecção dos candidatos. As desistências dos estágios devem ser evitadas, uma vez que impedem a sua frequência por outros alunos interessados. Contudo, no caso de surgir um imprevisto que obrigue a uma desistência, esta situação deverá ser comunicada para o endereço de correio electrónico cienciaferias@cienciaviva.pt com a máxima antecedência e respectiva justificação, para que a vaga possa ser atribuída a outro candidato. O não cumprimento deste requisito pode impedir o aluno de participar na próxima edição da “Ciência nas Férias”.

Fica então aqui a minha sugestão para uma ou duas semanas das vossas férias de Verão. Acredito que será uma experiência bastante proveitosa, pois podem começar já a estabelecer contactos com os futuros professores e colegas da universidade para onde pretendem ingressar em Setembro, ou então podem aproveitar o estágio para desfazerem as dúvidas que têm sobre o curso que pensam escolher. As férias grandes vão deixar de ser só sinónimo de idas à praia para surfar, férias com os pais, saídas à noite e vegetar em frente à playstation ou no messenger. Reservem na vossa agenda uma ou duas semanas para fazerem “Ciência nas Férias”. Vamos ficar à espera que nos contem como foram as vossas experiências. Até breve!

Pedro Morais

Feng-shui

Feng-Shui para a Sala

A sala é a divisão mais yang da casa. Por ser um espaço onde têm lugar actividades várias, a sua decoração deve ter em conta a natureza dessas actividades e promover o equilíbrio entre as partes.

Regra geral, a sala é a divisão mais dinâmica e multifuncional da casa. É uma área social onde convivemos com a família e amigos, tomamos refeições, para muitos é também um local de trabalho, ou que serve apenas para aproveitar os momentos de relaxe.

Idealmente, as salas de jantar e de estar deveriam ser zonas distintas. Hoje em dia e sobretudo nas construções mais recentes, esta divisão não é possível e acabamos por concentrar as duas no mesmo espaço, muitas vezes sem as diferenciar.

A sala de jantar deve ter uma área superior à de estar, pois está associada à abundância e simboliza a prosperidade da família. O centro da casa é a melhor localização para a sala de jantar; a energia que resulta da reunião da família durante uma refeição é bastante positiva e se for emanada a partir do centro para o resto da casa, melhor será o efeito.

Um espelho que reflicta a mesa de jantar simbolicamente ajudará a duplicar a quantidade de comida e a prosperidade e por outro lado fará a sala parecer mais espaçosa. Contudo, os espelhos não deverão reflectir a porta, para que a energia ao entrar não seja reencaminhada de volta para a saída. A sala deverá estar sempre muito bem limpa e decorada, de forma a estimular os sentidos, especialmente o apetite. Por exemplo, flores frescas ou uma taça com fruta na mesa vão atrair boas energias. Uma boa iluminação também estimulará o fluxo energético.

Se não existe uma verdadeira separação da sala de jantar, poderemos criá-la utilizando um biombo. As divisórias também são úteis se, na mesma sala, tivermos um espaço de trabalho (por exemplo uma secretária com computador). É importante separar as áreas de acordo com a sua finalidade, mantendo a privacidade e natureza de cada uma delas. A sala de jantar não deve ficar de frente para a porta principal e se for o caso, o biombo será aqui uma boa solução.

A sala de estar é a divisão que reflecte a personalidade e o gosto de todos os elementos da família. Deverá haver cuidados especiais na decoração deste espaço. Por exemplo, evitar expôr objectos que provoquem a sensação de ameaça, como espadas de colecção, outros objectos cortantes ou demasiado pontiagudos, quadros com imagens agressivas, tudo o que nos faça sentir desconfortáveis.

Fotografias com pessoas felizes, divertidas e sorridentes despertam-nos boas sensações e têm uma energia mais vibrante. Não devemos colocar fotografias de pessoas que já faleceram juntamente com pessoas ainda vivas, deverão sim ser mantidas em molduras separadas.

A televisão e outras aparelhagens não devem estar muito próximos das pessoas, pois libertam radiações electromagnéticas. Junto a estes aparelhos poderemos colocar um quartzo transparente, uma vez que este cristal atenua os efeitos nocivos dessas radiações.

Obviamente, dispomos a sala de estar consoante o nosso estilo de vida e preferências. Por exemplo, se para a família o convívio entre os membros é o mais importante, então há que dispôr os móveis de forma a que a televisão não se imponha como elemento central.

Uma sala bem iluminada e arejada potencia o dinamismo e o lado yang do espaço. Mais uma vez, é importante não acumular revistas, jornais, ou objectos sem utilidade na sala, para que a energia flua sem entraves. Há que ter em conta que as pessoas precisam de espaço para se mover, quer sentadas ou em pé, por isso é de evitar sobrecarregar o espaço com demasiados móveis ou assentos que obstruam a passagem e a mobilidade. Os móveis e estantes não deverão ser muito altos para não oprimirem. O ideal é conseguir chegar-se a um ponto de equilíbrio e proporcionalidade do mobiliário em função do tamanho da sala.

