21.6.07

Editorial

Findada a euforia de Santo António, dos arraiais e das marchas populares chega o momento de um balanço.
Enquanto algumas marchas contestaram os resultados obtidos no desfile, a de Campo de Ourique, lamentavelmente, não desfilou!
É triste, muito triste, que um dos bairros mais carismáticos de Lisboa não consiga desfilar pelas ruas da Capital!
Não interessa, neste momento, saber as razões que a isso levaram, mas serão imensas, de certeza…
A entidade organizadora que sempre levou até à Avenida da Liberdade o que de melhor havia neste Bairro referiu situações impeditivas e intransponíveis que a explicar levariam a que as linhas deste meu editorial não chegassem para as descrever… mas não foi por falta de vontade, isso é garantido!
Aliás, chegámos mesmo a divulgar a sua presença que foi confirmada mas que afinal não se concretizou!
Com certeza que as entidades oficiais terão também as suas explicações, questões que neste momento não interessam para nada. O que interessa, e muito, é que sendo Lisboa uma capital composta por bairros e pertença de um país que vive do Turismo, não se pode dar ao luxo de faltar a marcha de Campo de Ourique!
Os turistas que nos visitam não saberão quais e quantos bairros tem Lisboa, mas nós sabemos, e a vergonha está mesmo aí!

Augusto da Fonseca

Madragoa marcha na Estrela

No próximo dia 24 de Junho, a Marcha da Madragoa vai ser a grande animadora da Feira Crafts & Design, no Jardim da Estrela.

O grupo, que ficou em nono lugar na mais recente edição das Marchas de Lisboa, vai reinterpretar o tema “Mar de Esperança”, uma homenagem à fadista Fernanda Baptista, que traz ao jardim Guerra Junqueiro cerca de 60 pessoas, entre marchantes e músicos.
Para além dos elementos da Colectividade Esperança Atlético Clube, o dia de São João vai ainda servir sardinhas ao público que por ali passar. Um prato que não alimenta estômagos mas que vai deliciar as almas e os livros de "sardinhas culturais", uns deliciosos marcadores de livros.
"Cultura Alfacinha" é o tema desta 10ª edição da Feira, que decorre entre as 9h e as 19 horas, uma proposta que tem em vista a celebração da época dos Santos Populares, dos arraiais, da canção de Lisboa, das sardinhas e dos manjericos, “que dão cor e aroma à cidade”!
Seja cerâmica, design, fotografia, ilustração, joalharia, moda, ou plantas aromáticas, aproveite para comprar um manjerico ou, porque “Santo António já se acabou e São Pedro está-se a acabar”, pode valer-se deste dia para comprar fantásticas obras de artesanato para no dia de São João poder brincar!
A Feira Crafts & Design existe desde Setembro de 2006, começou com 20 participantes mas actualmente são mais de 60 os criadores que ali se reúnem, no primeiro e último domingo de cada mês. A iniciativa destina-se a promover os trabalhos de criadores na área do artesanato contemporâneo, alternativo e do design. A organização é do grupo de artesãs Arquitexturas, com o apoio da Junta de Freguesia da Lapa e já foi destaque na capa da 2ª edição do Jornal do Bairro.

Mónica Almeida

Biblioteca recusa livros

POR FALTA DE ESPAÇO

As instalações da biblioteca da Junta de Freguesia de Santa Isabel tornaram-se demasiado pequenas para a função que deveriam cumprir: revestir-se de livros e abrigar leitores. A alternativa foi criar uma base de dados para ser consultada na internet podendo os exemplares ser requisitados pelos interessados.

