16.2.07

Crafts & Design


No passado dia 4 de Fevereiro, o Jardim do Éden desceu à Estrela.
A feira de artesanato contemporâneo e design, actual Crafts & Design voltou a representar uma lufada de ar ainda mais fresco do que aquele que já é habitual respirar no Jardim da Estrela.

Com mais agasalhos do que se estivessem no Paraíso, muitas Evas e Adões passearam por entre as bancadas, observando, questionando e mesmo comprando diversos “pecados” que os cerca de 60 artesãos presentes tiveram para oferecer. Em troca receberam maçãs, o símbolo da tentação.

Bolsas, “t-shirts”, colares, brincos, flores de pano e de papel, colheres retorcidas, vidros moldados, plantas aromáticas e medicinais, monstros e muitas outras invenções fazem desta feira mais do que uma oportunidade de saldos, uma autêntica pérola para a população que dali sai com o olhar regalado e satisfeita, com a necessidade de voltar para comprar mais qualquer “coisinha”!

Criativos e Artesãos

Fadas, duendes e muitos outros seres fantásticos escondem-se nas florestas de todo o mundo para em silêncio coabitarem com os humanos. Por amizade, os Amigos do Monstro quiseram arranjar-lhe amigos. Vindos de Palmela, estes jovens recolhem madeira e sementes de todos os lados e dão-lhes a forma de “monstrinhos”, para que esse gigante do imaginário nunca adormeça sozinho.

Na banca de Ana Geada são garrafas espalmadas a saltar à vista. A empresa de artes decorativas, Vitrofusão, é feitora de magia e transforma os mais variados artigos em peças únicas.

As garrafas são iguais a tantas outras, mas depois de submetidas a temperaturas de mais de 800ºc.,o vidro derrete e adquire a forma dos moldes.

Apesar de uma apaixonada pela arte, Ana Geada continua a ter de alugar uma furna para poder expandir este amor, “ainda não pude comprar o meu próprio forno”, explicou ao JB.

Mas as surpresas não se ficam por aqui.

Colheres contorcidas, transformadas, feitas arte! Miguel Puga adorna, faz a desfiguração e o contorcionismo de colheres de galão e de café tornando-as em “coisas simples” e originais.

“Estamos a voltar à primeira forma, destruir para completar”, explicou, tendo mesmo acrescentado que por vezes chega a reciclar colheres cujo fim seria o do caixote do lixo. Reutiliza-as, portanto!

As peças são feitas a frio e cortadas à tesoura para minimizar os custos, “coisas simples” mas complicadas? Nem por isso, “demoramos cerca de 7 minutos a moldar” cada colher, confidenciou o artista ao JB.

M.A.

2 comentários:

Jornal do Bairro disse...

Agradecimento Arquitexturas

http://arqui-texturas.blogspot.com/2007/02/ainda-de-fevereiro.html

Anónimo disse...

Desta vez não vou fazer perguntas.

Obrigado a todos! Obrigado à Junta de Freguesia da Lapa porque garante o Jardim da Estrela em óptimo estado de conservação e de limpeza. Outro obrigado por permitir que cidadãos cheios de iniciativa e criatividade organizem eventos nas infra-estruturas à sua responsabilidade. Permitindo assim que todos passem agradáveis domingos no simpático Jardim da Estrela.

Outro obrigado à “Arquitexturas” pelo tempo (mas também pelos contra-tempos) que dedica à organização da Feira da Estrela… Pelo excelente dinamismo que tem sabido imprimir na Feira, todos os primeiros domingos de cada mês (desde Setembro de 2006). Parabéns por isso!

Obrigado e Parabéns a todos os artesãos, que por mérito próprio, merecem estar e participar na Feira da Estrela. Pela sua criatividade e dedicação. Pelo seu empenho e gosto em partilhar habilidades e ideias com todos.

Obrigado a todos os participantes que voluntariamente aderirem a deixar aqui as suas ideias, opiniões e posições.

Porque, neste momento, já sei o que precisava saber; já li o precisava ler; já ouvi o que precisava ouvir, darei por encerrada a minha participação neste debate.

A partir de agora, com todo este rico material informativo, levarei a quem de direito esta situação. De facto, este não é o local para resolver o assunto. Mas é o melhor local para ouvir todas as vossas preocupações e levá-las mais além.

Mudar de colar, de brincos, de camisa ou de automóvel é normal. Mudar de opinião também! Só não muda de ideias quem não as tem. Só não muda de opinião quem não a tem.

Mas, mudar de princípios e de posturas não é correcto nem normal. Criticar negativamente e “dizer mal” até entrar para o “clube” e, após ser aceite no mesmo defender e elogiar a sua “direcção”, é no mínimo ter falta de bom-senso e também ter falta de memória! Basta ler os textos trocados e escritos tempos atrás aqui no Flickr… Ler o que se escreveu acima e ler o que se escreveu em
Feira no Jardim da Estrela-2 e 3 de Setembro de 2006.

Sempre com a mesma tónica, as mesmas conversas foram mantidas nas seguintes discussões:
Feira da Estrela ou em Inscrição na Feira da Estrela.

Passando à frente.

Criticar o trabalho dos outros é muito feio. É deselegante. É ter falta de companheirismo. É ter falta de…

Nestes três textos, que publiquei, fique bem claro, não se criticou nem se pretendeu criticar o trabalho nem o esforço de ninguém! Apenas se criticou e condenou, em minha opinião - partilhada por alguns artesãos - um método de organização que se pretende seja melhor para TODOS. Que se quer mais justo. Que se pretende seja completamente transparente. Que se pretende seja mais, enfim, democrático!

Para todos, desejo votos de bom artesanato. De bom design. De boas e muitas feiras. No Jardim da Estrela ou em qualquer outro jardim de Portugal. O País merece-vos!

Que o bom-senso e ideias claras vos encha os espíritos. Que a razão vos garanta o discernimento necessário para julgarem as questões de uma forma isenta e desapaixonada.

Pertencemos a uma sociedade [democrática] e como alguém escreveu atrás, e muito bem, devemos cumprir e respeitar as regras em vigor. Pois, para quem tem andado distraído, o que se pretende com toda esta discussão é que sejam criadas, definidas e divulgadas as tais NORMAS/REGULAMENTOS que permitam:

1º Continuar a garantir a boa qualidade da Feira;
2º Continuar a promover o dinamismo da Feira;
3º Garantir que velhos, actuais e novos talentos do artesanato participem na Feira;
4º Acabar, de uma vez por todas, com discussões à “moda do flickr” promovendo ambientes de suspeição sobre a “organização” / “Junta de Freguesia”;
5º Que a selecção dos artesãos seja feita pelos clientes/público e não por colegas;
6º Que, caso se entenda que tem que haver selecção (não exclusão), esta seja realizada utilizando critérios definidos (por quem de direito), conhecidos, divulgados e cumpridos por todos, sem excepção.
7º Que a Feira seja classificada de “boa” não porque “se vendeu bem” mas porque cada um mostrou aquilo que sabe fazer. Porque o público gostou. Porque os artesãos conviveram. Porque se divertiram. Porque trocaram saberes e experiências. Porque fizeram amigos. Porque consideraram que o ter ido à Feira foi, apesar de tudo, um dia bem passado.

Eu até nem sou artesão. Nem artista. Nem designer. A minha arte é outra.

Bem-hajam e MUITO OBRIGADO!!!