Devemos evitar ficar de costas voltadas para a porta, o ideal seria todos verem a porta e terem uma perspectiva geral do espaço. Convém que os sofás fiquem encostados a uma parede, para proporcionar um maior suporte e protecção.

Se existem vigas no tecto, não devemos colocar sofás ou cadeiras por debaixo (isto é válido para qualquer espaço), pois as vigas são shars (má energia). Na disposição dos móveis, também devemos evitar formar arestas e quinas bicudas (o ideal são móveis com cantos arredondados).

As salas com forma regular são as melhores. Se tiver forma de «L», dará a sensação de estar incompleta e poderemos colocar nesse canto uma planta, um foco de iluminação, ou até mesmo um espelho para recriar o espaço em falta. Os cantos deverão ser decorados de forma a que a energia possa sempre fluir, sem bloqueios. Como são zonas demasiado yin com propensão para a estagnação energética, se as decorarmos com elementos mais yang (luzes por exemplo), estamos a gerar um maior equilíbrio.

Se queremos dinamizar mais a sala, podemos recorrer a cores mais vivas e a uma maior variedade de materiais (madeiras, cerâmicas, vidro,...). Por outro lado, se a sala já apanhar demasiada luz e se tiver vista para uma rua muito movimentada (yang), podemos equilibrá-la utilizando cores mais sóbrias ou cortinados mais grossos, que filtrem o excesso de luminosidade.

Uma forma de acalmar os ânimos e eventuais discussões na sala passa por colocarmos uma taça com água no centro da divisão, pois a água parada ajuda a apaziguar, promovendo assim mais harmonia.

Procurar o equilíbrio entre os vários pólos é fundamental, pois é este equilíbrio que ajuda a energia a fluir e que nos faz sentir mais confortáveis.

Cristina Almeida
Consultora de Feng-Shui

Automóveis

Peugeot 607 2.2 HDi 170 CV
Ministeriável

O Peugeot 607 continua a ser uma das mais apetecíveis berlinas executivas do mercado. Se aos seus outros argumentos adicionarmos o motor 2.2 HDi de 170 CV, então temos um carro digno de transportar… o nosso primeiro-ministro.

Um habitáculo qual salão, bancos confortáveis, equipamento muito completo, boa posição de condução, conforto em qualquer tipo de piso… Eis alguns dos atributos que tornam o Peugeot 607 2.2 HDi de 170 CV… ministeriável. Ao ponto de levarem o primeiro-ministro José Sócrates a adquirir um exemplar.
Pode, portanto, dizer-se que o nosso chefe de Governo tem bom gosto e que, decerto, gostará de fazer o gostinho ao pé direito. Para tal, tem à disposição os 170 CV que o 607 2.2 HDI debita às 4000 rpm, e um binário máximo de 370 N.m às 1750 rpm, que debela qualquer eventual resposta amorfa em condução citadina. Aliás, há que dosear o arranque.
Tal prontidão na resposta, apesar das suas dimensões e peso, devem-se também ao propulsor duplamente sobrealimentado e à injecção directa common rail de 3ª geração (injectores piezoeléctricos de sete orifícios). Como o Ambiente está na ordem do dia, recorde-se que este 607 dispõe de filtro de partículas (FAP).
Para pôr tudo isto a andar, podemos contar com uma caixa manual de seis velocidades rápida e precisa, que permite explorarmos confortavelmente as potencialidades deste 2.2 HDi.
A condução é fácil e descontraída em qualquer tipo de utilização, sendo a suspensão irrepreensível tanto em estrada como em cidade. O mau estado dos pisos é absorvido sem queixas e nas estradas mais sinuosas o compromisso chassis/suspensão resulta sem críticas a assinalar.
Do vasto equipamento de série, apraz-nos destacar dois itens: o cruise control — cada vez mais útil nas cada vez mais “radarizadas” estradas portuguesas — e o sensor de estacionamento — sonoro e a cores, muito útil para estacionar este confortável gigante.
Muito fica por descrever em termos de mordomias, mas teríamos de fazer um pequeno testamento, que atestaria que os 52.950 euros se justificam dada a relação qualidade/equipamento/conforto e comportamento.

Ficha Técnica

Cilindrada (cc) 2179
Potência máx. (CV/rpm) 170/000
Binário máx. (N.m/rpm) 370/1750
Emissões CO2 (g/km) 170
Velocidade máx. (km/h) 224
Aceleração 0/100 km/h (seg.) 9,3
Consumo misto (l/100 km) 6,4
Preço versão (€) 52.95023.230

Túlio Gonçalves

Automóveis

Mazda MX-5 MZR 2.0 Sport RC
Pura diversão

Para o menos puristas a Mazda propõe agora o MX-5 com capota rígida. Além da funcionalidade, esta solução garante um menor ruído aerodinâmico e, portanto, maior conforto de condução.

