16.2.07

EDITORIAL

Um grande sucesso

Um grande sucesso, é assim que definimos o lançamento do Jornal do Bairro! Em apenas quatro horas distribuímos todos os exemplares do JB, desde Campo de Ourique passando por Campolide, Amoreiras, Lapa, Estrela, Prazeres e acabando em Alcântara, sem esquecermos de dar um salto ao estádio da Tapadinha.

Claro que estamos de parabéns!

Toda a equipa que o produziu e distribuiu, bem como todos os nossos leitores e anunciantes, no fundo a nossa razão de existir e ainda a região mais Ocidental de Lisboa, onde uma mais valia para o seu desenvolvimento nunca é demais.

Podem contar connosco e também aguardamos a vossa colaboração!

Escrevam-nos, digam de vossa justiça, todos juntos vamos fazer o maior quinzenário que Lisboa já teve e que – esperemos - terá para o futuro. Não é fácil falarmos do local onde vivemos, trabalhamos ou convivemos, pela simples razão de que muitas vezes olhamos mas não vemos… mas foi a isso que nos propusemos e pelo retorno que temos tido tanto a nível comercial, como será fácil constatar, e pelas inúmeras cartas de apreço, sabemos que este foi um projecto inovador e muito bem recebido pela população dos diversos Bairros a que nos dedicámos.

Nesta sexta-feira e sempre à sexta, de quinze em quinze dias, o Jornal do Bairro terá a sua distribuição personalizada em todos os estabelecimentos comerciais, restauração e serviços vários, para uma melhor cobertura e divulgação dos nossos clientes e anunciantes. Para isso também aumentámos a tiragem, cobrindo agora mais de 80 mil domicílios.

Existiram algumas falhas de pouca monta, que assumimos como nossas, mas que sempre acontecem num projecto como este… ainda assim, com a responsabilidade que temos perante os nossos leitores e colaboradores não as poderíamos deixar de referir!

Prometemos desde já a continuação da oferta do Jornal do Bairro, com toda a qualidade que o tem pautado, que por ser gratuito não descurou nem vai descurar a qualidade de informação, isenção, lealdade, dignidade e transparência, no fundo as linhas mestras pelas quais sempre nos regemos.

A todos um muito obrigado!

Augusto da Fonseca

Discórdia entre herdeiros


EDIFÍCIO CENTENÁRIO EM VIAS DE RUIR

Há mais de um ano, um dos proprietários de um edifício em Campolide solicitou ao Município a sua demolição. O pedido foi indeferido e o prédio ameaça ruir a qualquer instante. Na passada semana “faltou um bocadinho assim” para que não se desmoronasse para cima da casa dos vizinhos.

Na madrugada de 8 de Fevereiro, por volta das 6:45 horas da manhã, os moradores na rua de Campolide acordaram sobressaltados quando um edifício em avançado estado de degradação quase se desmoronou sobre os seus telhados.

Pedras do lote 78 caíram em cima da casa vizinha e os habitantes não ganharam para o susto.

Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Campolide, Fausto Santos, há muito que o risco de desmoronamento foi calculado, “desde que iniciei o mandato que quero deitar abaixo o edifício”. O presidente da Junta salientou inclusive que “houve um pedido – feito por um consultor que representa o proprietário – a pedir a demolição mas o apelo foi indeferido pela Câmara Municipal de Lisboa”. Após esse despacho foi a Freguesia que emitiu um protesto mas até à data ainda não recebeu qualquer resposta.

Fausto Santos denunciou também um acidente ocorrido com o mesmo prédio há cerca de três meses, em que “um muro caiu em cima do telhado de uma pessoa idosa” e que por sorte não se magoou.

A juntar à situação existe ainda uma parede que corresponde “à ponteira onde está o brasão” que está prestes a desmoronar-se “e que pode mesmo matar uma pessoa”. De acordo com Fausto Santos, a estrutura está segura por uma “chapa com três paus”, suporte esse que apelida de “vergonhoso”.

