Feng-shui
A harmonia entre os elementos
Idealmente, cada elemento se transforma e fortalece o elemento seguinte (este é o ciclo produtivo). A água serve de alimento para a madeira, esta contribui para gerar o fogo, que se transforma em cinzas que farão depois parte da terra, onde os minerais são formados (metal). Os metais quando se liquefazem, transformam-se em água.
Neste ciclo, temos cada um dos elementos a contribuir para a existência do elemento seguinte e é esta interacção que gera o equilíbrio entre eles. Se por outro lado, os elementos se opõem uns aos outros, estamos perante um ciclo destrutivo. Por exemplo, o fogo derrete o metal, que enfraquece a madeira. Esta esgota a terra, que por sua vez controla o fluxo da água, sendo que a água apaga o fogo. Aqui, temos os vários elementos em completa desarmonia: em vez de haver uma interacção positiva, assistimos a um processo destrutivo, em que os elementos se controlam uns aos outros, provocando um desequilíbrio.
Cada um dos cinco elementos tem associado a si uma cor, uma forma, uma orientação geográfica, e vários símbolos.
A água é o elemento do sector Norte e as suas cores são o azul e o preto, podendo-se representar através de formas onduladas. A madeira domina a Este e Sudeste, e a sua cor é o verde e está associada a formas cilíndricas e rectangulares. O fogo está presente no Sul, representa-se pela cor vermelha e por formas triangulares e mais bicudas. A Nordeste, Sudoeste e no centro da casa, o elemento é a terra, simbolizada através dos tons amarelo, castanho e terracota e por formas quadradas. Já o metal é o elemento dos sectores Oeste e Noroeste e a ele correspondem os tons brancos e cinzentos, associando-se a formas circulares.
Se por exemplo na zona Oeste da casa (metal), tivermos uma parede pintada de vermelho (fogo), estamos perante o ciclo destrutivo, pois o fogo derrete o metal. Por outro lado, para activar e potenciar o sector Oeste, o ideal seria a presença de representações dos elementos metal e terra (pois é o elemento que antecede o metal no ciclo produtivo). Poderíamos, por exemplo, pintar uma parede em tons de amarelo, ou bastaria apenas um vaso de cerâmica (representativo do elemento terra).
Para activar uma zona Sul (fogo), vamos utilizar representações deste elemento, ou do elemento madeira (que alimenta o fogo). Duma forma geral (com excepção dos quartos), podemos utilizar plantas para activar quer o Sul, quer o Este ou Sudeste (elemento madeira).
Em casas ou divisões com formas irregulares, por vezes falta um dos sectores, ou apenas existe uma parte dele. Nestes casos, uma forma para gerar equilíbrio e ter presentes todos os elementos, é através da harmonia entre eles. Imaginemos que numa sala em forma de «L» falta uma parte do sector Norte, que é representado pela água. Se a Norte utilizarmos uma representação de água ou objectos de metal, estamos simbolicamente a aumentar este sector, trazendo de volta a parte omissa.
Para conseguirmos ter presentes todos os elementos podemos utilizar uma taça de vidro com água, uma planta aquática e velas flutuantes, e colocar lá umas moedas. Temos assim a terra (do vidro), a água, a madeira, o fogo e o metal.
Um exemplo do conflito entre os elementos acontece na cozinha. Por um lado, temos o fogão a representar o fogo; por outro lado, a água que também está presente. Considerando que a água apaga o fogo, estamos perante um ciclo destrutivo. O ideal é haver um espaço superior a um metro entre o fogão e o lava-louças. Se não for possível, então podemos colocar um objecto de madeira entre os dois, originando o ciclo produtivo (com a água a alimentar a madeira, que por sua vez irá servir de alimento para o fogo).
Outra situação de conflito acontece quando a lareira se situa a Oeste ou a Noroeste (elemento metal), pois o fogo (da lareira) derrete o metal destes dois sectores. Para gerar maior equilíbrio, basta colocar algo na lareira que simbolize o elemento terra (pois o fogo cria a terra e esta, por sua vez, origina o metal). Pode ser por exemplo algum objecto de cerâmica ou então amarelo/ castanho. O vidro por estar associado à energia da terra, também pode ser utilizado.
Considerando que para o Feng-Shui a harmonia e o equilíbrio são fundamentais, também o excesso do mesmo elemento não é benéfico. Por isso, não faz muito sentido colocar castiçais com velas a decorar a lareira, pois temos assim demasiada energia fogo. Neste caso, poderíamos utilizar o elemento terra, para ajudar a escoar o fogo (este cria a terra). Isto é válido para todos os elementos, ou seja, se existe um excesso de determinado elemento, para que este não se imponha e não sobrecarregue demasiado, basta utilizar o elemento seguinte, para o ajudar a escoar.
Na decoração das divisões, devemos ter o cuidado de fazer coexistir os vários elementos. Isto é conseguido através das cores e dos vários tipos de materiais e formas. Por exemplo, se na sala utilizarmos demasiados tons vermelhos e velas, estamos a sobrecarregar com energia fogo. Isto cria um desequilíbrio energético e faz com que a sala se torne demasiado yang (a própria sala já pelo seu próprio dinamismo é yang). Uma coisa é termos um elemento que sobressaia e outra é termos um elemento que controle demasiado e se imponha de tal forma, que anule os outros elementos.
Para ajudar a enfraquecer a energia do fogo, ou utilizamos terra ou um pouco de água (como o fogo cria a terra, esta vai enfraquecer o fogo), e por outro lado, utilizando um pouco de água, esta ajuda a “apagar” o excesso de fogo.
Vê-se ainda em habitações ou escritórios mais antigos uma supremacia do elemento madeira, em que até as paredes são forradas com este elemento. Mais uma vez trata-se de uma situação desequilibrada. Se aqui colocarmos um pouco do elemento fogo, este enfraquece a madeira, deixando-a escoar (por exemplo tapetes avermelhados, ou um sofá forrado com este tom). O elemento madeira simboliza o crescimento, mas se utilizado em excesso acaba por ser desvirtuado.
Pendurar sinos de vento, móbiles ou os conhecidos espanta espíritos pode ser muito útil, pois acima de tudo, o som ajuda a que o chi flua duma forma mais vibrante, mas devemos ter atenção às zonas em que os colocamos. Por exemplo, um sino de vento de metal deve ser colocado nas zonas Oeste e Noroeste (metal) ou a Norte (pois o metal “ajuda” a água deste sector). Já os sinos de vento de bambu ficam melhor nas zonas Este e Sudeste (madeira), ou a Sul, pois a madeira alimenta o fogo, criando assim o ciclo produtivo.
Conhecendo os ciclos dos elementos e a sua interacção, temos a ferramenta para uma melhor harmonização do espaço. O ideal é criarmos o ciclo produtivo entre dois ou mais elementos, ou então conseguir ter presentes os cinco elementos, de forma a gerar uma harmonia perfeita entre os cinco tipos de energia.
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