21.6.07

Requalificação da Bela Flor

AVANÇA SEM APOIOS

Os projectos inseridos na “Agenda 21”, que tinham em vista a requalificação da zona envolvente da Quinta da Bela Flor, vão avançar apesar da falta de apoios tanto da Câmara Municipal como das entidades privadas.

Foi no início de Abril que a Quercus deu a conhecer o “Agenda 21”, um conjunto de três projectos de intervenção na cidade que tinham em vista requalificar o espaço público e o envolvimento da comunidade escolar na defesa do desenvolvimento sustentável. O executivo de Campolide foi o primeiro, e ao que agora se constata, único parceiro interessado.
O plano visava prolongar o trajecto da carreira 71, que faz actualmente o percurso entre o Bairro da Serafina e a Estação de Campolide e a criação de uma área florestal com diversas espécies, uma área de lazer a ser utilizada pela população no Bairro da Bela Flor.
Segundo António Horta Pinheiro, vogal do Ambiente na Junta de Freguesia de Campolide, o plano foi cancelado por falta de apoios, mas o engenheiro Carlos Moura, anterior presidente da Quercus do núcleo de Lisboa, declarou ao Jornal do Bairro que se tenciona manter envolvido, “acarinhei este projecto, coordenei-o e sei que tem todas as condições para avançar”, justificou.
A “Agenda 21” foi por várias vezes debatida mas não chegou a ser apresentada à Assembleia da República, ainda assim “estamos a promover esforços para avançar com o apoio de outras associações”.
Horta Pinheiro não se conforma com a decisão, “gostaríamos que o projecto fosse apoiado e não acabasse”, tendo mesmo iniciado protocolos e conseguido estimular a comunidade a participar na iniciativa. Reconhecendo que sem a Quercus “o enquadramento a fazer será mais complicado”, o objectivo é agora pausar e regressar ao activo em Setembro, altura em que se vai proceder à plantação de inúmeras árvores na área, como pinheiros de alepo, choupos negros e outras espécies do género dos prunos silvestres e das figueiras.
Após a concretização de inúmeros estudos de impacto ambiental, de ruído e mesmo de inquéritos à população, a Junta de Freguesia considerou o projecto “muito bom” e integrou um funcionário permanente na zona envolvente. Segundo o vogal do Ambiente, este emprego vai ser mantido mas o intuito seria estender a oportunidade a outros profissionais e gerar mais postos de trabalho.
Para além disso, “conseguimos envolver a comunidade e fizemos uma limpeza no parque” com a ajuda dos escuteiros e da Cooperativa da Bela Flor.
Apesar de já não presidir o núcleo a associação de conservação da natureza, Carlos Moura tem vindo a colaborar com os condomínios para em conjunto promoverem iniciativas de limpeza da área que envolve a zona residencial.
Um projecto que sem equipa se irá deparar com enormes dificuldades mas do qual Horta Pinheiro não está disposto a desistir, afinal “assumimos um compromisso e esta é uma zona exemplar” para o colocar em prática, avançou.
Segundo Carlos Moura, as questões de inviabilidade económica são uma realidade em vários países, mas a vontade é essencial para, ainda assim, levar os projectos-piloto avante.
Recorde-se que a “Agenda 21” seria um programa de acções que recebeu o contributo de governos e civis em 179 países, juntos no objectivo de passar da teoria à prática na área do ambiente, um factor essencial para a melhoria da qualidade de vida da população e do desenvolvimento.

M.A.

1 comentário:

Anónimo disse...

e uma pena o meu bairro ainda estar nas mas condições que esta tudo se deve a presidentes da própria cooperativa e seus dirigentes que nada se faz para que o bairro da bela flor seja um bairro co dignidade