À falta de outra biblioteca generalista na Freguesia de Santa Isabel, a Junta mantém um espaço que utiliza para amontoar manuais mas onde não pode receber os leitores. O motivo é simples: “falta de espaço!”, avançou Paulo Silva, vogal da Habitação, Comunicação e Ambiente.
Apesar de precária, a resposta tem vindo a ser dada aos fregueses, mas pior é a questão de se terem de recusar livros que a população deseja doar mas que, uma vez mais, não têm espaço para ser armazenados.
Segundo Paulo Silva, o ideal seria dispor de uma área para receber a população, destinada a biblioteca e a multimédia, com internet.
Na opinião do vogal, a dificuldade poderia ser ultrapassada se o Município cedesse à Junta o edifício que a ladeia e que desde o início do ano se mantém ocupada pelo Grémio de Campo de Ourique. Ali, as salas poderiam ser utilizadas pelas forças vivas locais, tanto para a exibição de exposições como para serem dinamizadas pelas associações culturais do Bairro, isto “sem haver necessidade de obras”, e ressalvando a ideia de que a intenção “não era transformar as salas em gabinetes”!
Contactado pelo Jornal do Bairro, fonte do Grémio avançou que apesar de já estarem a utilizar as novas instalações no Largo António Viana, a Instituição pretende manter a referida base também nas salas anexas à Junta.
Assim, resta ao executivo continuar a arrumar as cerca de 2.700 obras literárias nas águas furtadas, um espaço que na opinião do vogal não será o mais adequado.
Entre os manuais estão diversas publicações do pós-25 de Abril, mas “há de tudo, muito romance cor-de-rosa e literatura mais séria”. “Alguns livros estão desactualizados, mas servem sempre como memorial histórico” explicou Paulo Silva.

Ludobiblioteca é opção para jogos

Já na Freguesia de Santo Condestável, a grande aposta seguiu para uma Ludobiblioteca. Mais utilizada para fins lúdicos do que de para leitura, há quem se atreva a visitá-la para pôr o estudo em dia.
Como o próprio nome indica, o espaço conjuga as vertentes de Ludoteca e de Biblioteca e serve a Educação “não formal”, onde as crianças e os jovens podem brincar e aprender de forma livre e espontânea.
Coordenada pela educadora de infância Teresa Baptista, a Ludobiblioteca é visitada diariamente por cerca de 30 a 40 pessoas, sendo que a área dos jogos é a mais requisitada pelos jovens.
Neste momento os manuais destinados à leitura expandiram-se, graças às doações mais recentes e que subiram para cerca de mil o número de exemplares existentes. Teresa Baptista não tem dúvidas, “a maioria dos livros são destinados aos mais adultos”, pelo que todos os dias ali passam uma média de 5 pessoas para, folha a folha, os devorar.
Apesar de limitada a nível de quantidade, daí que também quanto à qualidade, a população de Campo de Ourique recebe ainda a visita da Biblioteca Itinerante Municipal de Lisboa. Um “ligeiro” sopro de Cultura que passa pelo Jardim Teófilo Braga na 1ª e 3ª quinta-feira de cada mês!
A não esquecer que no início do ano o anterior vereador da Cultura, Amaral Lopes, deixou a promessa para a abertura de um nova Biblioteca Municipal no Bairro, a localizar no antigo Cinema Europa.

M.A.

Leitura e Leitores em Campo de Ourique

Que eu saiba, nunca existiu uma Biblioteca em Campo de Ourique… minto! Houve uma pequena biblioteca Municipal, no Jardim da Parada, junto a um lago que já não existe, à beira de uma frondosa árvore, ainda existente. A biblioteca resumia-se a um pequeno armário metálico de cor verde, que continha umas escassas dezenas de livros. Estes podiam ser lidos “in loco” ou requisitados pelos leitores.
À volta de tal frondosa árvore, existia um banco redondo, onde os habitantes do Bairro, mais dados a estas coisas de Cultura, mergulhavam na leitura de livros e jornais, postos à sua disposição pela Câmara Municipal de Lisboa. Os funcionários responsáveis apresentavam-se impecavelmente fardados: azul escuro no Inverno, cinzento no verão, de boné posto e reluzentes botões metálicos alinhados no dolman.
Eram pessoas simpáticas, amigas dos jovens (e menos jovens) frequentadores da Biblioteca. Lembro-me, ainda, dos nomes de dois deles: o Ferdinando e o Rebelo.
Actualmente, na área ocupada por aquele pequeno espaço cultural, não existem árvores nem lagos, mas sim aquelas mesas, onde reformados, desempregados e desocupados se entregam a renhidos jogos de cartas.
A não existência de bibliotecas não significa que a população de Campo de Ourique ficasse arredada da Cultura, no seu sentido mais lato, nos anos de minha juventude e em épocas anteriores (isto há meio século, mais coisa, menos coisa…). A existência de dezenas de colectividades de recreio, algumas centenárias, onde o povo tinha acesso ao Ensino, ao Teatro Amador, à Música, ao Desporto; a existência de um Cinema (o Europa), de livrarias, de cafés, cervejarias e tabernas, onde o convívio não se limitava ao consumo e a conversas triviais; era tudo isto espaço de aprendizagem e de troca de conhecimentos e de experiências.
E existia (existe!) a Cooperativa “A Padaria do Povo”, fundada em 17 de Outubro de 1904, para fornecer pão mais barato às classes necessitadas de Campo de Ourique e Campolide. Aqui funcionou, a partir de 1919, a Universidade Popular Portuguesa, que muito fez pela Cultura Nacional, foi um foco de resistência à Ditadura do Estado Novo e tinha como principal animador o grande cientista e insigne democrata Bento de Jesus Caraça, um morador de Campo de Ourique.
Também não quero nem devo esquecer o “Carreira 9”, de saudosa memória, um jornal nascido e feito em Campo de Ourique, nos anos 50 do século passado. Pelas suas páginas passaram grandes cultores da palavra escrita, apesar de implacável censura, que tanto mal fez à Cultura, mas que tanto espicaçou o engenho e a arte de jornalistas e escritores, como, por exemplo, é o caso do dramaturgo Luís de Sttan Monteiro, que colaborou no “Carreira 9”, e morou e viveu em Campo de Ourique.
Para quando uma Biblioteca neste Bairro? E porque não um Cinema, um Teatro, um Centro Cultural? Parece-me que aqui existe um público para todas essas ofertas…

