5.7.07

Editorial

No momento em que atingimos os seis meses de edições periódicas, parece-me ser de bom-tom fazer um balanço sobre estas doze primeiras publicações.

Como prevíamos, este jornal gratuito alcançou e abrangeu um mercado por si próprio difícil, de certa forma devido à conjuntura política que o país atravessa, mas o mais completo possível. O Jornal do Bairro é o único distribuído nesta área que está verdadeiramente junto da população residente e do comércio em geral, tratando apenas a informação pertinente e relativa a toda a zona Ocidental da Cidade de Lisboa, não descurando a isenção, lealdade e transparência, tão precárias nos dias de hoje!

É com enorme agrado e prazer que nos deparamos, todos os dias, com reacções sempre positivas a este projecto inédito na nossa sociedade. Fomos os primeiros e únicos, até agora, a chegar a todas as actividades económicas tão necessárias à sustentação da vida metropolitana actual. É nos bairros de Lisboa que a vida real acontece e o interesse que suscitamos prende-se fundamentalmente com a curiosidade de se saber o que está a acontecer à porta da nossa casa e não o que aconteceu do outro lado do mundo! Isto é demasiado importante para ser levianamente ultrapassado, até porque a informação que facultamos vai ser directamente consumida pela verdadeira razão de ser da nossa existência.

Criámos um conjunto de cadernos temáticos que se irão referir a cada uma das freguesias que abrangemos, como aconteceu com o destacável de postais e poemas feitos por Instituições sedeadas nos Prazeres. É nosso intuito, passo a passo, aproximar a população do seu executivo e também do comércio local, como é exemplo o Roteiro Gastronómico e o serão as imobiliárias, os bares, as escolas ou as casas de decoração.

Começámos nos Bairros de Campo de Ourique, Amoreiras, Campolide, Estrela, Lapa, Prazeres e Alcântara como locais de expansão e referência e acabámos de chegar a São Sebastião da Pedreira, alargando deste modo a nossa zona de intervenção.

Ambiciosamente, já atingimos perto de 400 mil domicílios e essa é uma razão forte o suficiente para nos mantermos alerta e activos.

Augusto da Fonseca

Josefa de Óbidos

ANO LECTIVO ENCERRA COM ARRAIAL

Pelo segundo ano consecutivo, a Escola Secundária Josefa de Óbidos marcou o final do ano lectivo com um Arraial onde foram distribuídos prémios aos alunos mais dedicados e sorrisos dos pais mais “inchados”.

Pouco antes das 19 horas, o recinto da Escola Secundária Josefa de Óbidos deixava já escapar um guloso aroma a assados e uma alegre banda sonora que, noite a fora, contribuiu para a dança e para o convívio entre alunos e alunas, situação ora habitual mas impensável há décadas passadas.
Enquanto dois coelhos - mascotes do Estabelecimento de Ensino que andam soltos “e nunca fugiram daqui” - vagueavam pelo átrio, a equipa técnica preparava a recepção aos alunos. Segundo Arlindo Abreu, membro da organização, este Arraial teve como principal objectivo “incentivar o convívio entre os alunos e fazer a entrega dos prémios 2006/07”.
Mas desenganem-se os meros estudiosos, pois segundo Arlindo Abreu, ser bom aluno não se mede aos vintes, estando o critério para seleccionar os vencedores relacionado com “o comportamento, as notas e a camaradagem”. “Há vários parâmetros que são complicados e nem todos lá conseguem chegar”, explicou o elemento da organização.
Ainda o relógio não atingira a hora certa, já alguns estudantes tinham efectuado o pagamento simbólico de um euro e se começavam a acomodar nas mesas dispostas para o efeito.
Entre caldo verde, sardinhas, febras e bebidas – alcoólicas só para maiores de 18 – a festa foi-se compondo acabando por atingir uma média de duzentos presentes, um número bastante distante do ano de 2005/06, que esteve na ordem dos 500.
“Esta é uma festa simbólica em que as pessoas têm a possibilidade de comer uma sardinha assada, participar numa festinha, ouvir uma música…”, declarou Arlindo Abreu.

30 alunos premiados

Na opinião da organização, este género de iniciativas “puxa os jovens para outros ambientes”, que não os da exclusão, pois “estão empenhados no convívio são e na boa camaradagem”.
Já a lua brilhava quando a música cessou para dar lugar ao tão aguardado momento da entrega dos prémios, altura de regozijo para 30 premiados. Sem ouros ou medalhas e porque a verba não o permitiria, os melhores alunos foram congratulados com cd’s e diplomas.
Para além da adesão dos jovens, também os encarregados de educação participaram no manifesto, talvez porque “gostam de ver os filhos receber os prémios e tirar umas fotografias”. Segundo Arlindo Abreu, este ano a afluência ficou algo comprometida pela data e facto de haver algumas pessoas que já foram de férias...
Mas porque as presenças mais importantes são as que estão, a festa prosseguiu noite dentro, encerrando por volta do soar das doze badaladas.
À questão colocada pelo Jornal do Bairro, “ser bom aluno compensa?”, Arlindo foi explícito e sucinto, “ser bom aluno e não só, porque há bons alunos que não vão receber prémio”!

A origem de Josefa

O local onde se situa a Escola Josefa de Óbidos era, há cerca de seis décadas, “um terreno descampado, limitado a sul pela Rua Possidónio da Silva e a nascente por um edifício estatal que albergava a assistência infantil da Freguesia de Santa Isabel”.
A Escola foi inaugurada em 1952, ano em que também nasceu a Igreja de Santo Condestável. Aquando a sua criação, a Escola Industrial Josefa de Óbidos ministrava a raparigas o ensino correspondente ao Preparatório, sendo que algumas das disciplinas eram trabalhos manuais - modistas e bordados, ginástica, desenho, ciências geográfico-naturais e canto coral. Depois do Preparatório, as alunas podiam optar pelo Curso de Formação Feminina que tinha 3 anos de duração e onde se podia aprender as disciplinas de Higiene e Segurança no Trabalho, Economia Doméstica, Tecelagem, Físico-Química, Português, Francês, Inglês ou Matemática.
Recorde-se que a escolha da patrona Josefa de Óbidos deveu-se à personalidade da figura adoptada, como mulher, artista, pintora, religiosa e humanista.

