População apreensiva
COM “JUSTICEIRO” AUTOMÓVEL
O custo do bilhete pouco representa diante do prejuízo de que a freguesa já foi alvo bem em frente à sua porta.
A marca é sempre a mesma, a palavra “passadeira” riscada de forma bem explícita na pintura do automóvel. À semelhança de outros clientes que frequentam o estabelecimento de que é proprietária, também a chapa das viaturas de Teresa mereceram o auto vincado.
A comerciante já foi vítima de inúmeras surpresas desagradáveis, uma delas que a levou a mudar de carro, que “estava todo riscado” e cuja pintura seria na ordem dos mil euros. “Como mais cedo ou mais tarde tinha de mudar de automóvel, optei por comprar um novo”, declarou ao Jornal do Bairro.
Teresa assume que quando lhe foi passada a primeira “multa” estava realmente estacionada em cima da passadeira, mas a seguinte foi aplicada sem justificação e até incluía o desenho de uma espiral!
Trocada a viatura, a justiça voltou a ser aplicada no novo automóvel, um arranjo que ficou pelos 400 euros, talvez “por ter uma pintura mais nova”!
Ao que tem vindo a ser apurado pelos moradores, o “Justiceiro” faz das suas durante a noite, entre as 8h e as 20 horas, afinal “estacionamos o carro ao fim do dia e de manhã encontramo-lo todo riscado”. Segundo consta, a situação é provocada por “um velhote com alguma perturbação mental”, que vive na Rua Azedo Gneco, mas que “tem de ser apanhado e curado”, pois “não podemos andar a pagar a doença dele”!
A proprietária da papelaria não consegue definir um número de queixosos, mas sempre que se puxa a conversa surgem novas vítimas.
Deduções que são confirmadas pelo Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública de Lisboa que aponta para 10 as denúncias apresentadas na esquadra de
“Ainda hoje aqui esteve uma senhora que tem um carro preto todo riscado”, mas como o “ataque” é sempre uma incógnita, “já nem pensa em investir numa nova pintura”…
Contornar os obstáculos existentes nas ruas do Bairro não é pêra doce! Que o digam os invisuais, deficientes motores ou simples “condutores” de carrinhos de bebé. Os automóveis multiplicam-se por cima das passadeiras, em segunda fila ou frente aos “estacionamentos proibidos”!
Com ou sem perturbação mental, a verdade é que o sujeito invisível que faz tal “justiça pelas próprias mãos” causa danos económicos aos proprietários das viaturas, assusta-os mas não os impede de repetir a ilegalidade, afinal a falta de lugares de estacionamento é uma realidade em
Teresa não conhece o suspeito nem o deseja, “para não me chatear”, mas afirmou que “é muito triste haver gente a fazer isso”...
A noite da saída desta edição do JB é a mais pequena do ano, mas grande o suficiente para que o “Justiceiro” possa voltar a atacar. “É inacreditável que ainda não o tenham conseguido apanhar”, lamentou Teresa Ladeira.
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