Fernando J. Almeida

População apreensiva

COM “JUSTICEIRO” AUTOMÓVEL

Já vão em dez os queixosos que se apresentaram na esquadra da Polícia de Segurança Pública de Campo de Ourique para denunciar a inscrição da palavra “passadeira“ na chapa das suas viaturas.

Apesar de ainda não ter surgido a necessidade de usufruir do parque coberto junto à Igreja de Santo Condestável, Teresa Ladeira já comprou um título de 25 euros que lhe garante estacionar com comodidade e em segurança no seu próprio Bairro.
O custo do bilhete pouco representa diante do prejuízo de que a freguesa já foi alvo bem em frente à sua porta.
A marca é sempre a mesma, a palavra “passadeira” riscada de forma bem explícita na pintura do automóvel. À semelhança de outros clientes que frequentam o estabelecimento de que é proprietária, também a chapa das viaturas de Teresa mereceram o auto vincado.
A comerciante já foi vítima de inúmeras surpresas desagradáveis, uma delas que a levou a mudar de carro, que “estava todo riscado” e cuja pintura seria na ordem dos mil euros. “Como mais cedo ou mais tarde tinha de mudar de automóvel, optei por comprar um novo”, declarou ao Jornal do Bairro.
Teresa assume que quando lhe foi passada a primeira “multa” estava realmente estacionada em cima da passadeira, mas a seguinte foi aplicada sem justificação e até incluía o desenho de uma espiral!
Trocada a viatura, a justiça voltou a ser aplicada no novo automóvel, um arranjo que ficou pelos 400 euros, talvez “por ter uma pintura mais nova”!
Ao que tem vindo a ser apurado pelos moradores, o “Justiceiro” faz das suas durante a noite, entre as 8h e as 20 horas, afinal “estacionamos o carro ao fim do dia e de manhã encontramo-lo todo riscado”. Segundo consta, a situação é provocada por “um velhote com alguma perturbação mental”, que vive na Rua Azedo Gneco, mas que “tem de ser apanhado e curado”, pois “não podemos andar a pagar a doença dele”!
A proprietária da papelaria não consegue definir um número de queixosos, mas sempre que se puxa a conversa surgem novas vítimas.
Deduções que são confirmadas pelo
Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública de Lisboa que aponta para 10 as denúncias apresentadas na esquadra de Campo de Ourique e que avança que “a situação ocorre no período nocturno e não há ainda qualquer suspeito identificado”.
“Ainda hoje aqui esteve uma senhora que tem um carro preto todo riscado”, mas como o “ataque” é sempre uma incógnita, “já nem pensa em investir numa nova pintura”…
Contornar os obstáculos existentes nas ruas do Bairro não é pêra doce! Que o digam os invisuais, deficientes motores ou simples “condutores” de carrinhos de bebé. Os automóveis multiplicam-se por cima das passadeiras, em segunda fila ou frente aos “estacionamentos proibidos”!
Com ou sem perturbação mental, a verdade é que o sujeito invisível que faz tal “justiça pelas próprias mãos” causa danos económicos aos proprietários das viaturas, assusta-os mas não os impede de repetir a ilegalidade, afinal a falta de lugares de estacionamento é uma realidade em Santo Condestável!
Teresa não conhece o suspeito nem o deseja, “para não me chatear”, mas afirmou que “é muito triste haver gente a fazer isso”...
A noite da saída desta edição do JB é a mais pequena do ano, mas grande o suficiente para que o “Justiceiro” possa voltar a atacar. “É inacreditável que ainda não o tenham conseguido apanhar”, lamentou Teresa Ladeira.

