1.3.07

EDITORIAL

Em crise...

Que o País está em crise já sabemos, mas nem todos compreendemos o porquê. Sei que muito se tem dito e escrito sobre esta matéria, palavras e mais palavras, colóquios e mais colóquios, debates e mais debates, só conversa e o protagonismo ficou! Houve muitas pessoas influentes que se manifestaram, mas que nada fizeram e que foram embora sem dizer nada, ou seja, pronunciaram-se mas com receio, pois tinham interesses a defender, chorudos vencimentos, ajudas de custo, senhas de gasolina, subsídios de refeição, cartões visa, viaturas de serviço, etc, etc, etc, que não podiam falhar no fim do mês.

Afinal, os iluminados deste País não costumam dizer que é em alturas de crise que tem de haver investimento, que as empresas têm de divulgar para escoar os seus produtos, que se tem de produzir, que as pessoas têm de ter poder de compra? Assim, também têm de ganhar melhores salários para poderem adquirir bens e serviços… havendo quem consuma terá de haver quem produza e produzindo criam-se postos de trabalho, criando emprego há mais gente que compra, havendo mais gente a comprar terá de haver mais produção etc, etc, etc, e o dinheiro circula e toda a gente fica contente. Mas não aqui!

Em Portugal, a economia funciona ao contrário – cá estão os iluminados outra vez – é a política da contenção, quando deveria ser a da informação “tente sempre adquirir produtos confeccionados em Portugal”, primeiro e único ponto, o que obrigaria a criar linhas de produção, originando emprego, é claro! Nem para nós somos bons, o que é uma tristeza. Como diz um grande amigo meu, “isto é só rir, é só rir”...

Quando não há dinheiro, a primeira coisa a cortar é na publicidade, o investimento publicitário passou a ser considerado um gasto supérfluo! Isso está totalmente errado, e leva-nos a assistir – o que eu acho de muito mau tom – às “guerras” entre grandes grupos editoriais e entidades bancárias por causa da publicidade. Quer dizer, eles já são grandes e continuam a querer o monopólio… assim é difícil, muito difícil! Mas será possível que um gestor, um director de marketing ou um planeador de meios não consigam ver que os pequenos conseguem chegar onde os grandes não chegam? E refiro-me ao cliente-alvo, aquele que ou ainda não optou ou que ainda não escolheu o produto a adquirir.

Pois é assim que vivemos, sempre para os mesmos, os mesmos que comem tudo mesmo sem satisfazer o cliente.

Augusto da Fonseca

1 comentário:

Anónimo disse...

Sim, provavelmente por isso e