Mónica Almeida


Ricardo Falcato

O CONTADOR DE HISTÓRIAS

À semelhança da sua antecessora Livraria Barata, também a Bulhosa tem vindo a dinamizar um conjunto de iniciativas que têm em vista animar e entreter as crianças em Campo de Ourique.

Ao longo dos seus dois meses de funcionamento e para além dos eventos “Conta-me Histórias”, a Livraria tem chamado a si alunos de estabelecimentos de ensino locais que, através de marcação prévia, aproveitam o final da manhã para ouvir narrativas de encantar.
Ricardo Falcato
reconhece o poder da imaginação infantil e é com alegria que afirmou ao Jornal do Bairro que, várias vezes, “quando as crianças passam na loja e me vêem no balcão, largam os pais e atiram-se para o meu colo a pedir que lhes dê um livro ou lhes conte uma história”.
Só por isso deve valer bem a pena cada conto de encantar…

Há quanto tempo é que se dedica à ternurenta missão de contar histórias às crianças?
Na verdade comecei num dia chave, 1 de Junho, Dia Mundial da Criança. Curiosamente, nesse dia tive um infantário presente e foi uma tarde muito animada, tanto para a loja como para as crianças. Dediquei-me a contar histórias quando vim trabalhar para a Livraria Bulhosa. Se bem que o meu primeiro emprego foi num infantário e durante oito anos dei catequese, mas sempre gostei de contar histórias a crianças!

Ao longo da semana, quantos miúdos passam por aqui?
Nas últimas semanas, somando as escolas e infantários que passam pela nossa loja, temos tido entre 60 a cem crianças a frequentar o nosso espaço.

As iniciativas promovidas nos dias úteis destinam-se apenas a escolas?
Como sabe, Campo de Ourique é um Bairro familiar e ainda há muito o costume do “passa palavra”. Após a primeira iniciativa que tivemos com o infantário Dom João II, já passaram por cá a Escola E.B.1 Santo Condestável e na passada semana promovemos três sessões de leitura para o Jardim Infantil Santo Condestável.
Sendo que as escolas contactam entre si, as actividades promovidas durante a semana são agendadas com marcação prévia. Todavia, é uma iniciativa que está aberta a todas as crianças e a todos os adultos que nos queiram visitar.
Queremos fazer da nossa loja, à semelhança do comércio tradicional, não só um espaço para ganhar dinheiro, mas sobretudo um espaço onde circule a Cultura quer seja nas actividades para crianças, no Clube de Leitores, no Música na Bulhosa, entre outras actividades que esperamos vir a desenvolver. Julgo que as livrarias são um espaço de divulgação cultural, embora nos dias de hoje isso esteja um pouco esquecido...

Qual foi o livro que mais emocionou os seus ouvintes?
Foi sem dúvida alguma “O Nabo Gigante”, do Alexis Tolstoi. É uma história bastante engraçada, que se transforma em lenga–lenga e que permite uma interacção fantástica com as crianças.

Tem alguma história engraçada para nos revelar?
Que se tenha passado comigo e com as crianças? Sim. Com muita frequência quando as crianças passam na loja com os pais e me vêem no balcão, largam os pais e atiram-se para o meu colo a pedir que lhes dê um livro ou lhes conte uma história. Julgo que, e segundo os comentários de alguns professores, a minha imagem, na cabeça deles, está associada aos livros e às histórias.

Que género de perguntas é que um simples conto pode suscitar?
Na escolha das histórias temos de ter um certo cuidado. Como deve calcular, as crianças têm uma imaginação infinita. Os contos suscitam muitas vezes perguntas acerca da sua própria conduta, pois todos eles têm uma moral, que passa ou não de forma subliminar. Recordo-me de ter contado “Gabriela e a espreitadela” e das crianças me perguntarem se deviam ou não ser curiosas e quais os problemas que daí poderiam advir. E, mais curioso ainda, estou a falar de crianças entre os 3 e os 6 anos.

Para além do entretenimento, que outras funções é que têm estas iniciativas?
Para além do entretenimento que suscitam os contos nas crianças, o principal objectivo destas iniciativas é despertar nelas o gosto para a leitura. Logo desde cedo. Posso dizer-lhe que tenho um menino, que nos visita todas as semanas com apenas dois anos que não se mexe do lugar enquanto não acabo de contar a história.

Sente um nervoso miudinho antes de cada sessão?
Confesso que sim. Mas é um nervoso que desaparece logo que começo a contar a história e a interagir com as crianças.

E qual é a sensação com que fica quando as crianças se retiram?
Fico triste por se irem embora e ao mesmo tempo a sensação de dever cumprido, pois saem sempre com um sorriso nos lábios e com a promessa de voltar. Isso é muito gratificante para quem desenvolve este tipo de trabalho.

M.A.

Mostra “Convívio de Gerações”

ELÉCTRICO SAI PREMIADO

No passado sábado, dia 30 de Junho, os vencedores do concurso de fotografia “Campo de Ourique, convívio de gerações”, receberam os seus prémios numa cerimónia que decorreu no Jardim da Parada. A efeméride contou com a presença do presidente da Junta de Freguesia de Santo Condestável, Luís Gonçalves, a representante da loja Instanta, Anabela Pedro e José Zaluar Basílio.