M.A.

Requalificação da Bela Flor

AVANÇA SEM APOIOS

Os projectos inseridos na “Agenda 21”, que tinham em vista a requalificação da zona envolvente da Quinta da Bela Flor, vão avançar apesar da falta de apoios tanto da Câmara Municipal como das entidades privadas.

Foi no início de Abril que a Quercus deu a conhecer o “Agenda 21”, um conjunto de três projectos de intervenção na cidade que tinham em vista requalificar o espaço público e o envolvimento da comunidade escolar na defesa do desenvolvimento sustentável. O executivo de Campolide foi o primeiro, e ao que agora se constata, único parceiro interessado.
O plano visava prolongar o trajecto da carreira 71, que faz actualmente o percurso entre o Bairro da Serafina e a Estação de Campolide e a criação de uma área florestal com diversas espécies, uma área de lazer a ser utilizada pela população no Bairro da Bela Flor.
Segundo António Horta Pinheiro, vogal do Ambiente na Junta de Freguesia de Campolide, o plano foi cancelado por falta de apoios, mas o engenheiro Carlos Moura, anterior presidente da Quercus do núcleo de Lisboa, declarou ao Jornal do Bairro que se tenciona manter envolvido, “acarinhei este projecto, coordenei-o e sei que tem todas as condições para avançar”, justificou.
A “Agenda 21” foi por várias vezes debatida mas não chegou a ser apresentada à Assembleia da República, ainda assim “estamos a promover esforços para avançar com o apoio de outras associações”.
Horta Pinheiro não se conforma com a decisão, “gostaríamos que o projecto fosse apoiado e não acabasse”, tendo mesmo iniciado protocolos e conseguido estimular a comunidade a participar na iniciativa. Reconhecendo que sem a Quercus “o enquadramento a fazer será mais complicado”, o objectivo é agora pausar e regressar ao activo em Setembro, altura em que se vai proceder à plantação de inúmeras árvores na área, como pinheiros de alepo, choupos negros e outras espécies do género dos prunos silvestres e das figueiras.
Após a concretização de inúmeros estudos de impacto ambiental, de ruído e mesmo de inquéritos à população, a Junta de Freguesia considerou o projecto “muito bom” e integrou um funcionário permanente na zona envolvente. Segundo o vogal do Ambiente, este emprego vai ser mantido mas o intuito seria estender a oportunidade a outros profissionais e gerar mais postos de trabalho.
Para além disso, “conseguimos envolver a comunidade e fizemos uma limpeza no parque” com a ajuda dos escuteiros e da Cooperativa da Bela Flor.
Apesar de já não presidir o núcleo a associação de conservação da natureza, Carlos Moura tem vindo a colaborar com os condomínios para em conjunto promoverem iniciativas de limpeza da área que envolve a zona residencial.
Um projecto que sem equipa se irá deparar com enormes dificuldades mas do qual Horta Pinheiro não está disposto a desistir, afinal “assumimos um compromisso e esta é uma zona exemplar” para o colocar em prática, avançou.
Segundo Carlos Moura, as questões de inviabilidade económica são uma realidade em vários países, mas a vontade é essencial para, ainda assim, levar os projectos-piloto avante.
Recorde-se que a “Agenda 21” seria um programa de acções que recebeu o contributo de governos e civis em 179 países, juntos no objectivo de passar da teoria à prática na área do ambiente, um factor essencial para a melhoria da qualidade de vida da população e do desenvolvimento.

M.A.

Desporto

Clube de Patinagem de Lisboa
COMPROMETIDO POR FALTA DE PAVILHÃO

O Clube de Patinagem de Lisboa é apoiado pela Junta de Freguesia de Sta. Isabel e faz um ano de existência em Setembro. O Jornal do Bairro foi saber junto do seu presidente, Bruno Carvalho, como tem corrido a aventura de constituir e gerir um clube e quais as suas maiores dificuldades e objectivos.

“...O nosso futuro está sempre comprometido com o objectivo principal, que é o pavilhão”

Que balanço faz desde que fundou o CPL?
Ainda não completámos um ano de existência, mas tem superado as nossas expectativas. Se fizermos uma comparação com outros clubes chegamos à conclusão que, em termos de atletas, estamos quase ao mesmo nível. E nunca fizemos publicidade.
Isto só prova que existem jovens que querem praticar desporto mas não há clubes com as modalidades que lhes interessam. E depois queixam-se que eles estão cada vez mais obesos, pudera… não praticam desporto! E porquê? Porque não há modalidades que os cativem. Foi para suprimir essa falta que surgiu o Clube de Patinagem de Lisboa. Neste momento o nosso maior receio é sermos vítimas do nosso próprio crescimento acelerado. Ainda não temos condições mínimas para organizarmos provas. Para terem uma ideia, desde Novembro de 2006 que estava marcado um Torneio, a Taça Santa Isabel para Maio de 2007, que contaria com o apoio da Junta de Freguesia de Santa Isabel e chegada a altura foi cancelado. Porque não se chegou a acordo com os responsáveis gestores do pavilhão em causa e não existiam alternativas válidas para a realização do mesmo.

Quais as maiores dificuldades que teve?
Sem dúvida que é conseguir um pavilhão com as condições mínimas para a prática da modalidade. Porque há sempre aquele estigma dos patins… qualquer pessoa pensa que eles danificam o pavimento de madeira, o que não corresponde à verdade. Porque as rodas utilizadas na Patinagem Artística têm uma dureza de metade das do Hóquei em Patins. E se os clubes que têm Hóquei em Patins, os pavimentos duram mais de 15 anos, logo, não podem ser os patins a danificar o pavimento. O que realmente acontece é que os patins “limpam” o chão, para isso basta usarem rodas novas ou limpas e verem o seu estado após um treino. Os ténis sujam e danificam os pisos. Porque os ténis andam na rua e os patins só são usados no pavilhão.

Sabendo que o clube tem uma vertente voltada para os jovens, que apoios têm?
A C.M.L. disponibilizou-nos um pavilhão, mas infelizmente era só para alguns sábados, o que nos levou a declinar o apoio. Mas para a próxima época ficaram de nos facultar um, numa base regular. Até já solicitámos algumas horas no futuro pavilhão Municipal de Campo de Ourique, que será gerido pela LX Desporto.
Neste momento temos o apoio da Junta de Freguesia de Sta. Isabel, que tem procurado incansavelmente um pavilhão na Freguesia, com condições mínimas. Temos um protocolo com a Escola Pedro Nunes, onde já realizámos algumas sessões de “recrutamento” de jovens para a modalidade.
Temos o apoio de alguns patrocinadores e assim que começarem as provas já teremos mais empresas a apostarem no nosso trabalho.
Apesar destes apoios, eles ainda são insuficientes, para o clube ter condições comparáveis a outros clubes da Freguesia.

Quais os objectivos para o futuro a médio e a longo prazo?
A curto/médio prazo é solicitar o estatuto de utilidade pública desportiva, conforme última Assembleia-Geral de sócios.
Acredito que ao fim de 2 anos, se o clube tivesse à disposição, mesmo alugando como fazemos agora, um pavilhão com condições mínimas, teríamos facilmente 60 a 80 atletas só de Patinagem Artística. E nos próximos 4 anos poderíamos mesmo chegar aos 100 atletas.
Mas o nosso futuro está sempre comprometido com o objectivo principal, que é o pavilhão. Se tivermos um pavilhão em condições, até podíamos ter outras modalidades, como o Andebol, que a par da Patinagem Artística tem ficado para trás no desporto desta nossa Lisboa.

Qual é a maior ambição que tem para o clube?
Facultar condições para a prática de várias modalidades, porque o clube foi criado para colmatar a falta de clubes de Patinagem Artística dentro da cidade de Lisboa. Mas à medida que vamos contactando com o meio desportivo, vamos constatando que há falta de espaços desportivos dentro da nossa cidade, para diversas modalidades. É verdade que a CML aprovou em Janeiro deste ano um projecto para aumentar para 60 os complexos desportivos da cidade e que serão geridos por uma entidade já existente, chamada LX Desporto. Alguns complexos desportivos já têm datas de conclusão, mas até lá vai deixar muitas modalidades sem actividade.

Qual foi a maior felicidade que teve enquanto presidente?
Cada atleta que se inscreve, para mim, é uma felicidade. Porque é uma pessoa que acredita no nosso projecto e isso não se compra nem tem preço.

E o maior desgosto?
Acho que já devem ter dado por isso… A falta de um pavilhão com condições mínimas para a prática da Patinagem Artística.

Como são as relações com o outro clube de patinagem na Freguesia, no caso o CACO dado haver rumores de um certo litígio entre as partes?
Não são boas nem são más. Oficialmente são inexistentes.
O CACO não tem condições para ter outra actividade de pavilhão, pelo menos numa base regular, por terem o Hóquei e por não haver consenso interno sobre outras modalidades.
Creio que todos os habitantes de Campo de Ourique, já foram ou já tiveram familiares sócios, atletas ou seccionistas do CACO, portanto conheceram o tempo áureo e conhecem-no agora.
Apesar da equipa sénior ter sido campeã nacional e desde já aproveito a oportunidade para felicitar toda a equipa que esteve e está actualmente em funções, isso só não chega. Até podiam não ter sido campeões, mas uma vez que tem condições para isso, poderiam ter mais modalidades, como tinham quando eu era atleta de andebol.
O CACO já foi um grande clube, mas está a sufocar devido ao peso da idade. Por mais tempo e dinheiro que lá se gaste, e eu falo com experiência própria, é mais fácil criar um clube novo e começar do zero, sem estigmas, sem ódios e sem rancores.

Qual a pergunta que gostava que lhe tivesse feito e que não fiz?
Gostava que o Jornal mostrasse o que é a modalidade de Patinagem Artística e publicitasse as nossas actividades. Desde já os convido para assistirem ao Torneio Jovem APL, que se realizará nos dias 7, 8 e 14 e 15 de Julho. No primeiro fim-de-semana será em Porto Salvo, no novo pavilhão dos Leões de Porto Salvo. No segundo fim-de-semana será no pavilhão da Sociedade Recreativa de Santa Susana e Pobral, em São João das Lampas. Se necessitarem de transporte, faço questão que venham connosco, porque há lugares de sobra.

L.P.

Automóveis

Toyota Corolla 1.4 D-4D Sol
Cinco estrelas

A nova geração do Toyota Corolla viu os seus atributos revistos em alta, revelando-se a versão 1.4 D-4D Sol como uma proposta de combate. Para tal conta com um equipamento bastante completo, um grande conforto, um motor que surpreende pela positiva e, talvez o mais importante, um preço justo.

Um dos próximos ensaios do JB será respeitante ao Toyota Auris 1.4 D-4D Sol, para o qual augurávamos um desempenho motriz um pouco superior ao do Corolla 1.4 D-4D, talvez devido à influência psico-desportiva da sua carroçaria.
Todavia, temos de reconhecer que a resposta do 1.4 D-4D é mais agradável no sedan, o que acabou por nos surpreender. Ou seja, os mesmos 90 CV debitados às 3800 rpm e os 190 N.m constantes entre as 1800 e as 3000 rpm mostram, face ao Auris, um maior fulgor na subida de regime. Estando à altura de todas as solicitações, a citada subida é progressiva e consistente. Aliás, o teste “subida da Avenida Duarte Pacheco” não engana.
Fomos ainda conquistados pela boa ergonomia dos instrumentos — cujo design é muito agradável — e pelo vasto equipamento que recheia o espaçoso habitáculo do novo Toyota Corolla. O espaço para as pernas e a cabeça foi aumentado, enquanto os passageiros traseiros viram o conforto melhorado através da adopção de um fundo plano. Frise-se também a maior volumetria da bagageira, resultado da redução de espaços supérfluos entre a carroçaria e o revestimento.
A posição de condução é boa devido à já citada ergonomia e ao facto do ponto de anca dos bancos dianteiros ter sido elevado. Isso garante maior conforto e melhor visibilidade.
A nova suspensão dianteira é outro dos nóveis argumentos desta geração Corolla, pois é notória a redução de vibrações e ruídos-parasita, especialmente em cidade. Aliada ao novo chassis, assegura um melhor comportamento dinâmico, uma elevada estabilidade e uma boa resposta da direcção.
A segurança deste Corolla 1.4 D-4D Sol (5 estrelas EuroNCAP), está a cargo de inúmeros dispositivos, entre os quais os nove airbags, o ABS + EBD, a assistência à travagem (BA), o controlo de estabilidade (VSC) e o controlo de tracção (TRC).
Resta referir o preço de combate e a grande economia deste motor. Enfim, um automóvel cinco estrelas.

Ficha Técnica

Cilindrada (cc) 1364
Potência máx. (CV/rpm) 90/3800
Binário máx. (N.m/rpm) 190/1800~3000
Emissões CO2 (g/km) 128
Velocidade máx. (km/h) 175
Aceleração 0/100 km/h (seg.) 12,0
Consumo misto (l/100 km) 4,9
Preço versão (€) 26.546

Túlio Gonçalves

Automóveis

Suzuki SX4 1.6 L DDiS GL
Jovial e económico

Com a nova versão Diesel do Suzuki SX4, a marca japonesa disponibiliza no mercado uma opção com bastantes atractivos. A seu favor tem a relação preço/equipamento, a economia e desempenho do 1.6 DDiS, o conforto e habitabilidade e, por fim, uma estética diferente.

Com o motor Diesel de 1.6 litros (de injecção directa common rail), que debita 90 CV às 4000 rpm e 215 N.m às 1750 rpm, o novo Suzuki SX4 1.6 DDiS GL Outdoor Line tem nas suas emissões de CO2 um bom trunfo para enfrentar o novo esquema de tributação automóvel, em vigor a partir de 1 de Julho.
Entre os seus atributos contam-se ainda os baixos consumos, mesmo em cidade, um bom nível de conforto, uma boa resposta motriz e uma grande agradabilidade de utilização.
Espaçoso para o seu segmento, este compacto acomoda confortavelmente cinco adultos, sendo que a volumetria da mala (entre 270 e 1045 litros), não o envergonha.
O design deste hatchback, cativante e fora do comum, foi desenvolvido sob o conceito “X-Over Revolution”, que combina o garbo dos compactos familiares com o conforto, resistência e dinamismo dos SUV. A comprová-lo temos a largura das suas vias (1.500 mm x 1.495 mm, respectivamente), que lhe confere uma boa estabilidade em curva.
A ampla superfície vidrada e a elevada posição de condução, servida por uma boa ergonomia dos instrumentos e equipamentos, são ideais para uma condução urbana. Em estrada a resposta do Suzuki SX4 1.6 DDiS GL vê-se algo limitada pelos seus “familiares” 90 CV.
Entretanto, a suspensão revela um bom compromisso entre conforto e desempenho, possibilitando curvar depressa em estrada e absorver sem medo as agressões dos pisos urbanos.
Ao nível da segurança — o Suzuki SX4 obteve a classificação de 4 estrelas nos testes Euro NCAP —, pode dizer-se que a versão GL não teme a sua concorrência directa. O leque de equipamento é vasto, destacando-se o volante com comandos áudio integrados, os vidros dianteiros eléctricos, o banco do condutor regulável em altura, retrovisores eléctricos, entre outros itens.
Poderá desfrutar de todos os atributos deste nipónico, por 21.990 euros, valor que lhe confere um excelente posicionamento comercial.

Ficha Técnica

Cilindrada (cc) 1560
Potência máx. (CV/rpm) 90/4000
Binário máx. (N.m/rpm) 215/1750
Emissões CO2 (g/km) 139
Velocidade máx. (km/h) 175
Aceleração 0/100 km/h (seg.) 12,2
Consumo misto (l/100 km) 5,3
Preço versão (€) 22.000

T.G.