6.6.07

Editorial

Na sequência da evolução das sociedades e pela falta de qualidade de vida cada vez mais intensa nas cidades, vão sendo criadas estruturas megalómanas às quais se dá o nome de centros comerciais, divididas em generalistas ou dirigidos a um sector específico.

Dentro destes espaços é oferecido todo o conforto em falta no exterior, lagos e palmeiras, bancos e parques infantis, ladeados com decoração a condizer, com a vantagem de o consumidor estar rodeado de montras repletas de artigos expostos segundo regras de marketing, de uma maneira tão apelativa que se torna quase impossível não se ser tentado a comprar.

Devido a isto, o chamado comércio tradicional ficou de alguma forma prejudicado, o que é um problema interessante, se fizermos uma análise das várias vertentes que a isso levaram.

O Estado, além de cobrar receitas desses espaços e do comércio tradicional também, não investe, poupando na rua a qualidade que se impõe á proliferação de lojas e comércio variado, sendo necessário ao comum do cidadão e também contribuinte procurar o centro comercial para satisfazer as suas necessidades de consumo.

Sendo difícil encontrar na rua o artigo que se procura - pelas dificuldades encontradas e que são inerentes à gestão implantada nas cidades, transformam-se em dormitórios - contrariamente á verdadeira função que as fez existir e crescer…

Conforme a história indica, o retrocesso paira no ar, as pessoas começam a ficar saturadas da oferta existente e procuram mais qualidade sim, mas sem estarem fechadas às centenas dentro do mesmo espaço, comprando os mesmos artigos! Não quero com isto dizer que não façam falta, mas se viajarmos um pouco por esta Europa fora, podemos constatar que há ruas em cidades que pura e simplesmente foram fechadas e cobertas, criando deste modo alternativas plausíveis ás necessidades de consumo.

E é com as ideias mais desenvolvidas que todos nós temos de aprender!

Augusto da Fonseca

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