Para além de ser um dos mais emblemáticos bairros de Lisboa e apesar da visível escassez de iniciativas do género, ficou provado que Campo de Ourique é casa de bairristas que podem e sabem conviver entre si.
A ideia surgiu de uma conversa entre Anabela Pedro e um cliente da loja, o senhor Basílio, que acabou por fazer parte do júri.
Com a intenção de divulgar a fotografia em Campo de Ourique, “que é muito característico”, as cartas foram lançadas sendo a proposta “colocar em fotografia a convivência intergeracional dos residentes e também a riqueza do Património onde o antigo se mistura com o novo”.
Foram 40 os interessados que agarraram as cartas e que de imediato enveredaram pelo Bairro, espiando o que de melhor e mais sugestivo havia para fotografar. O resultado foi surpreendente, tanto nos exemplares a cores como nos a preto e branco, “houve perspectivas muito simpáticas e com ângulos espectaculares”, sem esquecer as pérolas aperfeiçoadas com o programa photoshop.
A grande aposta dos fotógrafos disparou sobre cerca de 15 àguas furtadas, a tão nobre Maria da Fonte, o próprio Jardim da Parada ou a Igreja de Santo Condestável.
No concurso participaram pessoas dos 8 aos 80 anos, algumas delas “vinham até à loja pedir uma opinião”! Segundo a gerente, “é engraçado porque o tráfego de interessados em fotografia varia, tanto aqui vêm idosos como se juntam vários carrinhos de bebé”.
Os transeuntes que olharem para lá do reflexo que bate na montra da Instanta poderão ver a realidade que paira nos olhos dos fotógrafos ali representados. Numa moldura, em destaque, ergue-se a fotografia vencedora, um eléctrico bem amarelo que se distingue do fundo a preto e branco - que agarra a velocidade do veículo que passa e que torna a Igreja de Santo Condestável ainda mais antiga do que já o é. Anabela Pedro confessou ao Jornal do Bairro que a decisão do júri foi unânime, “é óbvio que existe aqui um trabalho gráfico”, mas a imagem cumpriu os requisitos exigidos, daí a legitimidade da vitória.
O critério de escolha teve em conta “o inovador” que, em simultâneo, “caracterizasse Campo de Ourique”. Assim, “nada melhor do que o eléctrico 28” para alcançar este primeiro prémio.
Quando contactou o fotógrafo amador, Anabela Pedro foi surpreendida com a euforia de Ricardo Vidal, “tenho a impressão que se estivesse ao pé de nós tinha-nos pegado ao colo, ele até perguntou: ‘como é que isto me aconteceu? Nunca tinha ganho nada na vida”’, declarou a júri.

Obras serão expostas na Junta

Apesar da mostra se ter concretizado, alguns percalços contribuíram para que, por duas vezes, a exposição tivesse de mudar de pouso. O anúncio oficial apontava para se realizar na Cooperativa Padaria do Povo, uma intenção que teve de ser alterada visto que a casa centenária estava em obras.
Conforme o Jornal do Bairro noticiou na 10ª edição, as fotografias deveriam ser expostas no Auditório da Junta de Freguesia de Santo Condestável, mas uma vez mais os planos foram alterados, pois a infra-estrutura não poderia ser utilizada na data definida e “como não pretendemos fugir ao que foi dito inicialmente, cumprimos o timing e colocámos as 10 melhores fotografias na montra e as 41 melhores no interior da loja”.
Uma decepção, talvez, para os restantes participantes no concurso que não conseguiram trazer à vista da população os seus trabalhos. Ainda assim, ficou a promessa de se fazer justiça às fotografias para já encarceradas, “está combinado com o presidente da Junta fazermos uma mostra com a totalidade das fotografias mais tarde, no auditório da Freguesia”, avançou Anabela Pedro.
Para além do eléctrico exposto em quadro elevado, a montra da loja na Rua Infantaria 16 exibe outra fotografia simples e vistosa, a fachada de um edifício que se situa bem em frente ao Jardim da Parada e que garantiu o segundo prémio a Joana Sacadura. Segundo Anabela Pedro, a selecção foi feita por “representar as casas de Campo de Ourique, com as flores à janela e com os azulejos azuis bastante simétricos”. Um conjunto de paladares visuais aliados ao condimento essencial, “a fotografia está muito bem tirada”!
Já o terceiro prémio foi arrecadado por Ana Margarida Coito e corresponde à imagem de um idoso, sentado num banco do Jardim Teófilo Braga, vulgo Parada. O senhor está pensativo, talvez elevando seus pensamentos à altura dos pássaros que por ali voam, enquanto, ao fundo, duas crianças brincam com descontracção, a prova viva de que “as gerações se sucedem de forma multicultural”…
A exposição das fotografias mantém-se na Instanta até à segunda semana de Julho.

M.A.

Jardim da Estrela

CIRCUITO PERDE PEDALADA

Volvidas poucas mais de duas semanas da sua inauguração, o Circuito de Idade Maior, no Jardim da Estrela, tem vindo a ser bastante utilizado pelos idosos mas uma das máquinas já perdeu um pedal!

A prática de exercício físico constitui uma das melhores salvaguardas para a saúde de qualquer um, em especial dos mais velhos, que por vezes se deixam entorpecer na comodidade do lar esquecendo a necessidade de combater o sedentarismo. Apelidado pelos seus mentores de primeiro espaço de manutenção vocacionado para a prática de desporto sénior no centro de Lisboa, o Circuito de Idade Maior tem em vista servir maiores de 50 anos, não só a título de exercício físico como também com dicas e conselhos úteis próprios para essa faixa etária.

É junto ao Parque Infantil que surgem os primeiros equipamentos. Subtis, mas bem localizados, vão-se alastrando pelo Guerra Junqueiro, num total de 8 máquinas.