Adaptando-se aos tempos modernos, bem como às exigências do mercado, o Mazda MX-5 MZR 2.0 Sport Roadster Coupé está agora disponível em duas opções de capota. A tradicional capota em lona e a rígida, de funcionamento eléctrico.
Esta nova e prática solução que, em 12 segundos, nos permite, através de dois botões, mudar o look do MX-5 em, poucos segundos, custa 1.700 euros.
Além das vantagens já referidas (melhor insonorização e isolamento do habitáculo), o tejadilho rígido oferece uma maior longevidade deste componente, bem como o fim de algumas complicações na hora de o lavar.
Mercê desta inovação, este MX-5 Roadster Coupé ostenta um visual bastante cativante, que atrai os olhares dos transeuntes.
Em termos de condução, a diversão continua assegurada. Para tal basta dosear o acelerador na medida certa, desfrutando-se assim em pleno das estradas mais sinuosas e das delícias de um tracção traseira. Não obstante, refira-se que o comportamento se mostra agora mais civilizado, não só devido ao equilíbrio do chassis, mas também do controlo de estabilidade (de série). Para mais emoção, basta desconectar este sistema.
Apesar da posição de condução baixa e desportiva, esta proposta da Mazda surpreende pelo conforto que a sua suspensão desportiva garante na condução citadina, a qual se revela uma fiel aliada numa condução mais viva.
Para essa vivacidade contribui também o motor de 1999 cc, que debita 160 CV às 6700 rpm, e um binário de 188 N.m às 5000 rpm, aliados a um peso “bastante” leve (1355 kg). A direcção é precisa, informativa e pesada q.b. e a caixa de seis velocidades é precisa e fácil de desenhar. Enfim, todos os ingredientes para uma condução de pura diversão estão disponíveis neste Mazda MX-5 MZR 2.0 Sport Roadster Coupé.
Relativamente ao equipamento, esta proposta Mazda está bem equipada, contando com alguns dos mais modernos itens como, por exemplo, o sistema áudio compatível com o iPod.
O preço embora não seja o seu ponto forte (40.399 euros), não o faz temer a sua mais directa concorrência, que se apresenta com valores mais altos, entre os cerca de 4.000 e os 9.000 euros.

Ficha Técnica

Cilindrada (cc) 1999
Potência máx. (CV/rpm) 160/6700
Binário máx. (N.m/rpm) 188/5000
Emissões CO2 (g/km) 193
Velocidade máx. (km/h) 210
Aceleração 0/100 km/h (seg.) 7,9
Consumo misto (l/100 km) 8,2
Preço versão (€) 40.399

T.G.

Editorial

Na sequência da evolução das sociedades e pela falta de qualidade de vida cada vez mais intensa nas cidades, vão sendo criadas estruturas megalómanas às quais se dá o nome de centros comerciais, divididas em generalistas ou dirigidos a um sector específico.

Dentro destes espaços é oferecido todo o conforto em falta no exterior, lagos e palmeiras, bancos e parques infantis, ladeados com decoração a condizer, com a vantagem de o consumidor estar rodeado de montras repletas de artigos expostos segundo regras de marketing, de uma maneira tão apelativa que se torna quase impossível não se ser tentado a comprar.

Devido a isto, o chamado comércio tradicional ficou de alguma forma prejudicado, o que é um problema interessante, se fizermos uma análise das várias vertentes que a isso levaram.

O Estado, além de cobrar receitas desses espaços e do comércio tradicional também, não investe, poupando na rua a qualidade que se impõe á proliferação de lojas e comércio variado, sendo necessário ao comum do cidadão e também contribuinte procurar o centro comercial para satisfazer as suas necessidades de consumo.

Sendo difícil encontrar na rua o artigo que se procura - pelas dificuldades encontradas e que são inerentes à gestão implantada nas cidades, transformam-se em dormitórios - contrariamente á verdadeira função que as fez existir e crescer…

Conforme a história indica, o retrocesso paira no ar, as pessoas começam a ficar saturadas da oferta existente e procuram mais qualidade sim, mas sem estarem fechadas às centenas dentro do mesmo espaço, comprando os mesmos artigos! Não quero com isto dizer que não façam falta, mas se viajarmos um pouco por esta Europa fora, podemos constatar que há ruas em cidades que pura e simplesmente foram fechadas e cobertas, criando deste modo alternativas plausíveis ás necessidades de consumo.

E é com as ideias mais desenvolvidas que todos nós temos de aprender!

Augusto da Fonseca