A demolição – ou não – do edifício seria da responsabilidade de Gabriela Seara, vereadora do Urbanismo que suspendeu o mandato por 8 meses. Durante este período é o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues, que assume este pelouro de Gabriela Seara.

De acordo com a fonte do gabinete do presidente para o Planeamento, Urbanismo e Reabilitação Urbana de Lisboa, o pedido foi indeferido “porque o prédio pertencia a uma senhora que faleceu e um dos seus herdeiros pediu a demolição à revelia do outro, que não a autorizou”. Assim e conforme o artigo 2091º. do Código Civil, “os direitos relativos à herança só podem ser exercidos conjuntamente com todos os herdeiros”, pelo que o requerente do pedido não detém legitimidade para sozinho solicitar a demolição do imóvel.

Mónica Almeida

Kiwis de Portugal


À BORLA EM CAMPO DE OURIQUE

No passado dia 1 de Fevereiro e já depois da hora de fecho da 1ª. edição, o Jornal do Bairro rumou até ao Jardim da Parada, em Campo de Ourique, para saborear os kiwis que a Associação Portuguesa de Kiwicultores ali ofereceu à população.

Ao contrário do que seria de esperar, não encontrámos uma carrinha de caixa aberta com diversos kiwicultores a distribuir o fruto apetecido, mas sim 4 animadores vestidos a rigor para alegrar os transeuntes. Do Grupo Novo Circo, os Trupilariante esforçaram-se por garantir que todos os que passavam levavam alguns kiwis portugueses para casa e de borla!

A distribuição foi feita entre as 12horas e as 14h, o suficiente para oferecer cerca de 2 toneladas de kiwi.

Os animadores rodeavam uma “banca” muito colorida e sugestiva que alertava “pela sua saúde… coma kiwis de Portugal!”.

Os motivos são simples, por ser uma baga, o kiwi confere propriedades nutritivas superiores às de outros frutos e que são naturalmente ingeridas com a sua polpa. Também não é por ser verde que o kiwi deixa de ser rico em vitamina C, substância que tem 3 vezes mais do que a laranja!

Os mais obesos não têm desculpa para não consumirem este fruto, que apenas fornece cerca de 65 kcal devido a 90% do seu peso ser constituído por água.

O kiwi é um antioxidante natural e que possui compostos com efeitos preventivos do cancro, das doenças cardiovasculares e do foro intestinal. José Martino, presidente da Associação Portuguesa de Kiwicultores avançou ao JB que há diversas formas de servir este fruto e sugeriu “cortar o kiwi ao meio e comer o interior à colherada”.

Os kiwicultores contestam a dificuldade na comercialização do fruto nacional, que muitas vezes perde pontos para a Itália, o maior produtor mundial. Mas ainda assim José Martino explicou que a conjugação das características do nosso solo e clima e da sua colheita tardia fazem do kiwi português um fruto com características de sabor superiores e mais doces e aromáticas em relação aos restantes, “a produção portuguesa é competitiva não a nível de quantidade mas de qualidade”, avançou.

De acordo com o engenheiro Martino, o kiwi lusitano pode ser reconhecido pela rotulagem da caixa mas em breve cada unidade terá um autocolante informativo.

Alguns dos consumidores deste fruto contestaram o seu preço, questão que no ver dos elementos da Trupilariante “nem é alto se tivermos em conta as suas características”. “A diferença entre o nosso preço e o dos distribuidores é de 1 para 3, mas porque há todo um processo envolvido, desde os custos de transporte aos de amadurecimento ou de apodrecimento do kiwi”.

A distribuição de kiwis por Lisboa já terminou e o presidente da Associação Portuguesa de Kiwicultores está satisfeito com os resultados, “atingimos os nossos objectivos e vamos investir em novas campanhas” concluiu.

M.A.

Crafts & Design


No passado dia 4 de Fevereiro, o Jardim do Éden desceu à Estrela.
A feira de artesanato contemporâneo e design, actual Crafts & Design voltou a representar uma lufada de ar ainda mais fresco do que aquele que já é habitual respirar no Jardim da Estrela.

Com mais agasalhos do que se estivessem no Paraíso, muitas Evas e Adões passearam por entre as bancadas, observando, questionando e mesmo comprando diversos “pecados” que os cerca de 60 artesãos presentes tiveram para oferecer. Em troca receberam maçãs, o símbolo da tentação.

Bolsas, “t-shirts”, colares, brincos, flores de pano e de papel, colheres retorcidas, vidros moldados, plantas aromáticas e medicinais, monstros e muitas outras invenções fazem desta feira mais do que uma oportunidade de saldos, uma autêntica pérola para a população que dali sai com o olhar regalado e satisfeita, com a necessidade de voltar para comprar mais qualquer “coisinha”!

Criativos e Artesãos

Fadas, duendes e muitos outros seres fantásticos escondem-se nas florestas de todo o mundo para em silêncio coabitarem com os humanos. Por amizade, os Amigos do Monstro quiseram arranjar-lhe amigos. Vindos de Palmela, estes jovens recolhem madeira e sementes de todos os lados e dão-lhes a forma de “monstrinhos”, para que esse gigante do imaginário nunca adormeça sozinho.

Na banca de Ana Geada são garrafas espalmadas a saltar à vista. A empresa de artes decorativas, Vitrofusão, é feitora de magia e transforma os mais variados artigos em peças únicas.

As garrafas são iguais a tantas outras, mas depois de submetidas a temperaturas de mais de 800ºc.,o vidro derrete e adquire a forma dos moldes.

Apesar de uma apaixonada pela arte, Ana Geada continua a ter de alugar uma furna para poder expandir este amor, “ainda não pude comprar o meu próprio forno”, explicou ao JB.

Mas as surpresas não se ficam por aqui.

Colheres contorcidas, transformadas, feitas arte! Miguel Puga adorna, faz a desfiguração e o contorcionismo de colheres de galão e de café tornando-as em “coisas simples” e originais.

“Estamos a voltar à primeira forma, destruir para completar”, explicou, tendo mesmo acrescentado que por vezes chega a reciclar colheres cujo fim seria o do caixote do lixo. Reutiliza-as, portanto!

As peças são feitas a frio e cortadas à tesoura para minimizar os custos, “coisas simples” mas complicadas? Nem por isso, “demoramos cerca de 7 minutos a moldar” cada colher, confidenciou o artista ao JB.

M.A.

Desporto

PITBULL “RAIVOSO”

Acaba sonho do Atlético!

Foi um espectáculo emotivo do princípio ao fim, onde as ocasiões claras rarearam. Apesar de tudo foi sempre o conjunto da casa a dominar a partida, pecando apenas por não saber aproveitar melhor esse mesmo domínio, talvez fruto da pouca experiência que têm nestas andanças. Mas o essencial neste jogo, foi o golpe final de um Pitbull “raivoso” que entre uma cotovelada (passível de falta) desferiu um potente remate que só parou no fundo das redes do Atlético. Era o fim de um sonho que se vinha tornando mais real desde o Dragão.

Cerca de 3.500 espectadores presenciaram, nas bancadas do Estádio da Tapadinha, o encontro que definia quem passaria aos quartos de final da Taça de Portugal. Certamente se fosse um Sporting, Belenenses ou Benfica muitos mais estariam. De qualquer maneira, foi uma boa moldura humana que contribuiu para o espectáculo.

O Atlético alinhou algo condicionado, já que Júnior foi “presenteado” com um jogo de castigo e não pôde dar o contributo à sua equipa e Colaço que esteve no banco de suplentes não se encontrava a 100% e nem sequer chegou a entrar em campo.

Apesar das contrariedades, foi o Atlético que quase sempre teve iniciativa de jogo, mas sem desfrutar de ocasiões claras de golo. A equipa da Tapadinha ia-se desgastando ao tentar acercar-se da baliza de Pedro Roma, desgaste esse que pagou caro na fase terminal da partida.

Aos 43 minutos, o caso do jogo. Canto cobrado por Sarmento e Joeano de cabeça introduziu a bola na baliza de Marco. Augusto Duarte, perto do lance anulou de pronto o golo, por alegado empurrão ao guardião Marco dentro da pequena área. Os estudantes contestaram veementemente a decisão do juiz da partida, mas este não voltou atrás. Da etapa inicial nada há mais por revelar, porque de seguida ambas as equipas recolheram para intervalo. Ficou apenas a ideia de que os comandados de António Pereira poderiam mesmo vencer esta Académica e seguir em frente na taça.

“Dentada” de Pitbull decide o jogo!

A etapa complementar trouxe um Atlético mais coeso, mais forte e cada vez mais, com a ilusão de eliminar novamente uma equipa primo divisionária. Manuel Machado, com a alteração que efectuou ao intervalo “entregou” o meio campo aos alcantarenses que dominavam nesta zona do campo. António Pereira vendo tal superioridade, aos 60 minutos, tirou um defesa e colocou em campo David, o “carrasco” no dragão, esperando certamente que este fizesse das suas, mas David esteve em tarde não e nunca incomodou seriamente o sector defensivo dos estudantes. A jogar apenas com três defesas, o Atlético atacou sem receios o reduto defensivo dos academistas, mas sem efeitos práticos. Percebendo o crescimento dos homens da Tapadinha, Manuel Machado fez uma dupla substituição afim de dar uma maior consistência no seu meio campo e atacar a inferioridade defensiva do adversário. Pitbull e Roberto Brum vieram dar maior solidez no miolo e a partir deste momento viu-se mais Académica do que Atlético, talvez fruto do maior desgaste da equipa da casa, que teve sempre a iniciativa de jogo.

António Pereira ainda tentou refrescar o ataque, fazendo entrar Artur Jorge Vicente que já representou 15 clubes em Portugal mas nem a experiência deste foi determinante para colocar o conjunto de Alcântara em vantagem.

Quando todos pensavam num prolongamento e quando já passavam dois minutos da hora, eis que surge um “raivoso” Pitbull, a desferir um potente remate que só parou no fundo das redes dos alcantarenses. De realçar que neste lance Pitbull afastou Edmar com uma cotovelada, passível de falta e de admoestação com cartão vermelho. Mas Augusto Duarte não foi dessa opinião e o golo foi mesmo validado, afastando desta forma o Atlético dos quartos de final da Taça de Portugal.

Não tendo sido um jogo tecnicamente deslumbrante, foi uma partida bastante emotiva e com incerteza no resultado até ao fim, não fosse Pitbull, teria ido com certeza para prolongamento e possivelmente estaríamos a escrever de outra forma este artigo. Infelizmente não o foi e resta saudar todos aqueles que apoiaram do início ao fim a formação alcantarense e o esforço até ao limiar de todos os jogadores que fizeram sonhar esta gente!

Parabéns Atlético!


Basquetebol


ACADÉMICA 79 - ATLÉTICO 71

Foi um jogo equilibrado, onde a Académica chegou ao final do primeiro período com uma vantagem de 15 pontos, vantagem essa conseguida através de 7 triplos convertidos e quase todos eles conseguidos sob uma boa pressão defensiva dos alcantarenses. No final do primeiro período o resultado era de 30-15.

No resto da partida a Académica baixou um pouco o ritmo e foi dando margem de manobra ao adversário que aos poucos ia reduzindo a desvantagem. Mesmo com o abrandamento das hostes academistas, os forasteiros precipitados desperdiçaram lançamentos acessíveis que no final poderiam ter feito diferença no marcador final. Os homens que viajaram de Alcântara chegaram a estar a apenas seis pontos do adversário mas mais uma vez precipitadamente desperdiçaram alguns lançamentos dando origem a contra ataques “matadores” aos de Coimbra. O resultado final fixou-se num 79-71.

L.P.

Desporto

Judo

RESULTADOS NA SUPERTAÇA DO MUNDO DE PARIS

Telma Monteiro, campeã europeia em título, conquistou a medalha de prata na categoria dos -52 kg ao vencer sucessivamente a francesa Rizza por “yuko”, a argelina Haddad e a húngara Perge ambas por “ippon”.

Na final, viria a perder com a cubana Espinosa por “ippon”. Esta é a sétima medalha da selecção portuguesa em Paris e a segunda de prata. A primeira foi alcançada por Pedro Soares em 1996.

Em destaque estiveram ainda Ana Hormigo e Leandra Freitas, na categoria de -48 kg, que se classificaram nos 7º e 9º lugares, respectivamente.

Joana Ramos, na categoria de -57 kg, venceu a brasileira Lima por “wasari”, mas seria depois eliminada pela austríaca Filzmoser.

A selecção masculina tem sofrido lesões sucessivas, impossibilitando atletas de renome como João Pina, João Cardoso, João Neto, Diogo Lima e Pedro Dias de estarem em Paris. A equipa masculina presente tentou obter bons resultados, mas não conseguiu devido ao excelente nível técnico dos atletas participantes.

L.P.

Bem-estar

O SEGREDO

E se existisse um Segredo através do qual poderíamos ser, ter e alcançar tudo o que sonhamos? Haveria alguém que não quisesse conhecê-lo?
E se dissesse que esse Segredo existe!?
E se dissesse que é algo simples e está ao nosso alcance!?
Pois é… é isso mesmo que quero dizer!

O filme “O Segredo” ou “The Secret” já circula por aí…

O Segredo é uma das mais poderosas e infalíveis leis do Universo, a chamada lei da atracção.

A primeira pergunta a fazer é:

- O que é que desejamos realmente?

O filme fala-nos de algo que os mestres e os líderes espirituais sempre souberam, mas que agora está a ser corroborado pela ciência, mais precisamente pela física quântica.

Ele diz-nos que tudo o que nos acontece na vida é atraído por nós mesmos, através de imagens e de sentimentos que mantemos na nossa mente. Aquilo que se passa na nossa mente é atraído para a nossa realidade física. A lei da atracção é realmente uma das maiores leis do Universo. Tornamo-nos o produto dos nossos pensamentos e atraímos o produto dos nossos pensamentos. Pensamentos tornam-se experiências, tornam-se eventos, tornam-se coisas.

Cada pensamento tem uma frequência energética. Se pensamos, sentimos ou visualizamos algo de uma forma consistente estamos a emitir essa frequência para o Universo, que funciona como um sinal magnético e para o qual haverá uma resposta literal.

O problema é que a maioria das pessoas pensa constantemente naquilo que não quer. E depois surpreendem-se por receberem mais disso, uma e outra e outra vez…

A lei da atracção não se importa se entendemos algo como sendo bom ou mau, ou que o queiramos ou não, ela apenas responde directamente ao sinal que emitimos na nossa mente. Tudo se baseia nesta lei da atracção. É assim que o nosso mundo funciona e isso tem a ver com o facto de sermos um íman, de atrairmos pensamentos e pessoas, eventos e estilos de vida.

A criação está a acontecer permanentemente. Sempre que temos um pensamento ou um padrão de pensamentos estamos num processo criativo e alguma coisa se vai manifestar a partir daí. Atraímos para nós a predominância daquilo que guardamos na nossa consciência!

"Quem mais fala de doença… é quem a contrai e quem fala mais de prosperidade… é quem a conquista. Nós somos os escultores da nossa própria vida."

Controlar os nossos pensamentos parece-nos uma tarefa muito difícil e é aqui que entram as nossas emoções. Elas são um presente maravilhoso que temos e que nos permite perceber o que estamos a atrair.

Consideremos apenas dois tipos de emoções, as que nos fazem sentir bem e as que nos fazem sentir mal. Quando nos sentimos bem, quer estejamos a experimentar o amor, a paz ou a alegria é um indicativo de que aquilo que estamos a pensar no momento está alinhado com aquilo que queremos realmente. Os nossos sentimentos são um mecanismo de resposta que nos indicam se estamos ou não no caminho.

“O que quer que estejamos a sentir é um reflexo perfeito daquilo que está no processo de se manifestar”

Tudo na vida pode ser alterado, simplesmente por uma mudança de consciência. Comecemos então a guiar os nossos pensamentos com base na forma como nos fazem sentir e comecemos a perceber a correlação entre aquilo que sentimos e pensamos e no retorno que obtemos. Nós somos os criadores da nossa própria realidade.

“Quer pensemos que podemos ou não podemos, de qualquer forma estaremos certos”

O processo criativo é composto por 3 passos:

O primeiro passo é Pedir. E não precisamos usar palavras para isso. O Universo não ouve as palavras, mas responde inteiramente à natureza energética dos pensamentos, das imagens e dos sentimentos que temos na nossa mente.

O segundo passo consiste na Resposta (ao pedido). Este passo não depende de nós. O Universo fará isso, dará resposta aos pensamentos que pusemos em marcha e não precisamos de saber como é que as coisas vão acontecer. O Universo arranjará uma forma.

O último passo é Receber. Significa que nos precisamos de deslocar para o alinhamento com aquilo que pedimos. E isto é entusiasmo, é alegria e apreciação. Sentimos a certeza de que aquilo que pedimos já foi concedido e caminha na direcção da nossa realidade física.

Mas quando nos sentimos desesperados, com medo, ou raiva há fortes indicadores de que nesse momento não estamos alinhados com aquilo que estamos a pedir.

Temos de fazer os possíveis para gerar os sentimentos de já termos as coisas que desejamos. Se precisarmos de dinheiro podemos atraí-lo; se precisarmos de pessoas, podemos atraí-las, se precisarmos… temos é de prestar atenção ao que pretendemos atrair!

A visualização é outro elemento bastante importante. Quando visualizamos, materializamos. Visualizemos apenas o resultado final daquilo que pretendemos.

“A imaginação é tudo. É um antever da vida que está a ser atraída”

Temos de decidir o que queremos, acreditar que merecemos e que é possível para nós. Temos de despertar os sentimentos regularmente!

“O que quer que a mente possa conceber ou desejar, pode alcançar!”

Está provado pela ciência moderna que o nosso próprio corpo é um produto dos nossos pensamentos. O nível dos nossos pensamentos e emoções consegue, realmente, determinar a estrutura e a substância físicas, bem como as funções dos nossos corpos. Saúde e doença são sempre um produto do nosso estado interior. De facto, a nível molecular, o nosso corpo está diariamente a ser renovado. E a energia da nossa mente é a principal matéria-prima para isto. Pensamentos mais felizes conduzem a uma bioquímica mais feliz, a um corpo feliz e saudável. Os pensamentos negativos e o stress provaram degradar seriamente o corpo e o funcionamento do cérebro.

Devemos ficar na quietude e desviar a atenção daquilo que não queremos e colocar a atenção naquilo que desejamos experimentar. Nós somos um campo infinito de possibilidades inexploradas.

A coisa maravilhosa sobre a lei da atracção é podermos começar de onde estamos e podermos começar a pensar e a gerar dentro de nós mesmos um sentimento de harmonia e felicidade. A lei começará a responder a isso!

A felicidade interna é na verdade o combustível do sucesso.

Somos seres grandiosos, temos algo de magnífico dentro de nós e independentemente do que já nos aconteceu ao longo da vida, independentemente de quão novo ou velho pensemos ser… há algo dentro de nós, um poder que começará a emergir e a tomar conta das nossas vidas. Um poder que nos guia, que nos protege e que sustentará a nossa própria existência… se deixarmos!

O que é que desejamos realmente?

O “Segredo” foi produzido pela australiana Rhonda Byrne, através da editora Prime Time Productions e revela testemunhos reais de pessoas que conseguiram transformar toda a sua vida de forma surpreendente.

Teresa Fernandes

Correio do Leitor


Quando eu era pequenino…

Vim ao mundo no primeiro ano da década de 40 do século passado. O Estado Novo estava em plena pujança, os meninos e meninas aprendiam as primeiras letras em escolas separadas por sexos. Os seus bibes azuis, brancos ou cor-de-rosa alternavam com a camisa verde unissexo e o braço estendido na saudação romana.

A guerra mundial, que decorria lá fora, era o pano de fundo e o motivo principal para a penúria que se fazia sentir nesses tempos.

A “sopa do Sidónio” que, no meu bairro de Campo de Ourique, era conhecida por “sopa do Barroso” existia para (mal) saciar a fome dos deserdados da sorte. Era deprimente a visão de um exército de indigentes, esperando, de lata na mão, pela dádiva de uma sopa e de um pedaço de pão!...

Nos domingos de Verão, as famílias mais modestas procuravam as praias de Algés, Cruz Quebrada ou Trafaria (todas sem poluição…) para arrancharem em comezainas, pródigas em arroz de tomate, acompanhando carapaus fritos e pataniscas. Era o tempo das senhoras de racionamento e das “bichas” (agora diz-se “filas”…) intermináveis para o pão, as batatas, o carvão, o bacalhau… em suma, todos os viveres e bens de primeira necessidade.

Os poucos que conseguiam ir além da Instrução Primária – e eu era um desses “privilegiados” – ou ingressavam nas escolas Industriais ou Comerciais ou iam para os Liceus. Tudo dependia das posses dos pais e encarregados de educação, pois o Ensino não era gratuito nem obrigatório, após a 4ª. classe. Como sempre, rapazes para um lado, raparigas (muito menos) para o outro.

Como fui criado no seio de uma família “remediada” – para os padrões da rua pobre onde morava (e moro) fui parar ao Liceu de Pedro Nunes, onde fui colega de Freitas do Amaral, Vítor Constâncio, Jorge Sampaio e tutti quanti; e onde encontrei professores da craveira de Rómulo de Carvalho/ António Gedeão, morador na rua Francisco Metrass, no nosso bairro, Sant’ Ana Dionísio, David Mourão-Ferreira…

Quando eu era pequenino, a pobreza e o analfabetismo eram características do meu típico bairro de Campo de Ourique, onde viviam operários, vendedores ambulantes, biscateiros, pequenos marginais, costureirinhas, “fabricantes” e marçanos. Isto passava-se nas zonas mais pobres e degradadas, porque lá em cima, nas ruas amplas e rectilíneas, viviam o burguês instalado, o aristocrata falido, o comerciante abastado, o senhor doutor, o senhor engenheiro. E existiam o Quartel da Legião Portuguesa, mais outro do Exército, uma Rádio local (Rádio S. Mamede), o velhinho Cinema Europa (plateia, vinte cinco tostões…), o Vale do Rio, onde Pessoa bebia o seu copinho, o Café Latino, a Tentadora, a Ertilas e o então (ainda) mais bonito Jardim da Parada.

No Europa, Paris, Jardim Cinema, Cinearte viam-se filmes, em sessões duplas, cuidadosamente expurgadas de cenas ofensivas da Moral, dos Bons Costumes e da Política oficial. As fitas partiam-se constantemente, o que provocava o grito “Ó Marreco olhó sonoro!”, proferido pelos irados espectadores.

Não existiam discotecas, ou melhor, esse termo só era aplicável às lojas que vendiam discos; em seu lugar, existiam os bailes das colectividades de recreio – Verdi, Alunos de Apolo, Combatentes, Clube Atlético de Campo de Ourique, etc. -, onde as meninas eram severamente controladas pelas mamãs e os rapazes ostentavam fato completo, com a inevitável gravata e o cabelo empastado em brilhantina.

Pagava-se licença de isqueiro, quem atravessava a rua em diagonal era multado em 2$50 (vinte cinco tostões), era proibido andar descalço numa terra em que muita gente não tinha dinheiro para sapatos. A “bica” valia 1$50, o “eléctrico” $80, o autocarro 1$00 (um escudo ou dez tostões), quantias sem expressão no actual euro.

Quando eu era pequenino – e mesmo mais espigadote – os meus vizinhos pediam “um tostãozinho pró Santo António” para depois gastar em serivetes, rabuçados ou tramoços (era assim a pronúncia…). Mas enquanto eu comia pãozinho com manteiga, esses meus vizinhos tinham de se contentar com o casqueiro untado com azeite…

Fernando J. Almeida