Cada qual com frente e verso e respectivo manual de instruções, a sugestão varia, exercícios para antebraços, aquecimento dos membros inferiores e superiores – com destaque para um equipamento destinado a utilizadores em cadeira de rodas, degraus para aumentar a força muscular e reduzir o risco de quedas, alongamento dos músculos posteriores da coxa, fortalecimento de tronco e membros superiores ou afundamento parcial, cuja prática aumenta a força e flexibilidade.

Para além de explicarem a melhor forma de utilização e a vantagem de cada exercício, os equipamentos avançam ainda explicações e conselhos aos seniores, quanto à menopausa, à necessidade de uma alimentação mediterrânica – rica em vegetais – e equilibrada, aos malefícios do álcool, à osteoporose, à hipertensão arterial ou aos malefícios do álcool.

“Verão Quente” na Crafts & Design

Quando abordada pelo JB, Ilda Ruivo assumiu ser estreante no Circuito. Conforme declarou, “aqui na Estrela há necessidade destas coisas, para as pessoas de idade”, “maiores de 50”, rectificámos, sem sequer desconfiar que o seu ar jovial conte já com sete décadas de existência. Talvez fruto desse gosto pela actividade física…

Na opinião de Ilda Ruivo, “o nosso povo é muito acanhado” motivo que possa contribuir para alguma falta de iniciativa em avançar para a prática do Desporto.

Enquanto a jovial sénior fortalecia os membros inferiores, Fernanda Rosa detectou a falta de um pedal num dos equipamentos.

Segundo as utentes do Jardim, a falta de segurança é uma ameaça para adultos e jovens, “uma das coisas que não tolero neste Jardim são os assaltos”, explicou. Na sua opinião, os dois polícias que costumam estar atentos à porta dita principal deviam avançar para o interior do Jardim Guerra Junqueiro, para “a zona onde há mais assaltos”, onde “seria urgente estarem 4 a 6 polícias para segurança das crianças, acima de tudo”, declarou.

Outra exigência dos moradores e que chegou mesmo a ser destacada na primeira edição do JB é a necessidade de reestruturar as instalações eléctricas no local, que durante a noite está pouco iluminado.

Recente e alarmante mas pontual, foi a mediática situação da abordagem de um alegado pedófilo a crianças no Jardim, tema esse que foge à linha editorial deste quinzenário.

E porque nem tudo são espinhos, avançamos ainda que o “Verão Quente” chegou à Crafts & Design, a feira de artesanato que decorre no Jardim da Estrela no primeiro e último domingos de cada mês. Enquanto no passado dia 1 de Julho a edição contou com a actuação do Joana Grupo de Teatro, com o espectáculo “Dona Gatafunha e o Resto do Mundo”, para o próximo dia 29 está reservado um espectáculo de animação de rua, às 15 horas.

M.A.

Consagração do Campeão da 3ª Divisão

Depois de uma época onde o Clube Atlético de Campo de Ourique apenas averbou uma derrota e se sagrou campeão da 3ª Divisão, defrontou o Paço de Arcos - que disputou a Divisão maior da modalidade - para fazer a festa da consagração do Campeão!

Foi num pavilhão bem composto que os atletas e dirigentes do CACO receberam as faixas de Campeões da 3ª Divisão Nacional, respectivas medalhas e mais uma taça de campeão para o já preenchido museu do Clube. Aliás, o CACO é o 2º clube a par do Sporting, a conseguir o feito de ter na sua vitrina o título de campeão de todas as divisões nacionais do Hóquei em Patins.

Depois de “saborearem” a taça, que todos perseguiram durante uma época inteira, veio o jogo da festa frente a um recém despromovido Paço de Arcos.

Um início algo nervoso do CACO fez com que o Paço de Arcos tivesse algumas oportunidades claras de inaugurar o resultado. E foi num passe errado do CACO que dois atletas do clube da linha se isolaram e marcaram o primeiro da partida. Depois disso houve uma reacção muito positiva do clube da casa, mas o guarda-redes forasteiro, Pedro Tavares, esteve em tarde inspirada e deu espectáculo retardando o golo do CACO.

Em contra ataque, a formação experiente do Paço de Arcos ia fazendo estragos na defesa da casa. Nem mesmo o desconto pedido por Rui Subtil, o líder da conquista do campeonato, foi suficiente para evitar o avolumar do resultado. Até ao intervalo, o conjunto da linha marcou mais dois golos chegando ao fim da etapa inicial com um injusto 0–3. Foram várias as ocasiões do CACO para reduzir a desvantagem, mas a baliza do Paço de Arcos manteve-se inviolável até ao intervalo.

Derrota pela margem mínima foi o resultado final

Na etapa complementar, Rui Subtil mexeu na equipa rodando o plantel à sua disposição. Não que os que entraram inicialmente estivessem a jogar mal, mas afinal de contas era o jogo de consagração. E em boa altura o fez, já que os jogadores que entraram, principalmente Pedro Ramos que iria fazer três assistências para golo, entraram muito bem na partida.
Filipe Costa reduziu para 1–3 após assistência de Pedro Ramos. O jogo animou e o CACO dominava o jogo e o 2 3 esteve várias vezes iminente... mas como quem não marca, sofre, o Paço de Arcos com duas jogadas bem conseguidas elevou para 1–5.
Parecia estar já encontrado o vencedor da partida...pura ilusão!
Os campeões da 3ª Divisão não quiseram que esses mesmos galões ficassem manchados com um resultado desnivelado e em poucos minutos e sob a batuta de Pedro Ramos e Filipe Santos marcaram três golos. Mesmo não sendo um jogo oficial, os atletas do Paço de Arcos ficaram desorientados e o CACO podia mesmo ter chegado à igualdade, apenas por mera infelicidade não chegaram! Uma derrota pela margem mínima (4–5) foi o resultado final!
De salientar a excelente reacção do Clube de Campo de Ourique, que soube de certa forma justificar o porquê de apenas terem conhecido o sabor da derrota por uma única vez durante uma época inteira.
Uma última palavra para o excelente público que assistiu à partida, incentivando sempre o clube de Campo de Ourique, que tantas alegrias deu durante a época.
Parabéns a todos!


O sucesso
NA BOCA DOS CAMPEÕES

No final do encontro de consagração do CACO, o Jornal do Bairro foi recolher as declarações de vários intervenientes na conquista do título da 3ª Divisão Nacional e respectiva subida de divisão.

O líder da equipa, Rui Subtil, quando abordado para tecer um comentário à época de sucesso que o Clube fez, começou por dizer que “foi uma época de sucesso para o CACO com a cereja em cima do bolo que foi o sermos campeões nacionais da 3ª Divisão. O objectivo principal quando eu entrei para este grupo de trabalho, que é espectacular, era a subida de Divisão. Depois de termos atingido a subida de Divisão não foi fácil. Ao contrário de aquilo que as pessoas podiam pensar, este grupo onde calhámos era um grupo muito forte, tinha cinco equipas muitos fortes com possibilidades de subirem de Divisão, tanto que este grupo da zona sul colocou duas equipas na subida, nós e os Lobinhos. Como tal, não foi um grupo fácil, mas conseguimos conciliar tudo.
Tivemos alguns apoios externos e foi bom, porque ao fim ao cabo conseguimos o objectivo que era subir de Divisão e depois o objectivo extra, que foi ser Campeão Nacional. Esse foi o objectivo mais dos atletas do que propriamente meu ou da direcção. Depois de termos subido eu falei com os atletas e eles disseram-me que já que chegámos aqui agora queremos chegar um bocadinho mais à frente. Esse foi um objectivo mais deles do que propriamente meu…”

“Não pensei noutra coisa senão ir lá ganhar!”

Quanto ao momento mais difícil da época, Rui Subtil afirmou que “eu penso que todos os momentos foram difíceis, porque todos os jogos foram finais, mas o jogo aqui com os Lobinhos apanhou-nos numa fase muito complicada, uma fase de altura de férias escolares, em que houve atletas que não puderam vir, tivemos atletas com lesões e foi aí que sofremos a única derrota que tivemos no campeonato logo na 1ª fase.
Aí sim, eu senti que podíamos estar aqui até à meia noite que não conseguíamos ganhar o jogo. Após isso, conseguimos dar a volta, o jogo aqui com o Seixal foi um jogo complicado mas conseguimos ganhar e a partir daí, ao contrário da 1ª volta, foi o termos ido ganhar aos Lobinhos, onde penso que fizemos um jogo muito calculista. Não pensava outra coisa senão ir lá ganhar o jogo, o empate servia, mas não pensei noutra coisa senão ir lá ganhar!”
Perguntámos a Rui Subtil como tinha reagido, enquanto treinador principal dos séniores do CACO, às recentes declarações do presidente do clube ao nosso Jornal, nas quais alertou para o risco do CACO não participar na 2ª Divisão Nacional se não houvessem apoios externos suficientes.
O treinador campeão afirmou de pronto que “eu limito-me a conduzir homens, essas coisas dos patrocínios deixo para outras pessoas. Não me diz respeito a mim. Cada época é uma época e nós temos de perceber que não é fácil. Era bom que as pessoas que são de aqui de Campo de Ourique pudessem apoiar o Hóquei em Patins, há tantas micro empresas aqui, que se calhar um bocado de cada uma conseguiam ajudar o CACO.

“Gostava que o CACO continuasse com o Hóquei em quer eu fique à frente dos destinos da equipa ou não…”

Relativamente à possível não participação do CACO no campeonato, claro que fico triste, porque se conquistou uma coisa que é importante para o Bairro de Campo de Ourique e para o CACO em particular e ficava triste se não houvesse hóquei para a próxima época.”
Em relação à próxima época, declarou que “eu próprio ainda não sei se fico, apresentei entre aspas um projecto para o CACO que era a manutenção na 2ª Divisão, mas agora como ainda não existem patrocínios não obtive resposta, logo, também não lhe posso dizer se fico ou não. A única coisa que lhe posso dizer é que gostava que o CACO continuasse com o Hóquei em Patins independentemente de ficar eu à frente dos destinos da equipa ou não…”

“Está tudo de parabéns!”

Luis Simões, coordenador do Hóquei em Patins do CACO, afirmou que “melhor do que isto não podia ser, subimos à 2ª Divisão, fomos campeões da 3ª Divisão. Todos os jogadores e todos os colaboradores da equipa de seniores em especial estão de parabéns. A época correu-nos bem e daí os resultados, agora só espero que para a próxima época o CACO consiga, não digo ser campeão da 2ª Divisão, mas fazer uma época tranquila de modo a não correr riscos de descer de Divisão. Neste momento, o principal objectivo é formar um grupo de jogadores que consigam dignificar o clube na 2ª Divisão para não corrermos grandes sobressaltos e não descermos. Ganhámos aquilo que havia para ganhar, portanto está tudo de parabéns!
O Presidente do Clube, Alípio Capela também comentou o sucesso do Clube referindo que foi “uma época óptima! Conseguimos o objectivo que era subir de Divisão e agora esperamos que haja continuidade, estamos a trabalhar para isso!
Temos já um compromisso com o presidente da Junta de Freguesia (de Santa Isabel) que irá dar um apoio ao Clube. As despesas são muitas, as arbitragens, o policiamento e por aí a fora! Nós queremos continuar e fazer um bom trabalho, porque já há tão poucas equipas de Lisboa no Hóquei em Patins, pelo menos nos escalões de cima, que penso que o Campo de Ourique merecia permanecer num escalão de cima. Vamos trabalhar para nos mantermos, para darmos uma continuidade a este Clube. Não queremos deixar morrer o Desporto, não só pelo Clube mas também pelas camadas jovens que temos aqui e é importante haver uma continuidade do plantel sénior já que são o espelho para as camadas mais jovens. É um incentivo para eles quando as coisas correm bem a nível sénior.”

L.P.

Ambiente

Todos juntos…
Iremos conseguir!

Se ainda não viram, já devem ter ouvido falar do documentário do ex-vice presidente do EUA, o Al Gore, o tal que quase esteve para ser Presidente… mas não foi! O documentário chama-se “uma verdade inconveniente” e, exceptuando a propaganda pessoal, é de facto um excelente documentário. Consegue explicar com demonstrações simples os conceitos que por vezes podem ser difíceis de ser compreendidos e dos quais já todos ouvimos falar: efeito de estufa, subida do nível dos mares. Uma parte importante do documentário é quando o Al Gore nos explica que com os conhecimentos tecnológicos actuais e com alguma resolução da nossa parte, podemos reduzir a emissão dos gases com efeito de estufa para os níveis da década de 1970. Portanto se puderem vejam o documentário!

Eu acredito que o conhecimento humano tem poucos limites e que será sempre uma questão de tempo até conseguirmos resolver os desafios com que nos vamos deparando. E cada vez mais acredito que para termos uma atitude pró-activa nas questões ambientais precisamos de estar muito motivados. E qual é o melhor modo para nos motivarmos? Pois, segundo um amigo meu, é quando mexem com o órgão mais importante do nosso corpo, o bolso! Não acreditam?! Pois, acreditem que é verdade. Se não, então reparem. Desde que o Pingo Doce decidiu vender os sacos das compras por 0,02€ (2 cêntimos!), o consumo de sacos reduziu 50%, quando comparado com igual período do ano passado, mas em que os sacos eram oferecidos. Dirão… “Ah… mas não é isso que vai mudar a saúde do nosso Planeta!”. Não é… mas ajuda! Os sacos são feitos de petróleo, não se esqueçam!

Cada um de nós não precisa de acordar um dia e dizer… “Quero ser o salvador do Mundo! Acabar com a poluição e com as injustiças!”. Não podemos ser todos o Nelson Mandela da injustiça, nem o Al Gore do ambiente. Basta sermos quem somos, para que todos juntos possamos ter um impacto positivo no nosso Planeta. Basta influenciarmos os nossos familiares e os colegas de trabalho. Por exemplo, porque não agarrar num caixote de papel para fotocópias e fazerem disso o papelão da empresa onde trabalham? Simples, mas eficaz! Um exemplo que gosto muito sobre a poupança de água é o seguinte: “Se todos os habitantes de Sidney (Austrália) demorassem menos 1 minuto nos seus banhos, ao final do ano teria sido poupada água equivalente à de toda a Baía de Sidney.” E acreditem que não é pequena!

Ah… como vos tinha dito, o órgão mais importante do nosso corpo é o bolso. Então vou-vos dar um exemplo que vos fará desligar as tomadas dos equipamentos eléctricos que têm em casa quando os não estão a usar. Então, se desligarem da corrente eléctrica os leitores de dvd, o micro-ondas e o fogão, que não são mais do que relógios muito caros e grandes e que fazem umas outras coisitas de vez em quando, ao final do ano poderão poupar o suficiente para pagarem 2 meses do passe cidade da Carris, quase 50€! Ora se fazemos o esforço para pouparmos 0.02€ quando vamos às compras ao Pingo Doce, de certeza que também farão o esforço para pouparem 0.137€ (50€/365dias) de electricidade, todos os dias do ano.

Como costumam dizer, devemos pensar globalmente, mas actuar localmente. Com um pequeno esforço de todos iremos conseguir um ambiente melhor. Tudo isto porque nunca nos podemos esquecer que a Terra não é só nossa, é também de todas as gerações vindouras.

Pedro Morais

Feng-shui

A harmonia entre os elementos

A interacção entre os vários elementos é fundamental para alcançar o equilíbrio e gerar uma sensação de bem-estar.

Um dos pilares do Feng-Shui é a teoria dos cinco elementos, ou cinco tipos de energia. São eles a Água, a Madeira, o Fogo, a Terra e o Metal; resultam da interacção entre o yin e o yang e representam diferentes manifestações de energia (chi), sendo que esta interacção nos afecta a todos os níveis.

Idealmente, cada elemento se transforma e fortalece o elemento seguinte (este é o ciclo produtivo). A água serve de alimento para a madeira, esta contribui para gerar o fogo, que se transforma em cinzas que farão depois parte da terra, onde os minerais são formados (metal). Os metais quando se liquefazem, transformam-se em água.

Neste ciclo, temos cada um dos elementos a contribuir para a existência do elemento seguinte e é esta interacção que gera o equilíbrio entre eles. Se por outro lado, os elementos se opõem uns aos outros, estamos perante um ciclo destrutivo. Por exemplo, o fogo derrete o metal, que enfraquece a madeira. Esta esgota a terra, que por sua vez controla o fluxo da água, sendo que a água apaga o fogo. Aqui, temos os vários elementos em completa desarmonia: em vez de haver uma interacção positiva, assistimos a um processo destrutivo, em que os elementos se controlam uns aos outros, provocando um desequilíbrio.

Cada um dos cinco elementos tem associado a si uma cor, uma forma, uma orientação geográfica, e vários símbolos.

A água é o elemento do sector Norte e as suas cores são o azul e o preto, podendo-se representar através de formas onduladas. A madeira domina a Este e Sudeste, e a sua cor é o verde e está associada a formas cilíndricas e rectangulares. O fogo está presente no Sul, representa-se pela cor vermelha e por formas triangulares e mais bicudas. A Nordeste, Sudoeste e no centro da casa, o elemento é a terra, simbolizada através dos tons amarelo, castanho e terracota e por formas quadradas. Já o metal é o elemento dos sectores Oeste e Noroeste e a ele correspondem os tons brancos e cinzentos, associando-se a formas circulares.

Se por exemplo na zona Oeste da casa (metal), tivermos uma parede pintada de vermelho (fogo), estamos perante o ciclo destrutivo, pois o fogo derrete o metal. Por outro lado, para activar e potenciar o sector Oeste, o ideal seria a presença de representações dos elementos metal e terra (pois é o elemento que antecede o metal no ciclo produtivo). Poderíamos, por exemplo, pintar uma parede em tons de amarelo, ou bastaria apenas um vaso de cerâmica (representativo do elemento terra). Para activar com elemento metal, poderíamos recorrer a objectos circulares.

Para activar uma zona Sul (fogo), vamos utilizar representações deste elemento, ou do elemento madeira (que alimenta o fogo). Duma forma geral (com excepção dos quartos), podemos utilizar plantas para activar quer o Sul, quer o Este ou Sudeste (elemento madeira).

Em casas ou divisões com formas irregulares, por vezes falta um dos sectores, ou apenas existe uma parte dele. Nestes casos, uma forma para gerar equilíbrio e ter presentes todos os elementos, é através da harmonia entre eles. Imaginemos que numa sala em forma de «L» falta uma parte do sector Norte, que é representado pela água. Se a Norte utilizarmos uma representação de água ou objectos de metal, estamos simbolicamente a aumentar este sector, trazendo de volta a parte omissa.

Para conseguirmos ter presentes todos os elementos podemos utilizar uma taça de vidro com água, uma planta aquática e velas flutuantes, e colocar lá umas moedas. Temos assim a terra (do vidro), a água, a madeira, o fogo e o metal.

Um exemplo do conflito entre os elementos acontece na cozinha. Por um lado, temos o fogão a representar o fogo; por outro lado, a água que também está presente. Considerando que a água apaga o fogo, estamos perante um ciclo destrutivo. O ideal é haver um espaço superior a um metro entre o fogão e o lava-louças. Se não for possível, então podemos colocar um objecto de madeira entre os dois, originando o ciclo produtivo (com a água a alimentar a madeira, que por sua vez irá servir de alimento para o fogo).

Outra situação de conflito acontece quando a lareira se situa a Oeste ou a Noroeste (elemento metal), pois o fogo (da lareira) derrete o metal destes dois sectores. Para gerar maior equilíbrio, basta colocar algo na lareira que simbolize o elemento terra (pois o fogo cria a terra e esta, por sua vez, origina o metal). Pode ser por exemplo algum objecto de cerâmica ou então amarelo/ castanho. O vidro por estar associado à energia da terra, também pode ser utilizado.

Considerando que para o Feng-Shui a harmonia e o equilíbrio são fundamentais, também o excesso do mesmo elemento não é benéfico. Por isso, não faz muito sentido colocar castiçais com velas a decorar a lareira, pois temos assim demasiada energia fogo. Neste caso, poderíamos utilizar o elemento terra, para ajudar a escoar o fogo (este cria a terra). Isto é válido para todos os elementos, ou seja, se existe um excesso de determinado elemento, para que este não se imponha e não sobrecarregue demasiado, basta utilizar o elemento seguinte, para o ajudar a escoar.

Na decoração das divisões, devemos ter o cuidado de fazer coexistir os vários elementos. Isto é conseguido através das cores e dos vários tipos de materiais e formas. Por exemplo, se na sala utilizarmos demasiados tons vermelhos e velas, estamos a sobrecarregar com energia fogo. Isto cria um desequilíbrio energético e faz com que a sala se torne demasiado yang (a própria sala já pelo seu próprio dinamismo é yang). Uma coisa é termos um elemento que sobressaia e outra é termos um elemento que controle demasiado e se imponha de tal forma, que anule os outros elementos.

Para ajudar a enfraquecer a energia do fogo, ou utilizamos terra ou um pouco de água (como o fogo cria a terra, esta vai enfraquecer o fogo), e por outro lado, utilizando um pouco de água, esta ajuda a “apagar” o excesso de fogo.

Vê-se ainda em habitações ou escritórios mais antigos uma supremacia do elemento madeira, em que até as paredes são forradas com este elemento. Mais uma vez trata-se de uma situação desequilibrada. Se aqui colocarmos um pouco do elemento fogo, este enfraquece a madeira, deixando-a escoar (por exemplo tapetes avermelhados, ou um sofá forrado com este tom). O elemento madeira simboliza o crescimento, mas se utilizado em excesso acaba por ser desvirtuado.

Pendurar sinos de vento, móbiles ou os conhecidos espanta espíritos pode ser muito útil, pois acima de tudo, o som ajuda a que o chi flua duma forma mais vibrante, mas devemos ter atenção às zonas em que os colocamos. Por exemplo, um sino de vento de metal deve ser colocado nas zonas Oeste e Noroeste (metal) ou a Norte (pois o metal “ajuda” a água deste sector). Já os sinos de vento de bambu ficam melhor nas zonas Este e Sudeste (madeira), ou a Sul, pois a madeira alimenta o fogo, criando assim o ciclo produtivo.

Conhecendo os ciclos dos elementos e a sua interacção, temos a ferramenta para uma melhor harmonização do espaço. O ideal é criarmos o ciclo produtivo entre dois ou mais elementos, ou então conseguir ter presentes os cinco elementos, de forma a gerar uma harmonia perfeita entre os cinco tipos de energia.

Cristina Almeida

Automóveis

Nissan Navara 2.5 DDTi Cabina Dupla 4x4 LE Premium IT
Encantador ambiente de trabalho

Quem trabalha tem o direito de desfrutar de certas mordomias, até há alguns anos exclusivas dos automóveis de luxo. Quem assim pensa, encontra na gama da última geração da Nissan Navara várias opções, entre as quais a versão 2.5 DDTi Cabina Dupla 4x4 LE Premium IT.

É certo que muitos dos aficionados deste tipo de veículo não lhe atribui uma utilização meramente laboral, mas é igualmente certo que quem trabalha tem direito a fazê-lo com algum conforto.
Claro que as mordomias se reflectem no preço final (37.100 euros), mas a sua classificação como veículo comercial possibilita a dedução fiscal do IVA. Nessa eventualidade esta Nissan Navara 2.5 DDTi Cabina Dupla 4x4 LE Premium IT, revela-se um “acessível” e apetecível instrumento de trabalho, cuja capacidade de reboque e carga se traduz em 2,3 toneladas e em 1550 kg, respectivamente.
Aliás, a relação preço/equipamento desta confortável Navara — sim confortável, pois acomoda sem críticas cinco adultos e a suspensão é urbana q.b. —, revela-se justa. Seis airbags, volante em couro com comandos áudio e do cruise control integrados, vidros e retrovisores eléctricos, computador de bordo, faróis automáticos, bancos em couro reguláveis electricamente, ar condicionado “dual zone” e tecto de abrir eléctrico são algumas das mordomias.
Recorde-se ainda a dotação do Pack IT, o qual inclui o sistema de navegação Birdview com monitor HMI a cores de sete polegadas, integração do telemóvel por Bluetoth e rádio Premium de 6 CD com leitor de MP3.
Lamentavelmente esta versão não dispunha de sistema de parqueamento, o que daria muito jeito dadas as dimensões desta Navara.
Em termos dinâmicos esta Nissan Navara é irrepreensível. Aliás, o gozo que se costuma retirar da usual “autonomia” das traseiras das pick-up é aqui mais difícil de desfrutar. O motor de 171 CV, debitados às 4000 rpm, e 403 nm, produzidos às 2000 rpm, revela uma subida consistente e suave de regime, sendo económico e muito agradável de explorar. Pena que o CE limite a sua velocidade a 110 km/h. A caixa de seis velocidades é de fácil engreno e está bem escalonada.
Uma última palavra para o interior digno de um ligeiro de passageiros, onde a habitabilidade e o conforto não são palavras vãs, sendo ainda de salientar a boa insonorização do habitáculo.

Ficha Técnica

Cilindrada (cc) 2488
Potência máx. (CV/rpm) 171/4000
Binário máx. (N.m/rpm) 403/2000
Emissões CO2 (g/km) 264
Velocidade máx. (km/h) n.d.
Aceleração 0/100 km/h (seg.) n.d.
Consumo misto (l/100 km) 9,8
Preço versão (€) 37.100

Túlio Gonçalves

Automóveis

Toyota Auris 1.4 D-4D Sol
Opção racional

Dentro da gama Auris de 1.4 litros, a versão D-4D Sol revela-se a opção mais inteligente, com adiante o demonstraremos. Falar de novo no equipamento, conforto ou agradabilidade de condução seria repetir os atributos do 1.4 VVT-i. Sejamos, pois, práticos.

Como havíamos prometido anteriormente, nesta edição do JB vamos debruçar-nos sobre o Toyota Auris 1.4 D-4D Sol. Quando comparado como o novo Toyota Corolla 1-4 D-4D Sol, este mesmo motor, que debita 90 CV às 3800 rpm e 190 n.m constantes entre as 1800 e as 3000 rpm, mostra um outro fôlego neste último.
Ou seja, a sua resposta é mais lesta e agradável, contrariando a expectativa criada pelo factor psicológico induzido pela carroçaria mais desportiva do Auris. Não obstante, isso não impede de estarmos perante um produto que tem atributos “naturais” convincentes.
Relembramos os argumentos enunciados no nosso primeiro teste ao Auris, tais como o conforto, a generosa habitabilidade, o design arrojado, inclusive, ao nível do equipamento e instrumentos, etc.
Analisemos, portanto, as diferenças entre as duas motorizações 1.4 litros — VVT-I a gasolina (VVT-I) e D-4D a gasóleo — e vejamos quem merece os louros.
O Toyota Auris 1.4 D-4D apresenta à partida uma desvantagem (?!). O seu preço de 25.315 euros revela-se 2.085 euros mais caro do que a versão VVT-I, orçada em 23.320 euros.
Porém, o facto do litro de gasolina ser mais caro cerca de 32 cêntimos do que o litro de gasóleo, poderá mostrar-se compensador a médio prazo. Especialmente se faz muitos quilómetros ou está muito tempo nas filas do trânsito. Tudo porque, em termos de consumos, o D-4D ganha em consumo urbano (5,8 vs 8,7 l/100 km) e no misto (5,0 vs 6,9 l/100 km). Basta fazer algumas contas para ver que os euros iniciais a mais são facilmente diluídos.
Depois existe a questão das performances, sendo que mais uma vez o Diesel leva a palma: 12 s contra os 13 s do VVT-I e 175 km/h de velocidade máxima, mais cinco do que o gasolina.
Enfim, contabilize e escolha.

Ficha Técnica

Cilindrada (cc) 1364
Potência máx. (CV/rpm) 90/3800
Binário máx. (N.m/rpm) 190/1800~3000
Emissões CO2 (g/km) 132
Velocidade máx. (km/h) 175
Aceleração 0/100 km/h (seg.) 12,0
Consumo misto (l/100 km) 5,0
Preço versão (€) 25.315

T.G.