5.7.07

Josefa de Óbidos

ANO LECTIVO ENCERRA COM ARRAIAL

Pelo segundo ano consecutivo, a Escola Secundária Josefa de Óbidos marcou o final do ano lectivo com um Arraial onde foram distribuídos prémios aos alunos mais dedicados e sorrisos dos pais mais “inchados”.

Pouco antes das 19 horas, o recinto da Escola Secundária Josefa de Óbidos deixava já escapar um guloso aroma a assados e uma alegre banda sonora que, noite a fora, contribuiu para a dança e para o convívio entre alunos e alunas, situação ora habitual mas impensável há décadas passadas.
Enquanto dois coelhos - mascotes do Estabelecimento de Ensino que andam soltos “e nunca fugiram daqui” - vagueavam pelo átrio, a equipa técnica preparava a recepção aos alunos. Segundo Arlindo Abreu, membro da organização, este Arraial teve como principal objectivo “incentivar o convívio entre os alunos e fazer a entrega dos prémios 2006/07”.
Mas desenganem-se os meros estudiosos, pois segundo Arlindo Abreu, ser bom aluno não se mede aos vintes, estando o critério para seleccionar os vencedores relacionado com “o comportamento, as notas e a camaradagem”. “Há vários parâmetros que são complicados e nem todos lá conseguem chegar”, explicou o elemento da organização.
Ainda o relógio não atingira a hora certa, já alguns estudantes tinham efectuado o pagamento simbólico de um euro e se começavam a acomodar nas mesas dispostas para o efeito.
Entre caldo verde, sardinhas, febras e bebidas – alcoólicas só para maiores de 18 – a festa foi-se compondo acabando por atingir uma média de duzentos presentes, um número bastante distante do ano de 2005/06, que esteve na ordem dos 500.
“Esta é uma festa simbólica em que as pessoas têm a possibilidade de comer uma sardinha assada, participar numa festinha, ouvir uma música…”, declarou Arlindo Abreu.

30 alunos premiados

Na opinião da organização, este género de iniciativas “puxa os jovens para outros ambientes”, que não os da exclusão, pois “estão empenhados no convívio são e na boa camaradagem”.
Já a lua brilhava quando a música cessou para dar lugar ao tão aguardado momento da entrega dos prémios, altura de regozijo para 30 premiados. Sem ouros ou medalhas e porque a verba não o permitiria, os melhores alunos foram congratulados com cd’s e diplomas.
Para além da adesão dos jovens, também os encarregados de educação participaram no manifesto, talvez porque “gostam de ver os filhos receber os prémios e tirar umas fotografias”. Segundo Arlindo Abreu, este ano a afluência ficou algo comprometida pela data e facto de haver algumas pessoas que já foram de férias...
Mas porque as presenças mais importantes são as que estão, a festa prosseguiu noite dentro, encerrando por volta do soar das doze badaladas.
À questão colocada pelo Jornal do Bairro, “ser bom aluno compensa?”, Arlindo foi explícito e sucinto, “ser bom aluno e não só, porque há bons alunos que não vão receber prémio”!

A origem de Josefa

O local onde se situa a Escola Josefa de Óbidos era, há cerca de seis décadas, “um terreno descampado, limitado a sul pela Rua Possidónio da Silva e a nascente por um edifício estatal que albergava a assistência infantil da Freguesia de Santa Isabel”.
A Escola foi inaugurada em 1952, ano em que também nasceu a Igreja de Santo Condestável. Aquando a sua criação, a Escola Industrial Josefa de Óbidos ministrava a raparigas o ensino correspondente ao Preparatório, sendo que algumas das disciplinas eram trabalhos manuais - modistas e bordados, ginástica, desenho, ciências geográfico-naturais e canto coral. Depois do Preparatório, as alunas podiam optar pelo Curso de Formação Feminina que tinha 3 anos de duração e onde se podia aprender as disciplinas de Higiene e Segurança no Trabalho, Economia Doméstica, Tecelagem, Físico-Química, Português, Francês, Inglês ou Matemática.
Recorde-se que a escolha da patrona Josefa de Óbidos deveu-se à personalidade da figura adoptada, como mulher, artista, pintora, religiosa e humanista.

Mónica Almeida


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