15.3.07

Campo de Golfe das Amoreiras

ENVOLTO EM MISTÉRIO

Quando o Jornal do Bairro se decidiu a escrever sobre o campo de golfe das Amoreiras tentou obter junto da entidade sua gerente, a Empresa Portuguesa das Águas Livres, SA – EPAL, alguns dados históricos e actuais quanto ao projecto que ali foi desenvolvido e que nunca chegou sequer a ser utilizado. Procurámos uma resposta que acabou por surgir no dia do fecho da edição. “Se os administradores entendem não responder às questões terão de ocupar o espaço com um outro tema”, declarou Teresa Vivas ao JB, um pedido que não poderia ser acatado pela nossa redacção!

Muitos transeuntes mais atentos já pousaram os olhos no campo de golfe existente junto às Amoreiras. Nesse campo, não se avistam golfistas, “caddies”, espectadores, carrinhos, tacos ou “air shots” de bolas furiosas sujeitas a partir qualquer vidro do edifício mas apenas um ou outro funcionário que por vezes ali vão aparar a relva.

O campo de golfe foi construído por volta do ano 2000 e é gerido pelo Clube de Golfe das Amoreiras, uma sociedade constituída em 1994, com uma participação de cerca de 60 mil euros e que tinha a intenção de “promover, construir e explorar um estabelecimento destinado ao treino e ensino de golfe naquele recinto, respondendo ao desafio colocado pelo Município para se valorizar e dinamizar o espaço ocupado pelo Reservatório”. De acordo com fonte da EPAL, o Campo de Golfe “nunca existiu realmente” e todas as questões a si associadas “estão em tribunal”, num litígio relacionado com o contrato-promessa celebrado, facto que poderá justificar o silêncio dos 3 administradores e responsáveis por esta área.

A discórdia surgiu em 2001, quando se deu ordem para a desmontagem das Torres existentes no recinto, uma exigência bastante aplaudida pela população local e pelo então ministro do Ambiente, José Sócrates. Nessa ocasião, Joaquim Fitas, porta-voz da EPAL declarou a inviabilidade do recinto vir a ser utilizado, por não haver “qualquer hipótese dos polémicos postes e redes virem a ser licenciados, uma vez que há um parecer negativo do IPPAR sobre o assunto”, declarou então à Lusa. A ideia seria a de repor a situação anterior de forma a dar ao espaço uma utilização diferente. Mas essa alternativa parece ser um mistério longe de resolver!

Para já, o reservatório subterrâneo continua a ser explorado, a água a ser distribuída e utilizada pelos lisboetas e a relva do campo a necessitar de cuidados, em especial agora, que se aproxima mais um Verão.

M.A.

Sem comentários: