26.4.07

Editorial

No decorrer da passada semana assistimos a um encadeamento do telejornal engraçado…

Notícia 1

Massacre no Estado da Virgínia, país dos Estados Unidos da América. Morrem 32 pessoas, estudantes e professores, desta vez o massacre atingiu mais vítimas do que vem sendo habitual… parece que por culpa de um louco! Porque será que aos loucos só dá para fazer mal aos outros? É que nunca soube de um louco que só fizesse bem! Muitos já sabiam que ele era louco, entre dezenas de colegas e de professores que com ele conviviam todos os dias! Também parece que comprou as armas numa espécie de cidade em que os pais, ao contrário do que cá se passa, levam os filhos ao fim de semana para aprenderem a disparar pistolas e metralhadoras, no mais ameno convívio familiar.

Notícia 2

Na TV Cabo surge o anúncio de uma criança de aproximadamente 5 anos que viaja do aconchego da casa dos seus progenitores para dentro de um foco de luz. Numa primeira abordagem vê-se a criança com um teclado de computador em cima das pernas, seguindo directamente para dentro de um ringue de luta, em que mal acaba de chegar cai e derruba um lutador. Parece que é para fazer publicidade a um jogo de computador...

Notícia 3

Mulher dá à luz criança com graves problemas no fígado, tão graves que para manter o filho vivo teve mesmo que dar parte do seu. Gigantesca mãe! Continua com o filho internado sobrevivendo de apoios e ajudas de familiares, amigos e desconhecidos, porque sem isso já não seria possível manter o seu rebento vivo...

Noticia 4

David Beckham oferece à sua esposa um vibrador em platina no valor de dois milhões de euros. Só não disse se as pilhas estavam incluídas… por essa quantia penso que terá uma tecnologia mais avançada! Só mesmo um extremoso marido como o David é que sabe o que fará falta á sua cara-metade!

Será que este “pedragulho” em que vivemos começou de repente a girar ao contrário?

Augusto da Fonseca

Campo de Ourique

OFICINA DÁ LUGAR A POLIDESPORTIVO

Volvidos cerca de 4 anos de indecisão quanto ao destino a dar ao pavilhão polidesportivo que, devido às obras da ETAR de Alcântara não se pôde instalar naquela Freguesia, a Câmara Municipal tomou uma decisão! Não, não segue para Santo Condestável mas para o Restelo. O Bairro de Campo de Ourique vai contar com um espaço semelhante, mas a edificar nas antigas oficinas já existentes no local.

A Câmara Municipal de Lisboa – CML, já decidiu o destino a dar às antigas oficinas existentes no terreno da piscina Municipal de Campo de Ourique. “A estrutura irá servir um pavilhão polidesportivo ” avançou Cristina Valério, assessora do vereador Pedro Feist, ao Jornal do Bairro.
A sentença foi dada no passado mês, depois de uma visita do executivo ao local.
“Temos a intenção de construir, junto às piscinas Municipais, um conjunto de equipamentos multidisplinares” que permitam a estes espaços concebidos para o Desporto dispor de uma maior dinâmica que não se limite à natação, explicou a assessora.
“Assim, temos duas soluções para o nosso problema” justificou. Um problema que há muito fazia correr tinta nos jornais.
A contrariedade remonta a um pavilhão polidesportivo, pré-fabricado, que foi comprado pela CML há cerca de 4 anos, no âmbito do programa URBAN. De início, o equipamento deveria ter sido instalado junto à Avenida de Ceuta, mas dificuldades relacionadas com a Estação de Tratamento de Águas Residuais - ETAR, empurraram a sua transferência para um armazém da empresa representante. Assim, e enquanto se aguardou solução, a representante "Obras Moderadas - Construções e Remodelações" teve de arranjar um sítio para guardar a estrutura do equipamento e algumas chapas.
A nova instalação do polidesportivo foi projectada para junto à piscina na Rua Correia Teles, em Campo de Ourique mas o vereador do Desporto, Pedro Feist, decidiu montá-lo no Restelo e é para lá que seguirá, agora que se decidiu proceder ao aproveitamento das oficinas já existentes no terreno da piscina de Campo de Ourique.
Segundo o gabinete do vereador Pedro Feist, o projecto ainda não está concluído, mas já há uma ideia muito concreta para a instalação da estrutura.
Contactado pelo JB, o presidente da Junta de Freguesia de Santo Condestável, Luís Gonçalves estava convicto de ali ser instalado o pavilhão programado para Alcântara. De acordo com “informação informal” disponibilizada pela CML, Luís Gonçalves justificou que “o espaço ainda não está preparado, mas basta deitar as oficinas abaixo, terraplanar e instalar” a estrutura.
A novidade de se reutilizarem as referidas oficinas irá decerto surpreender o próprio presidente da Junta, que a CML tenciona contactar em breve, assim que o projecto esteja concluído.
O tempo de execução da obra não está ainda previsto, “mas não é uma estrutura muito complicada” concluiu Cristina Valério.

Mónica Almeida

“Rostos Porta-a-Porta”

NO COMBATE À POBREZA ENVERGONHADA

Quando se deparar com um agente da PSP e com uma assistente social à porta da sua casa nada tema, pode estar prestes a ser abordado pelos técnicos do “Rostos Porta-a-Porta”. O projecto foi implementado pela Junta de Freguesia de Campolide e tem em vista identificar idosos em caso de risco para os apoiar de imediato. Muitos podem não compreender o impacto desta campanha, mas decerto mudariam de opinião ao descobrir que há idosos que vivem num luxo aparente, mas numa realidade de miséria calada e envergonhada.

O projecto “Rostos Porta-a-Porta” é composto por três vertentes distintas. A primeira consiste em fazer um levantamento exaustivo dos idosos existentes na Freguesia de Campolide, das suas necessidades e de toda a informação que se possa obter a seu respeito, como as doenças de que sofrem, os medicamentos que tomam e qual é o parente mais próximo para contactar em caso de urgência. Muitos dos idosos não sabem explicar ao médico quais os medicamentos que ingerem habitualmente e este tem dificuldade em administrar um novo, pois pode ser incompatível com os restantes que o doente já esteja a tomar. Muitos deles “tomam vários comprimidos mas não fazem a mínima ideia de quais são, apenas reconhecem o amarelo ou o azul” justificou Fausto dos Santos, presidente da Junta ao Jornal do Bairro.
Para evitar tais complicações, as assistentes sociais criaram uma base de dados com o historial clínico de cada idoso.
“Assim que encontramos uma situação urgente contactamos de imediato com a Santa Casa da Misericórdia e a Assistência Social”, explicou Fausto dos Santos.
A segunda vertente consiste num tratamento solidário como “visitas para um chazinho”. Este acompanhamento é levado a cabo por voluntários reformados mas com a total capacidade e mobilidade para se dedicarem à função.
O objectivo final é ajudar idosos na resposta às suas necessidades reais, como a deslocação ao médico.
Para isso, foi criado um protocolo com os Bombeiros Voluntários, “para que qualquer freguês que necessite de ser transportado para o Hospital tenha a possibilidade de o fazer gratuitamente” avançou o presidente.

“Uma senhora tinha apenas uma panela de água com um caldo “knorr” que lhe dava para a semana toda”

Com o envelhecimento da população, Fausto dos Santos quis saber a quantidade numérica de pessoas em risco na sua Freguesia. “Hoje em dia, que vivemos na base das percentagens, se fizer um levantamento das pessoas que passam fome em Lisboa e me enganar em 1%, são 5 mil pessoas” avançou, salientando que “não quero estar nesse 1% de engano”.
E porque a juntar às limitações dos idosos se uniram burlões e mal intencionados que abordam e enganam as pessoas nas próprias casas, num primeiro contacto a assistente social faz-se acompanhar por um agente fardado da PSP da Esquadra 21, “com o apoio tremendo do agente Costa”.
Até à data, já foram referenciados mais de 300 casos de risco e alguns necessitavam de ajuda imediata.
“Conheci o caso de uma senhora que tinha apenas uma panela de água com um caldo “knorr” que lhe dava para a semana toda” relatou o presidente da Junta. “O nosso problema não é com as pessoas que vivem em habitações degradadas, mas na pobreza envergonhada, pessoas que vivem num apartamento simpático mas que graças à sua reduzida reforma vivem em condições precárias”. Nessas situações, é accionado um contacto com o Banco Alimentar e com outras Instituições.
Associado ao programa “Rostos Porta-a-Porta” a Junta de Campolide tem vindo a financiar consultas de Clínica Geral totalmente gratuitas para os idosos. “Também fornecemos apoio psicológico a quem dele necessitar. Ajudamos estes idosos a fazer o irs, a executar pequenas obras como trocar uma lâmpada, uma limpeza leve, uma porta que não funciona”…
Com o passar dos tempos foram ainda identificadas pessoas que só compram medicamentos de 2 em 2 meses “e refiro-me a medicamentos para o coração e para a tensão arterial em que eles podem morrer”, nestas situações “nós pagamos e entregamo-los às pessoas, obviamente não damos benurons’, mas fornecem os fármacos às pessoas que deles estão dependentes.

“Temos o caso de uma senhora quadraplégica, as portas são tão estreitas que a cadeira de rodas não passa e ela arrasta-se pela casa toda”

Para já, a equipa é constituída por dois técnicos a tempo inteiro e um a part-time e com o evoluir da campanha a Junta tem a ambição de contratar um novo assistente social também a tempo inteiro.
Para além da senhora que se alimentava com um “caldo Knorr” existem muitos outros casos de pura decadência, “temos o caso de uma senhora que é quadraplégica e mora num 4º andar sem elevador, as portas são tão estreitas que a cadeira de rodas não passa e ela arrasta-se pela casa toda. Contactámos o senhorio que não autorizou a obra… e nós íamos fazer a obra sem custos nenhuns para o senhorio. Queríamos apenas aumentar a largura das portas para ali passar a cadeira de rodas porque essa simples acção poderia melhorar a sua qualidade de vida”. Proposta essa que o senhorio não aceitou, talvez porque “a senhora deve estar a pagar cerca de 7 a 8 euros por mês e se ela se for embora ele consegue alugar o apartamento por 400 a 600 euros, é uma questão economicista, nada mais”, lamentou Fausto dos Santos.
Neste género de contrariedades, a Junta não pode sequer intervir, pois se a obra for executada sem o consentimento do senhorio, ele tem razão legal para pôr a pessoa na rua, coisa que poderá causar mais dificuldades do que as que o idoso já tem. No caso da senhora quadraplégica, “podíamos aumentar as 3 portas, mas púnhamos a idosa numa situação precária e por isso estamos à espera de convencer o senhorio” explicou.
Ainda há muitas portas a bater e atrás de muitas delas existem ainda idosos a viver na miséria, “estamos a ano e meio de levantamento, mas o que já conseguimos fazer foi muito importante, muitas vezes a Santa Casa da Misericórdia e a Assistência Social não se movem com a rapidez necessária, são máquinas muito grandes, muito pesadas… nós aqui na Junta somos uma estrutura mais pequena, movemo-nos com maior facilidade e rapidez, pois temos a capacidade de ir ao Banco Alimentar e ajudar as pessoas” concluiu o presidente.
A ideia é que com o passar dos tempos os idosos abordados avancem outras situações complexas para que os técnicos ajam de imediato, mas se conhece uma situação idêntica no Bairro de Campolide denuncie-a de imediato para o telefone 213 884 607. Estará apenas a ajudar!

M.A.

Jardim Guerra Junqueiro


PARQUE INFANTIL SEM CONDIÇÕES DE HIGIENE E SEGURANÇA

O Jardim Guerra Junqueiro, vulgo Jardim da Estrela, “não tem condições de higiene nem de segurança e já devia ter sido fechado há um ano e meio” avançou Nuno Ferro, presidente da Junta de Freguesia da Lapa ao Jornal do Bairro.

Nuno Ferro garantiu mesmo ter evitado o fecho do parque por duas vezes, pois “de acordo com a Câmara Municipal de Lisboa não tem condições” para se manter em funcionamento. O edil conseguiu adiar que tal acontecesse “para evitar que as crianças que para ali vão brincar nos fins-de-semana ficassem sem esse espaço”. Para já, a ideia do presidente é manter as portas abertas à infância até que as obras, “que deviam ter iniciado em Fevereiro” arranquem, até porque “não é por mais 6 meses que as crianças ficam em risco”!
A notícia vem apanhar desprevenidos pais, avós e restantes educadores, cuja opinião em relação ao piso e aos equipamentos varia.
Por um lado, Marta defendeu a vantagem deste parque infantil manter as características originais, declarando que “a infra-estrutura não é a ideal mas também não gosto das outras muito assépticas, porque a partir dos 5 ou 6 anos as crianças já não lhes acham piada”. Uma piada que se vai perder e uma ideia que Nuno Ferro partilha, pois confessa também não ser fã do piso sintético, mas a verdade é que as novas leis terão de ser aplicadas!
Enquanto Marta prefere a areia, que “é melhor para as quedas” em prol do sintético “que se suja bastante com pastilhas elásticas e mesmo cocós”, Maria Helena Pedro está cansada da areia, “areia, não, terra”! “Nos dias ventosos a terra voa e vai para os olhos das crianças”, contestou.
Maria José considera a areia ideal, mas à semelhança dos restantes inquiridos reclamou que “devia ser limpa com regularidade, coisa que não acontece há cerca de 5 ou 6 anos”. Para Marta, a solução passa por tornar os miúdos imunes, “se para aqui trouxermos as crianças desde pequeninas elas habituam-se a esta porcaria e assim não apanham doença nenhuma”, ironizou.
“Isto é nojento, tem cocó de cão, pavão, devia haver uma máquina para limpar esta areia ou para a substituir de tempos a tempos”, defenderam Marta e Carmen.
Para além da areia, que para bem de uns e para tristeza de outros vai inevitavelmente dar lugar ao piso sintético, as educadoras também contestam as regras de funcionamento do local.

Espaço radical derruba castelo

A vedação de madeira permite a pavões e cães acesso rápido ao parque, que utilizam como retrete e o facto do espaço ser restrito a menores de 8 anos também não é encarado com bons olhos, “serve perfeitamente até aos 12” afinal “até um adulto pode andar num baloiço como este”, defendeu Marta, que o sabe pois “já aqui andei de forma ilegal”, assumiu.
Segundo Maria José, outra questão curiosa refere-se à existência de “7 ou 8 funcionários que tiram e põem baloiços” às 18h, no horário de Verão e às 17:30 horas no Inverno.
Maria Helena Pedro é antiga nas andanças do parque infantil, “já venho aqui há 38 anos”, primeiro com os filhos e agora com a pequena Leonor e restantes 5 netos. “O jardim está muito bonito e a manutenção dá algum trabalho, mas há 38 anos que os baloiços são os mesmos”, contestou, desconhecendo que em breve ali vão ser colocados “equipamentos especiais”, conforme declarou Nuno Ferro.
Carmen também reclamou da falta de segurança, “considero perigoso o facto da estrutura permitir que as crianças brinquem atrás dos baloiços, porque as que andam a correr correm o risco de embater naqueles que estão a baloiçar”, explicou.
Apesar do letreiro com o mapa do Jardim Guerra Junqueiro anunciar a localização de um “parque infantil” e ao lado, de “um parque infantil com castelo”, no segundo referido só se vê o espaço. Marta reclamou mesmo que “há 7 anos que venho para aqui, há 4 tiraram o castelo que já não tinha condições, mas que nunca foi substituído”.
O forte era feito em madeira e dispunha de escadas, de escorrega, de grades para subir e descer, de cordas para as crianças se balançarem e consistia numa “alternativa a este parque” destinado aos mais miúdos.
"Podia ter sido reconstruído”, declarou Marta, mas não vai! “Ali vai ser criado um espaço jovem para maiores de 8 anos”. O projecto ainda não foi definido porque se aguarda “uma parceria com particulares”, avançou o presidente da Junta.
“De resto, penso que o jardim está óptimo, tem um belo piso e está muito arranjadinho”, concluiu Marta, desatenta ao JB e alerta à presença de um pavão que de repente esvoaçou para junto da “criançada”.

M.A.

Há 50 anos, no Jardim da Estrela

Há um não tanto longínquo meio século, o Jardim da Estrela passou a ser o local preferido da minha adolescência, como jovem estudante do então Liceu de Pedro Nunes, durante a década de 50 do século passado. A esplanada do Jardim era o poiso de dezenas de irreverentes e barulhentos teenagers, provenientes das Escolas circundantes – Pedro Nunes, Machado de Castro, Josefa de Óbidos (feminina, esta última).
Na esplanada havia uma juke-box que debitava o Rock n’ Roll dos anos 50, com os respectivos decibéis a troco das moedas de um escudo, depositadas na ranhura-mealheiro. Não me atrevo a citar a playlist (como se diz agora…) das canções existentes na máquina, reproduzidas, primeiramente, em discos de 78 rotações por minuto e depois em EP’s, uns discos pequenos de 45 rotações com quatro gravações: é que seria uma lista quase interminável de ídolos da juventude de então. Só publicito o meu grande ídolo, “The King”, o eterno Elvis Presley, seguido por um imenso cortejo de grandes vozes do pop-rock.
Na segunda metade da década de 50, o Rock n’ Roll havia vencido todas as resistências do (mais tarde) chamado nacional-cançonetismo, tanto doméstico como lá de fora…
Foi por isso que, quando a Feira Popular se mudou da Palhavã (actual Gulbenkian) para o Jardim da Estrela, se privilegiou a apresentação de rockeiros amadores, entre os quais se contava o autor destas linhas. Num palanque, colocado no meio do lago junto à esplanada, actuavam uns improvisados dançarinos, um dos quais coxo, que exibiam uma fulgurante coreografia, que tornaria célebre “Os Alunos de Apolo”. Numa bela noite, o coxo caiu, acidentalmente, no lago, perante o gáudio da assistência. A partir de então, o mergulho tornou-se diário (e de propósito…) e parte integrante do espectáculo. Noutros dias palanques, actuavam imitadores de Pat Boone, Bill Haley, Little Richard e do Elvis (deste último, o imitador era eu próprio…).
Para não afastar os mais tradicionalistas, havia o palco do fado, outro do folclore e outro dos então considerados “províncias ultramarinas” (colónias, como devem saber…). Foi aí que se estreou o trio, mais tarde duo “Ouro Negro”, em palcos da chamada “metrópole”.
Como em qualquer outra Feira Popular existiam as “barracas” de petiscos, artesanato, pim-pam-pum, tininhos e demais divertimentos.
A Feira da Estrela funcionou nos anos de 1958 e 1959, sob a batuta de Leitão de Barros, um enorme talento que se repartiu em cineasta, jornalista, pintor, professor, autor teatral e um apaixonado olisipógrafo. Este multifacetado intelectual foi o grande organizador dos Cortejos Históricos, da Exposição do Mundo Português (1940), o realizador de, entre outros, o primeiro filme sonoro português – “A Severa”, 1931 – e ganhador de diversos prémios internacionais. Nasceu em 1896, morreu em 1967.
Muito mais haveria a dizer, mas a crónica já vai longa. Prometo voltar ao assunto…

Fernando J. Almeida

João Ferreira

DE “FILHO” A PRESIDENTE

Podemos dizer que João Ferreira é um filho do Bairro de Santa Isabel, foi essa a Freguesia da sua criação e muitos dos habitantes ainda recordam, com algum saudosismo, o menino que brincava e jogava à bola naquelas ruas.
Com três mandatos no currículo, o primeiro como membro da Assembleia de Freguesia, o segundo ocupando o cargo de secretário e agora no papel de presidente, João Miguel Martins Ferreira tem 28 anos e é um homem confiante. Profundo conhecedor dos problemas de Santa Isabel, a sua prioridade enquanto autarca reside em servir a Freguesia e respectivos habitantes, muitos deles que o viram crescer.
Foi com simplicidade que o autarca recebeu o JB e nos deu a conhecer muitas das nuances com que vai dinamizando o Bairro que preside.

Como caracteriza a Freguesia de Santa Isabel?
Para começar é uma das melhores freguesias da cidade de Lisboa, tem uma história muito própria, um cariz bairrista muito peculiar onde as pessoas se cruzam na rua e se cumprimentam e por isso é uma Freguesia agradável. Em termos de população, conta com uma faixa etária elevada, muitas pessoas vivem aqui há cerca de 40 ou 50 anos, mas também já começamos a assistir a algum rejuvenescimento, diversos jovens têm vindo para os prédios que estão a ser recuperados... Tradicionalmente é uma Freguesia algo envelhecida, não só de pessoas mas também de habitação.

Que incentivos utiliza para atrair uma população mais jovem, com vontade de morar e de se instalar no Bairro?
De uma forma global, temos vindo a apostar na reabilitação.
De facto temos uma zona da Freguesia, entre a Rua Pedro Álvares Cabral e a Rua de São Bento, onde se está a assistir a muita construção nova, muita reabilitação, ou seja, muita oferta de qualidade para diversas camadas, mas principalmente para os mais jovens com uma única dificuldade que é o preço das casas.
Por outro lado, esta é uma Freguesia muito sossegada, com muito boas acessibilidades. Temos o Largo do Rato com o Metro, temos autocarros, temos as Amoreiras. Em termos de projectos temos uma sala multimédia para a juventude e uma biblioteca com 2 mil livros catalogados. Fizemos uma aquisição de diversos computadores para postos de internet...
Há um conjunto de projectos, não há é espaço para implementá-los e é essa a maior dificuldade neste momento...

Que balanço faz do seu percurso como presidente, agora que cumpriu cerca de meio mandato?
Há um trabalho de base que não é mérito deste executivo mas que tem sido também dos anteriores e que está a ser realizado no apoio à população, através de medicamentos, de alimentação ou de passeios convívio. Esse trabalho de base mantém-se constante, isto numa primeira linha de oferta à população.
Numa segunda linha e esta é uma grande aposta deste executivo, a ideia é concretizar projectos que englobem toda a Freguesia, mas não só! Enquanto os medicamento e os cabazes abrangem 50 a 100 pessoas, que são um público alvo reduzido, há uma necessidade de apostar em iniciativas a que a maior parte da população tenha acesso.
Num momento em que estamos a meio do mandato, as principais dificuldades referem-se à lentidão na procura de respostas por parte das entidades que nos são superiores, o que é suficiente para atrasar qualquer projecto. Como estamos a apostar em ideias inovadoras e não existe nenhum estudo ou trabalho realizado em relação a elas, estamos a partir do ponto zero.

Referiu-se há pouco a um serviço de distribuição de medicamentos e de cabazes. Que outros projectos têm a nível de apoio Social?
O apoio Social de primeira linha consiste na distribuição de medicamentos pelas pessoas que comprovem ser carenciadas. Para além dos cabazes mensais, distribuímos senhas que permitem a algumas pessoas levantarem a sua refeição num estabelecimento da Freguesia. Também fornecemos apoio a pequenas necessidades que as pessoas possam ter.
Numa segunda linha lançámos um programa de desporto sénior, não só para combater a solidão mas também para que as pessoas mais paradas possam ter alguma mobilidade. “Santa Isabel em Movimento” consiste numa carrinha que percorre as ruas da Freguesia e leva as pessoas aos sítios que mais necessitam, como por exemplo ao centro de saúde ou às zonas comerciais. Digamos que este serviço visa combater os “altos e baixos” de uma das sete colinas da cidade de Lisboa.

Têm algumas infra-estruturas preparadas para apoiar os fregueses mais idosos?
Embora defenda que o que existe nunca é suficiente, posso dizer que dispomos de muito do que é essencial. Nós possuímos um centro de dia que se encontra no edifício da sede da Junta e que é gerido em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa. Temos um edifício novo, com equipamento social novo, que foi posto à nossa tutela na Rua Ferreira Borges e que infelizmente ainda não abriu por não terem sido resolvidas algumas questões com o empreiteiro. É um edifício social que vai albergar jardim de infância, berçário, centro de dia e centro de convívio e que vai ser muito importante para Santa Isabel. Para além disso estamos a solicitar à Câmara de Lisboa o resto da infra-estrutura que ocupamos e que até à data se encontra abandonado. Temos ainda o projecto de uma universidade sénior para a população da terceira idade poder aprender informática e aulas de inglês numa dinâmica de integração social e de apoio à população.

A Junta dispõe de protocolos ou de parcerias com instituições de cariz social?
Estamos a realizar parcerias, mas esta grande questão andou algo abandonada e varia, consoante a vontade das pessoas. Neste momento está a ser constituída a Comissão Local de Acção Social da Cidade de Lisboa, estão a ser constituídos os núcleos a nível das freguesias e nós acreditamos que aí sim, é que se vai dar uma nova dinâmica e até um estreitamento de laços e de partilha e racionalização de recursos.

Sendo um “filho” do mesmo Bairro onde conta com 3 mandatos, quais são os principais problemas a nível social que a Freguesia atravessa?
Basicamente e fazendo o retrato da Freguesia, aponto como principais problemas as habitações degradadas e a consequente deterioração da condição de vida das pessoas que as habitam, as pensões são extremamente baixas e muitos vivem em situações limites.
Só mesmo andando pelas ruas, visitando os prédios e conhecendo a população é que nos apercebemos disso. As ruas inclinadas que dificultam a mobilidade e criam mais isolamento, são outro grande problema social.
De um modo global temos as questões comuns em toda a Cidade de Lisboa, como é o caso do estacionamento, das ruas estreitas onde não dá para passar uma cadeira de rodas ou um carrinho de bebé... Só uma política de topo é que poderá amenizar o problema!

Que medidas poderiam ser implementadas para minimizar essas dificuldades?
Costumo dizer que o trabalho de uma Junta de Freguesia é muito gratificante mas também muito ingrato, porque de todas as estruturas somos aquelas que mais conhecimento tem do terreno e uma noção mais pessoal dos casos, mas somos o que menos competência tem para a resolução dos problemas. Dou um exemplo, nós detectámos várias casas degradadas com condições miseráveis, no entanto a nossa postura está limitada... apenas podemos pressionar as instituições que estão acima de nós ou o proprietário do edifício para se fazer algo. Esta é uma acção muito limitativa e que parte pelo combate diário e pela pressão diária para tentar resolver os problemas. A solução é muito complexa, por isso o nosso trabalho consiste em minimizar, caso a caso, os problemas existentes. É nisso que este executivo tenta apostar todos os dias.!

Mudando de assunto e porque a Educação é um dos pilares fundamentais de desenvolvimento... Como é que a Junta se relaciona com a comunidade escolar?
Na questão da educação, atrevo-me a dizer que é uma das minhas grandes paixões e com uma particularidade. Santa Isabel deve ser das freguesias desta área a que mais escolas tem. Durante o dia temos uma população estudantil de perto de 4 a 5 mil alunos, temos o Pedro Nunes, tínhamos a Machado de Castro, temos as escolas públicas da Travessa de Santa Quitéria, o Grémio de Instrução Liberal de Campo de Ourique, o Jardim Escola João de Deus, ou seja, um conjunto de estabelecimentos de ensino considerável.
O nosso relacionamento é no sentido de apoiar tudo o que são iniciativas dos estabelecimentos, sejam públicos ou privados e manter uma presença permanente principalmente num deles, a escola primária EB1 Rainha Santa Isabel onde desenvolvemos - há cerca de 10 anos - um trabalho permanente na questão de apoio à família, dos ATL’s e no sentido de oferecer aquilo que a escola não consegue prometer à comunidade em geral. Temos uma equipa de 6 pessoas que diariamente desenvolvem trabalho na comunidade escolar.
Com o Pedro Nunes, o apoio é mais estreito, se bem que o apoiamos na medida do possível. Por exemplo, este ano comemorou-se o centenário do antigo liceu Pedro Nunes e hoje a Escola Secundária e a Junta de Freguesia contribuiu com uma medalha comemorativa. Esta é a medalha que vai representar Portugal no Concurso de Medalhística nos Estados Unidos, a realizar este ano.

A criminalidade tem vindo a afectar Santa Isabel?
A nível de segurança, posso dizer que os assaltos que ocorrem nesta Freguesia são pontuais, como o roubo de carros. Eu acho que o maior problema, neste momento, é a onda de graffitis que está a acontecer por todo o Bairro. Primeiro é a violação da propriedade privada ou pública, segundo é o aspecto degradado que do meu ponto de vista concebe às ruas e que inconscientemente se traduz numa falta de segurança. Para nós, esse é o maior problema!
Estamos a apostar, com a Câmara Municipal de Lisboa, no reforço da iluminação nas ruas, um pequeno passo que garante maior confiança aos fregueses e a não esquecer também o excelente trabalho que está a ser feito pela esquadra do Rato e a 1ª Divisão em geral, principalmente pelas equipas de policiamento de proximidade, muito em colaboração com a Junta de Freguesia.
Para além disso, estamos a desenvolver um trabalho conjunto com a PSP que consiste no lançamento de um folheto com conselhos de apoio ao comércio e aos comerciantes. No próximo mês vai sair um segundo folheto para a população mais idosa, também com conselhos úteis.

Esta é uma das freguesias mais antigas da Capital e parte significativa do seu património encontra-se devoluta. Embora esta não seja uma responsabilidade directa da Junta, a Câmara Municipal tem algum projecto específico para a zona?
Que eu saiba, para além da política camarária que está divulgada para Santa Isabel não existe um projecto específico, com excepção de duas zonas; uma primeira que foi a requalificação da Rua de São Bento, onde se está a fazer um trabalho a nível de reabilitação.
Isso pela positiva, porque pela negativa existe um problema que está focalizado no Plano de Pormenor das Amoreiras que já tem alguns anos e que incide directamente na Rua de Campo de Ourique, uma Rua tradicional extremamente degradada e onde se sente por parte da população uma grande indefinição quanto ao seu futuro. Algumas pessoas já receberam duas ou três cartas a dizer que para o ano têm de sair e até ao momento ainda não saíram.

Uma das formas de tornar alguns serviços da Câmara mais eficientes é o de descentralizar a tomada de decisão para as Juntas de Freguesia. Que descentralizações é que foram feitas até ao momento ?
Tudo o que a Câmara nos oferece para descentralização nós tendemos a protocolar! Achamos que conseguimos ter uma acção mais directa sobre a população, é por isso que as calçadas são da nossa competência, a manutenção dos espaços verdes, as reparações em habitações municipais e a acção social.

Que descentralizações gostaria de ter em Santa Isabel?
Gostava de poder tapar buracos no alcatrão... Compreendo que essa tarefe tem vários problemas inerentes, como fechar as ruas e solicitar a intervenção da Polícia Municipal, mas a quantidade de buracos começa a ser um grande problema desta Freguesia. A Câmara tenta dar resposta, mas penso que neste momento as Juntas estão em melhor posição de poder atender ao problema. Outro protocolo que podia ser associado a este é a pintura e manutenção de passadeiras para peões.

Que projecto é que gostaria de ver nascer na sua Freguesia?
Nós temos o nosso programa eleitoral e essa é a nossa promessa para a população. Mais do que resolver problemas é ter estruturas que os permitam resolver. O que tentamos nesta Freguesia é criar condições, ou pelo menos deixar trabalho para continuar. O que queremos é avançar com iniciativas dinâmicas para que a Freguesia seja uma Freguesia viva! Queremos que as pessoas tenham lugares de convívio, que os jovens tenham locais para estar e com os quais se identifiquem. Queremos que as pessoas possam passear nas ruas sem buracos e em segurança.

Para terminar, gostaria de deixar alguma mensagem à população?
A mensagem que eu gostaria de deixar é apenas uma, as pessoas que tiverem problemas venham ter connosco!
Às vezes somos conhecidos por fazermos muitos discursos em praça pública, por falarmos com o vizinho e quem deveria saber os problemas - para os tentar resolver - não está disponível. Faço um pedido à população, quer tenham dificuldades ou sugestões venham à Junta! Certamente faremos todo o possível para ajudar...

Helder Salsinha

Desporto

PATINAGEM

Clube de Pati
nagem de Lisboa vai
Participar noTorneio "Sintra-Tour"!

O CPL foi convidado para participar no torneio "Sintra-Tour", organizado pelo clube GUR Linha, mas, os dias do torneio aguardam autorização da Associação de Patinagem de Lisboa.

As datas prováveis serão a 19 e 20 de Maio. Nesses mesmos dias realizava-se a Taça Santa Isabel que foi cancelada por falta de disponibilidade de pavilhão. Todos os esforços da Junta de Freguesia de Sta. Isabel foram insuficientes para dar continuidade à programação inicial.
Segundo apurámos existem, no entanto, vários pavilhões com os requisitos mínimos para a realização da prova como o do Clube Nacional de Natação, o do Clube Atlântico de Campo de Ourique ou mesmo o da Escola Josefa de Óbidos. Até ao fecho da edição não foi possível verificar o porquê des
tes pavilhões não entrarem na lista de possibilidades.
A lista de pré-convocados para o torneio é constituída por Mariana O’Neill, em Iniciação, Carolina Carvalho, Carolina Costa, Francisca Mota, Inês Sousa, Madalena Cerqueira e Mariana Gomes nos Infantis e Rita Cartucho e Sofia Cerqueira no rol de Iniciados.

Em finais de Junho
e conforme a disponibilidade de pavilhão, vão realizar-se os testes obrigatórios, para obtenção de mínimos, a fim de poderem participar nas provas Distritais e Nacionais. Estes testes terão a participação de todos os escalões do CPL.
Nos dias 7, 8, 14 e 15 o CPL vai participar no Torneio Jovem APL, a prova mais importante da patinagem artística para os jovens do distrito de Lisboa.

HÓQUEI EM PATINS

CAC Ourique a um ponto
de ser Campeão Nacional da 3ª Divisão!

Um ponto! Um único ponto é o que falta ao conjunto de Ourique para se sagrar Campeão Nacional da 3ª Divisão.
Depois de duas vitórias tangenciais, por 3-2 e 4-3 nas duas últimas jornadas, resta agora fazer a festa em casa diante do lanterna vermelha G.D. Vialonga. O único clube que pode alcançar o CAC Ourique é o FC Bom Sucesso, que joga em casa frente aos Limianos.
Dia 28 de Abril pelas 21 horas pode ser o grande dia da consagração em Campo de Ourique!

L.P.


Automóveis

Peugeot 207 1.6 HDI Sport 110 CV
Postura dinâmica

Volvido um ano sobre o seu lançamento, o Peugeot 207 1.6 HDI 16v de 110 CV mostra que ainda está para as curvas. O nível de equipamento Sport reúne bons argumentos, ao passo que o bom comportamento dinâmico faz parte dos tradicionais pergaminhos da marca.

Ao Peugeot 206 coube-lhe a difícil tarefa de continuar as pisadas comerciais dos seus antecessores 205 e 206, que nos últimos 15 anos totalizaram as 10,5 milhões de unidades vendidas. Para além dessa missão, acrescia o facto de ter de conquistar o seu próprio lugar no competitivo segmento B.
E se a penetração no mercado não foi a esperada pela marca, o certo é que vemos muitos Peugeot 207 nas nossas estradas. Para isso contribui o leque de motorizações disponíveis, a qualidade de construção e materiais, o equipamento de série, o prazer de condução, entre outros factores.
Relativamente à versão1.6 HDI de 110 CV, esta revela dois atributos muito importantes. Primeiro, a boa capacidade de resposta ao acelerador, permitindo ritmos bem vivos e boas recuperações, pelas quais o turbocompressor é o grande responsável. Saliente-se que a subida de regimes é feita de forma muito progressiva.
Segundo, mesmo abusando do acelerador e de uma utilização essencialmente citadina, os consumos são bastante comedidos.
Neste Peugeot 207 1.6 HDI Sport o condutor pode usufruir de uma boa posição de condução, de uma correcta ergonomia de comandos e instrumentos e de uns confortáveis e envolventes bancos.
No entanto, o conforto pode vir a ressentir-se caso o condutor seja de altura acima da mediania portuguesa, já que criar espaço para os passageiros de trás obrigará a negociar a área disponível para o condutor.
Mas recordemos que não estamos perante uma berlinda familiar, pelo que em termos de argumentos existem outros capazes de convencer pela positiva. Uma delas é o conforto de rolamento e a boa digestão das irregularidades das nossas estradas.
Por outro lado, o comportamento em curva e a “agradabilidade” de condução, convidam a algumas escapadelas da cidade para ir devorar estradas sinuosas.
Caso essas razões não bastem, refira-se o seu perfil citadino - mercê das suas dimensões - e a boa resposta em baixos regimes, que fazem deste Peugeot 207 1.6 HDI Sport um bom compromisso entre a calma condução urbana (quando é possível) e uma utilização mais desportiva.

Ficha Técnica

Cilindrada (cc) 1560
Potência máx. (CV/rpm)
110/4000
Binário máx. (N.m/rpm)
245/1750
Emissões CO2 (g/km)
129
Velocidade máx. (km/h)
193
Aceleração 0/100 km/h (seg.)
10,1
Consumo misto (l/100 km)
4,9
Preço versão (€)
25.710

Túlio Gonçalves

Automóveis

Mitsubishi Colt 1.5 CZT
Um pequeno endiabrado

Para os condutores de espírito citadino que, todavia, não prescindem de um veículo de “coração grande”, o Mitsubishi Colt 1.5 CZT é uma proposta a ter realmente em conta. A isso pode somar-se uma condução desportiva, a facilidade de estacionar e uma estética cativante.

As dimensões deste Mitsubishi Colt 1.5 CZT adequam-se claramente a uma utilização urbana, sendo isso notório na altura de estacionar e arrefecer o coração da máquina.
O motor 1.5 Turbo MIVEC, com intercooler e 16 válvulas, que debita 150 CV às 6000 rpm e produz um binário máximo de 210 N.m às 3500 rpm permite-lhe fluir airosamente por entre o tráfego.
A caixa de cinco velocidades Getrag é uma boa aliada para explorarmos a boa resposta do propulsor em todo o leque de regimes.
A suspensão revela uma taragem firme e adequada a uma condução mais empenhada, acabando-se por perder algum conforto nas cada vez mais profusas picadas citadinas. Porém, isso é sobejamente compensado em auto-estrada ou percursos mais sinuosos, onde podemos desfrutar de todos os atributos e garra desportiva do Colt CZT.
Os consumos não chocam, tendo em conta o fôlego deste empolgante veículo, mas quem quer adrenalina tem de estar preparado para não lamentar o apetite da máquina. Refira-se que a marca anuncia um consumo misto de 6,8 l/100 km.
A posição de condução é correcta, os pedais em alumínio são eficazes e a direcção muito informativa. O equipamento é generoso, destacando-se os envolventes bancos tipo bacquet, o excelente volante em couro — que integra os comandos do rádio com leitor de CD —, o computador de bordo, os vidros eléctricos automáticos e o ar condicionado, entre outros.
Mas as vantagens deste pequeno endiabrado não respeitam só à vertente dinâmica ou equipamento. Numa observação menos atenta, poderá parecer que esta carroçaria de três portas terá algumas limitações em termos de habitabilidade.
Contudo, as aparências iludem e é fácil acomodar confortavelmente cinco adultos. O segredo está no banco traseiro regulável longitudinalmente, o que permite ajustar o espaço para as pernas dos passageiros.

Ficha Técnica

Cilindrada (cc) 1468
Potência máx. (CV/rpm) 150/6000
Binário máx. (N.m/rpm) 210/3500
Emissões CO2 (g/km) 161
Velocidade máx. (km/h) 210
Aceleração 0/100 km/h (seg.) 8,0
Consumo misto (l/100 km) 6,8
Preço versão (€) 28.890

T.G.

Feng-Shui

A Porta de Entrada

Feng-Shui significa «Vento Água», que são duas formas fundamentais de energia da vida.

O chi é a força vital presente em tudo e o propósito do Feng-Shui é ajudar a criar ambientes nos quais esta energia possa fluir naturalmente (nem depressa demais, nem com entraves que a impeçam de circular).

Se, na casa, a energia circular livremente, as pessoas que nela habitam sentir-se-ão também mais energizadas. Geralmente depois de se proceder a pequenas alterações em casa, acabamos por nos sentir mais bem dispostos e renovados.

Uma dica muito simples passa por mantermos a casa arrumada, sem acumulação de mobílias, papéis e afins (por exemplo, roupa guardada há anos no armário e que já não vestimos, revistas e jornais antigos que não voltaremos a ler, bujigangas que nunca utilizámos...). A desarrumação e a acumulação de muitos objectos origina energia estagnada e quando nos desfazemos de coisas que já não utilizamos ou que para nós não têm já um significado especial, estamos simultaneamente a desatravancar a casa, e simbolicamente a permitir a entrada de novas oportunidades nas nossas vidas. Convém interrogarmo-nos se realmente necessitamos de coisas que continuamos a guardar. Se não tiverem já qualquer utilidade, o melhor é desfazermo-nos delas.

A porta de entrada simboliza a entrada de energia na casa e por isso convém que abra sem obstáculos (bem oleada e sem móveis ou outros objectos por detrás). A porta principal e o hall de entrada é como se fossem um cartão de visita da nossa casa, basta pensar que nós próprios, ao entrarmos em casa, preferimos sentir harmonia a encontrar um espaço atolado de coisas, que apenas provocará uma sensação de desconforto.

Convém que o hall de entrada seja amplo ou que pelo menos esteja desobstruído, arejado e bem iluminado (para criar um ambiente acolhedor e convidativo ao entrar em casa). Se o hall for diminuto ou não apanhar luz natural, podemos ajudar o chi a fluir através da utilização de tons mais vivos que alegrem a entrada.

Não é conveniente ter a casa de banho ou a cozinha em frente à porta principal, pois como são zonas de escoamento, a energia ao entrar em casa, simbolicamente será também escoada (é importante em qualquer situação manter a porta da casa de banho fechada). Nestas situações, uma planta viva ou um objecto colocado entre a porta e a casa de banho, cozinha ou despensa (por ser uma área de armazenamento, com energia estagnada) ajudarão a equilibrar o fluxo de energia, pois esta ao entrar em casa, não se dirigirá de imediato para as zonas menos benéficas.

Relativamente à utilização de plantas, importa salientar que deverão estar bem cuidadas, pois folhas secas significam energia morta. Por este motivo, também é preferível ter flores artificiais (enquanto representação das plantas verdadeiras), em vez de flores secas. Também um quadro ou outro objecto alusivo a plantas simbolizam energia viva. Uma planta muito utilizada no feng-shui é o bambu, que simboliza protecção e longevidade.

Não é de todo recomendável ter um espelho em frente à porta principal, pois o chi mal entra em casa, em vez de se instalar e circular livremente, será irradiado de volta ao exterior. Já um espelho colocado ao lado da porta de entrada, poderá ajudar a tornar o hall mais amplo, sem prejudicar o fluxo energético.

Devemos prestar alguma atenção aos cantos, pois por norma acumula-se lá energia estagnada (se não há qualquer elemento que induza ao movimento, não haverá energia a fluir). Podemos colocar algo harmonioso nos cantos (por exemplo um vaso com uma planta), de forma a disfarçar as arestas mais bicudas, e permitir que a energia se mova.

Se a porta de entrada der para um corredor longo, podem colocar-se alguns objectos decorativos ou uma planta no corredor, para que o chi mal entre em casa, não se mova depressa demais através do corredor (pois assim o espaço não será devidamente energizado e as pessoas que residem na casa poderão sentir-se mais cansadas).

O mais importante é termos noção que, independentemente do tipo de entrada, podemos sempre fazer algo para ajudar a energia a fluir de forma mais harmoniosa.

Cristina Almeida